LINHA 1 – Modelos para análise de lesões do sistema nervoso
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- Discente: ALDERICO GIRÃO CAMPOS DE BARROS (DO)
Docente: Alexandre Fogaça Cristante
Projeto: AVALIAÇÃO DO EFEITO DA ERITROPOETINA EM DIFERENTES DOSAGEM E ENERGIA NA LESÃO MEDULAR EM RATOS
Resumo: O dano ocorrido durante o processo traumático de lesão à medula espinal inclui mecanismos primários e secundários(1,2). A lesão primária consiste da interrupção fisiológica e estrutural aguda dos axônios e é resultado de impacto sobre a medula espinal com consequente rompimento dos axônios e da microvascularização local, alterações eletrolíticas e edema. A consequência do estresse mecânico gerado pelo traumatismo inicial é a morte celular de natureza necrótica(3). Embora a lesão imediata não possa ser evitada, a lesão secundária, de caráter apoptótico(4), surgida no local da lesão e tecido adjacente pode responder ao tratamento farmacológico. Apesar, de até o momento, as opções terapêuticas serem restritas e os resultados ainda incertos. O papel da eritropoietina como hormônio na produção e regulação de glóbulos vermelhos já está bem estabelecido na literatura há vários anos, porém a descoberta de sua atuação como agente protetor nas lesões teciduais é relativamente recente e ocorreu de maneira inesperada. RNAm de eritropoietina foi encontrado em células do cérebro e estudos mostraram que esses aumentavam em situações de hipóxia (5). Posteriormente, foi evidenciado que astrócitos e neurônios poderiam expressar eritropoetina em seus receptores(6) e que esta possui efeito trófico em neurônios colinérgicos do sistema nervoso central (7). Classicicamente, a barreira hematoencefálica é impermeável à passagem de moléculas maiores, entretanto já foi mostrado que determinadas moléculas maiores podem ser transportadas através do endotélio capilar(8–10). Receptores para eritropoietina são expressos em neurônios e oligodendrócitos da substância branca e cinzenta de ratos submetidos à lesão da medula espinhal (11). Acredita-se, que o principal mecanismo de atuação da eritropoietina nas lesões da medula espinal seja a inibição da apoptose nos tecidos adjacente à área do trauma(12). Outros mecanismos envolvidos são: liberação de neurotransmissores(13,14); modulação do óxido nítrico o que proporciona manutenção da auto regulação vascular e previne a expansão da área de penumbra por micro infartos secundários a vasoespamos(15); migração e modulação de células-tronco para reparo tecidual(16,17). A descoberta destas novas atribuições instigou pesquisas que buscassem espaço para uso terapêutico da eritropoietina em lesões do tecido nervoso. Partindo da premissa, baseada em estudos que mostram que a morte das células gliais e neurônios da medula espinal após lesões traumáticas ocorre por mecanismo apoptótico secundário, a inibição deste processo proporcionaria melhor recuperação neurológica(12,18–23). A eritropoietina recombinante humana é um uma glicoproteína produzida por tecnologia de DNA recombinante e possui a mesma sequência de aminoácidos e função biológica. É aproximadamente 80% homóloga à eritropoietina dos roedores se mostrou biologicamente ativa para funções eritróides e neurotróficas(24,25). Isto permitiu a realização de ensaios experimentais envolvendo a ação da eritropoietina em lesões isquêmicas e traumáticas da medula espinhal. Na grande maioria dos estudos, foi confirmado seu efeito neuroprotetor, sendo observado melhores resultados funcionais e histológicos nos animais submetidos ao tratamento com eritropoietina quando comparado a grupos controles com outras substâncias e solução placebo(26–29). Sabe-se que sua curva dose-resposta de citoproteção apresenta padrão semelhante às citocinas em geral, indicando que muitas vezes, uma dose mais elevada, não resultará em efeito superior(15,21,30). No entanto, há ainda muitas variáveis a serem avaliadas e perguntas a ser respondidas. É necessário, investigar variações como momento ideal para iniciar a administração, dose adequada, duração do tratamento, energia do trauma sofrido, dentre outras. - Discente: ALEX FRANCO DE CARVALHO (DO)
Docente: Teng Hsiang Wei
Projeto: ESTUDO ANATÔMICO DA POSSIBILIDADE DE TRANSFERÊNCIA DO MÚSCULO GRACILIS FUNCIONAL LIVRE INERVADO PELOS RAMOS DO MÚSCULO PEITORAL CONTRALATERAL SEM INTERPOSIÇÃO DE ENXERTO NAS LESÕES TOTAIS DO PLEXO BRAQUIAL
Resumo: A. Determinar a extensão máxima do nervo obturatório que se pode retirar cirurgicamente com o retalho funcional do músculo grácil sem sacrificar a inervação de outros músculos. B. Determinar vasos receptores confiáveis na parede torácica para anastomosar o músculo grácil e, ao mesmo tempo permitir uma neurorrafia aos ramos motores do músculo peitoral contralateral. C. Determinar o comprimento máximo dos nervos peitorais que podem ser obtidos com a dissecção deles desde a origem até próximo à entrada no músculo peitoral maior e menor, bem como o diâmetro obtido a esse nível. D. Determinar o ponto de inserção ideal na clavícula, que permita anastomoses vasculares dos pedículo vascular do músculo gracilis com os vasos torácicos internos e neurorrafia do ramo motor desse músculo aos ramos do músculo peitoral. Critérios de inclusão: Cadáveres sem evidência de doença infecciosa, com integridade anatômica dos sítios envolvidos no estudo. - Discente: BRIAN GUILHERME MONTEIRO MARTA COIMBRA (DD)
Docente: Alexandre Fogaça Cristante
Projeto: TERAPIA EXPERIMENTAL COM CÉLULAS-TRONCO MULTIPOTENTES DA MUCOSA OLFATÓRIA DE RATOS ADULTOS EM MODELO DE LESÃO MEDULAR AGUDA
Resumo: A lesão traumática da medula espinhal apresenta incidência crescente e com massivo impacto na vida de seus portadores. Indivíduo e sociedade arcam com elevados custos socioeconômicos e psicológicos. O tratamento atual disponível oferece pouco efeito na regeneração dos danos provocados. Na academia, a busca pela solução do problema é uma constante. Cada vez mais, torna-se claro que não haverá uma única terapia que, sozinha, consiga reparar a condução nervosa na medula espinhal. As terapias multi-target (que têm atuação em várias frentes na fisiopatologia da doença) surgem como as mais promissoras no prognóstico dessa patologia, e o estudo em laboratório segue sendo de grande importância para novas descobertas neste campo de pesquisa. O laboratório de estudos do trauma raquimedular da Universidade de São Paulo possui recursos e expertise para se trabalhar com alta confiança na reprodutibilidade dos projetos de lesão experimental em ratos, como ratificam pesquisas dos últimos quinze anos. No presente trabalho, utilizaremos um modelo experimental consagrado de lesão traumática aguda em ratos e estudaremos a regeneração biológica e funcional do sistema nervoso central após transplante de células multipotentes da bainha olfatória e ectomesenquimais da mucosa olfatória de ratos adultos.
- Discente: ALDERICO GIRÃO CAMPOS DE BARROS (DO)
- Discente: CRISTINA SCHMITT CAVALHEIRO (ME)
Docente: Teng Hsiang Wei
Projeto: ESTUDO ANÁTOMO-CLÍNICO DA TRANSFERÊNCIA DOS RAMOS MOTORES DO NERVO MEDIANO PARA O MÚSCULO FLEXOR SUPERFICIAL DOS DEDOS E PALMAR LONGO AOS RAMOS MOTORES DO NERVO RADIAL PARA O MÚSCULO EXTENSOR RADIAL CURTO DO CARPO E NERVO INTERÓSSEO POSTERIOR.
Resumo: O objetivo deste estudo é determinar se os ramos do nervo mediano destinados ao músculo flexor superficial dos dedos e palmar longo poderiam ser transferidos aos ramos do nervo radial destinados ao músculo extensor radial curto do carpo e nervo interósseo posterior. - Discente: ERICK YOSHIO WATAYA (DD)
Docente: Marcelo Rosa Rezende
Projeto: COMPARAÇÃO DE MÉTODOS DE PROCESSAMENTO DE ALOENXERTOS DE NERVO ACELULARES EM HUMANO
Resumo: Lesões de nervos periféricos são lesões comuns, que podem levar a importante grau de sequelas motoras e sensitivas, gerando elevado índice de incapacidades. Após uma lesão de nervo, o tratamento ideal, se possível, é estabelecer uma neurorrafia primária e sem tensão, sobre um leito vascularizado e viável (De Ruiter et al. 2009). Na impossibilidade de uma sutura primária, como ocorre em casos de lesões complexas, com distância entre os cotos, ou quando há perda segmentar, existem algumas alternativas, como: uso de autoenxertos, uso de conduítes neurais, neurotizações e, mais recentemente, o uso de aloenxertos. Atualmente o uso de autoenxertos é o tratamento mais comumente usado (Lemos et al., 2008) e o padrão ouro para reconstrução de um nervo lesionado com distância entre os cotos (Hall S, 2005). Esta técnica se baseia na ressecção de um segmento de nervo do próprio indivíduo e posterior interposição deste no espaço entre os cotos do nervo lesionado, de forma que não haja tensão na sutura (Tersis J et al., 1975). Porém não está isenta de riscos, principalmente para a área doadora, como denervação, formação de neuroma, dor crônica e infecção, por exemplo (Staniforth e Fisher, 1978; Rappaport et al., 1993; Lemos et al., 2008). Os sítios doadores mais comuns são o nervo sural, o nervo cutâneo medial do antebraço, o nervo cutâneo antero lateral do antebraço, entre outros (Jewett e McCarroll, 1980). Porém, além dos riscos para área doadora, o calibre dos enxertos pode ser discrepante em relação ao diâmetro e ao comprimento do nervo receptor (Palhares et al., 2009), sendo necessário abordagem de mais de um sítio doador, aumentando a morbidade; ou ainda, a realização de um número de suturas fasciculares maior, o que aumenta o processo inflamatório local (IJpma et al., 2006). Além disso, autoenxertos sensitivos não são ideais para reconstrução de nervos puramente motores (Hall S, 2005; Nichols CM, 2004). O uso de enxertos autólogos vascularizados também seria uma opção, com taxas de regeneração nervosa superior ao não vascularizado em ratos (Mattar Júnior R et al., 1992); porém apresentam os mesmos riscos descritos para o autoenxerto não vascularizado. Diante destas limitações para o uso de enxerto autólogo, houve necessidade de encontrar novas opções de tratamento. Para defeitos pequenos, em geral até 4 centímetros, uma possibilidade terapêutica é o uso de conduítes neurais sintéticos ou enxerto venoso autólogo. Os conduítes sintéticos possuem o formato de tubo e são derivados geralmente de silicone e polissacarídeos, biodegradáveis ou não, e, assim como o neuro tubo de enxerto venoso, podem servir de guia para a regeneração axonal (De Ruiter et al., 2009), criando um microambiente para o crescimento dos axônios, o que pode gerar bons resultados funcionais (Chiono et al., 2009; Lundborg G et al., 1997). Porém, os conduítes não possuem conteúdo estrutural e arquitetura celular, o que limita sua utilização para defeitos maiores, além de levar a uma recuperação funcional limitada em relação ao uso de autoenxertos (Daly W. et al., 2011; De Ruiter et al. 2009). - Discente: FERNANDO BARBOSA SANCHEZ (DD)
Docente: Alexandre Fogaça Cristante
Projeto: AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DE CÉLULAS TRONCO OBTIDAS DE CORDÃO UMBILICAL NA LESÃO DA MEDULA ESPINHAL EM CAMUNDONGOS, A CADA 72 HORAS DO TRAUMA RAQUIMEDULAR
Resumo: A lesão da medula espinhal é um dos grandes desafios da medicina pois os tratamentos para essa patologia ainda não são satisfatórios. Pacientes vítimas de tais lesões geram custos altos para a sociedade, tanto no tratamento na fase aguda quanto para sua integração a sociedade após a lesão. Ainda não encontramos na literatura uma linha de tratamento que apresente resultados expressivos para o tratamento da lesão da medula espinhal. Diversas intervenções e modelos animais foram exaustivamente estudados, sendo a pesquisa em laboratório ainda a base para o estudo dessa patologia. Para que isso seja factível é necessário um protocolo que reproduza de forma padronizada a lesão da medula espinhal. O modelo MASCIS Impactor, desenvolvido na Universidade de Nova York (NYU) em 1992, foi utilizado amplamente no laboratório de estudos do trauma raquimedular da Universidade de São Paulo com ratos tipo listar e representou alta confiança na reprodutibilidade dos projetos de pesquisas realizados nos últimos 15 anos. - Discente: GUSTAVO BERSANI SILVA (DO)
PDSE – Temerty Faculty of Medicine, University of Toronto
Período – setembro/2022 a fevereiro/2023
Docente: Teng Hsiang Wei
Projeto: ESTUDO COMPARATIVO DAS DIVERSAS NEUROTIZAÇÕES PARA TRANSFRÊNCIA MUSCULAR LIVRE DO GRÁCIL PARA FLEXÃO DO COTOVELO EM PACIENTES COM LESÃO DO PLEXO BRAQUIAL PÓS-TRAUMÁTICA
Resumo: Objetivo: O objetivo é comparar os resultados das neurotizações dos nervos acessório, mediano, ulnar e intercostais realizadas nas transferências musculares livres do músculo grácil para restauração da flexão do cotovelo em pacientes com paralisia de plexo braquial pós-traumática. Trata-se de um estudo restrospectivo de revisão de prontuários, comparativo das diversas neurotizações para transferência muscular livre do grácil para flexão do cotovelo em pacientes com lesão do plexo braquial pós-traumática. - Discente: JOSÉ RENATO NEGRÃO (DD)
Docente: Olavo Pires de Camargo
Projeto: ESTUDO ANATÔMICO DA INSERÇÃO DO TENDÃO DO TRÍCEPS BRAQUIAL NO OLÉCRANO PELA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
Resumo: O músculo tríceps braquial é o principal músculo da porção posterior do braço, preenchendo a maior parte do compartimento extensor. Na porção proximal é composto por três ventre musculares. Cada ventre muscular possui uma cabeça longa, curta e medial, derivando sua denominação. Sua inserção na região do olécrano ainda é controversa, portanto é de interesse em ampliar a atenção da literatura ortopédica. O conhecimento pormenorizado e detalhado dessa inserção é importante para orientação nos reparos cirúrgicos (1,2). O músculo tríceps braquial (TB) é composto por três ventres musculares. Cada ventre muscular possui uma região distal chamada de cabeça. Tem a característica de demonstrar sendo apenas um tendão se inserindo na região do olécrano (1,2). A cabeça longa do tríceps se origina de um tendão achatado a partir do tubérculo infraglenoidal da escápula, fundindo-se acima com a cápsula articular do ombro. Suas fibras musculares descem medialmente para a cabeça curta e superficialmente à cabeça medial, unindo-se a elas para formar um tendão comum (1,2,3). A cabeça curta do tríceps se origina de um tendão achatado a partir de uma crista estreita, linear e oblíqua, na superfície posterior da diáfise do úmero e do septo intermuscular lateral, convergindo para o tendão comum. A cabeça medial, por sua vez, é superposta posteriormente pelas cabeças curta e longa, possuindo uma origem particularmente extensa na face posterior da diáfise do úmero abaixo do sulco radial, no plano a partir da inserção do músculo redondo maior, até cerca de 2,5 cm da tróclea. Algumas fibras musculares chegam diretamente ao olécrano, outras convergem para o tendão comum (3). A innserção do tendão do tríceps braquial (TTB) tem início no terço médio do músculo, possuindo duas lâminas, uma superficial e outra em sua maior profundidade. Depois da convergência das fibras musculares, estas duas lâminas unem-se acima do cotovelo e a maior parte delas irá se inserir na face superior do olécrano (3). Na face lateral, algumas fibras continuam para baixo sobre o músculo ancôneo para se fundir com a fáscia ante braquial. O ancôneo, um músculo de formato triangular na região distal e posterior do braço, ou cotovelo, permito e dá suporte para a cápsula dorsal (3). A caracterização anatômica da inserção do TTB no olécrano é muito importante na abordagem clínica e cirúrgica no tratamento de fraturas e patologias degenerativas do cotovelo e no reparo do próprio tendão (4,5,6)
(abordagem clínica e cirúrgica das alterações do cotovelo e no reparo do próprio tendão (4, 5, 6,7, 8). Há na literatura uma controvérsia em relação a inserção do tendão do tríceps braquial, ou seja, alguns estudos acreditam que o tendão do tríceps braquial apresenta uma única inserção no olécrano e outros estudos acreditam que o tríceps apresenta duas inserções distintas (8,9). Estudo da inserção do TTB em cadáveres correlacionou a dissecção anatômica ao estudo histológico, relatando haver duas inserções à dissecção e apenas uma à avaliação histológica (10). Outros estudos sobre a inserção do tendão do tríceps braquial foram realizados em cadáveres, sequencialmente, utilizando as imagens obtidas por ressonância magnética (RM). O primeiro correlacionou a análise histológica às imagens obtidas por RM, demonstrando que embora a inserção do tendão do tríceps braquial apresentasse aspecto bipartido à RM, a avaliação histológica evidenciou, mais uma vez, ser esta inserção única (9). Um segundo estudo correlacionou as imagens de RM aos achados anatômicos, macroscópicos e histológicos (10,11). O conhecimento anatômico e detalhado do músculo tríceps braquial, de suas particularidades anatômicas e de sua inserção no olécrano pelo médico cirurgião ortopédico é muito importante na avaliação das roturas tendíneas a fim de evitar que um desses tendões sejam reconstruídos de forma a não cooperar com a movimentação normal (dinâmica) do braço (11,12, 13, 14). Na verdade, a região de inserção do tendão do tríceps braquial vem sendo estudada, com mais ênfase pois este é o local mais comum de lesões dos tendões (15). Dois métodos são ferramentas importantes para estudo e avaliação do TB, são elas a ultrassonografia (US) e a Ressonância Magnética (RM). A ultrassonografia (US) é uma excelente modalidade de imagem para avaliação da articulação do cotovelo e doenças dos tecidos moles. O uso de transdutores lineares de alta frequência, junto com a localização superficial do cotovelo resulta em excelente resolução de imagem. A US é vantajosa em termos de tempo, custo-benefício, acessibilidade e conforto do paciente e pode ser uma alternativa para pacientes claustrofóbicos ou com contraindicação à ressonância magnética (RM). Embora a dependência do operador é uma curva de aprendizado acentuada, ela pode limitar o uso da US. As vantagens são muitas e assim pode passar a ser cada vez mais usada como alternativa em relação a RM (12,16). A Ressonância Magnética (RM) é considerada um dos principais métodos de análise dos tendões do TB no olécrano, por apresentar, como principais vantagens, uma modalidade não invasiva, de alta resolução de contraste e sem o emprego de radiação ionizante. A anatomia normal e alguns aspectos, principalmente em casos de roturas tendíneas totais ou parciais, podem ser estudados com riqueza de detalhes. A avaliação por RM é muito importante e vem crescendo muito na prática clínica devida sua contribuição para o diagnóstico pré-operatório e para planejamento cirúrgico (10,11, 12,16,17). Assim, o objetivo principal deste estudo é demonstrar através da RM, como efetivamente ocorre a inserção distal do músculo tríceps braquial na região do olécrano, com a finalidade de auxiliar o médico ortopedista nas reconstruções cirúrgicas tendíneas. - Discente: RAFAEL RITTER (DD)
Docente: Alexandre Fogaça Cristante
Projeto: AVALIAÇÃO DO EFEITO DO GM1 ASSOCIADA A COLA DE FIBRINA NA LESÃO MEDULAR AGUDA EM RATOS
Resumo: A lesão da medula espinhal, com incidência estimada em até 25,5 lesões por milhão por ano em países em desenvolvimento (1), constitui um dano catastrófico para pacientes acometidos. A lesão medular ainda é um desafio para medicina humana e veterinária (Singh et al. 2008). Após o trauma, a regeneração axonal é comprometida por fatores inibitórios in situ e perda de axônios maduros. Com a incapacidade de axônios transporem a barreira dos fatores inibitórios, há formação de cicatriz glial pós-traumática (Beattie et al. 2000) (Fitch et al. 1999)(22-25). Por outro lado, há evidências de que axônios sadios atravessam o foco lesional e se estendem em sentido distal em áreas sem cicatriz (Zhou et al. 2019). Observa-se, assim, que a preservação de mesmo uma limitada quantidade de tecido neural viável aumenta a probabilidade de melhora funcional (Davies et al. 1997) (Blight 1983)(26-28). Estudos para o entendimento e tratamento da lesão medular datam de mais de cem anos (Blight 1983)(2). Pesquisas com objetivos terapêuticos para casos de lesão medular, têm se concentrado em reduzir a lesão secundária e promover a regeneração axonal (Martins et al. 2005). Para a definição de um modelo experimental reprodutível de lesão medular, há diferentes espécies de instrumentos de impacto sobre o tecido. Entre eles, Basso e cols. (2018)) padronizaram condições para o emprego de um aparelho que causa lesão medular traumática (New York Impactor-NYU), abrindo um novo horizonte para pesquisas nesse campo. Aplicaram ainda uma escala para avaliação neurológica de ratos, a escala BBB (Basso–Beattie–Bresnahan,1988), para utilização junto ao NYU (3,4). Estudos realizados a partir de lesão medular programada em modelos animais, têm sugerido que algumas drogas como monossialogangliosídeo (GM-1) possuem efeitos neuroprotetores e neurotróficos, quando administrados imediatamente após a lesão por via sistêmica. O objetivo deste trabalho é estudar esses possíveis efeitos do GM 1, aplicados no foco da lesão associado ‘a cola de fibrina, utilizando modelo de lesão medular aguda em ratos, MASCIS Impactor. - Discente: RICARDO TEIXEIRA E SILVA (DD)
Docente: Alexandre Fogaça Cristante
Projeto: EFEITO DO RILUZOLE E DA MINOCICLINA INDIVIDUALMENTE E ASSOCIADOS NA LESÃO MEDULAR AGUDA EXPERIMENTAL EM RATOS´
Resumo: Objetivo: O objetivo principal deste projeto é avaliar a ação das células tronco oriundas do sangue de cordão umbilical, na lesão medular em camundongos. A lesão da medula espinhal é um dos grandes desafios da medicina pois os tratamentos para essa patologia ainda não são satisfatórios. Pacientes vítimas de tais lesões fazem custos altos para a sociedade, tanto para no seu tratamento na fase aguda quanto para sua integração na sociedade após a lesão. Ainda não encontramos na literatura uma linha de tratamento que apresente resultados expressivos para o tratamento da lesão da medula espinhal. Diver-sas intervenções e modelos animais foram exaustivamente estudados, sendo a pesquisa em laboratório ainda a base para o estudo dessa patologia. Para que isso seja factível é necessário um protocolo que reproduza de forma padronizada a lesão da medula espinhal. O modelo MASCIS impactor, desenvolvido na NY University em 1992, foi utilizado amplamente no laboratório de estudos do trauma raquimedular da Universidade de São Paulo com ratos tipo listar e representou alta confiança na reprodutividade dos projetos de pesquisa realizados nos últimos 15 anos.
LINHA 2 – Desenvolvimento de ensaios e modelos para substituição articular e instabilidade articulares
- Discente: DOV LAGUS ROSEMBERG (ME)
Docente: Alexandre Leme Godoy dos Santos
Projeto: ESTUDO COMPARATIVO DA INSTABILIDADE DA PRIMEIRA ARTICULAÇÃO METATARSO-CUNEIFORME MEDIAL EM PACIENTES PORTADORES DE HÁLUX VALGO E CONTROLES ATRAVÉS DA MENSURAÇÃO COM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA COM CARGA (WBCT).
Resumo: Hálux valgo possui alta prevalência na população, com incidência de até 35% na população a cima de 65 anos.(1) Embora ainda haja dúvidas relacionada a sua etiopatogenia, o hálux valgo é associado a instabilidade do primeiro raio há quase um século.(2–8). Morton em seu artigo original descreveu um exame clínico para analisar a instabilidade do primeiro raio.(5) A manobra consiste em o examinador com uma mão estabilizará o antepé segurando os raios centrais e laterais e deixará o tornozelo em neutro, com a outra mão utilizando o dedo polegar e o indicador o examinador segurará o 1º metatarso e tenta deslocá-lo para dorsal e plantar e assim avaliará a mobilidade da articulação cuneiforme medial – 1º metatarso e julgará se ela é hipermóvel. (Painel 1) Contudo, essa manobra se mostrou baixa acurácia uma vez que apresenta baixa correlação intra e inter-observadores; além disso, há dificuldade na determinação do ponto exato da hipermobilidade / instabilidade do primeiro raio na articulação talo – navicular, naviculo – cuneiforme medial ou cuneiforme medial – 1° metatarso.(3,9) A quantificação de movimento não se demonstrou precisa durante avaliação clínica, permitindo apenas a classificação em estável ou instável.(9,10). - Discente: FERNANDO CESAR FURLAN (DD)
Docente: Eduardo Angeli Malavolta
Projeto: ESTUDO CLÍNICO PROSPECTIVO RANDOMIZADO DAS TÉCNICAS DE WEAVER-DUNN MODIFICADA E AMARRILHO SUBCORACÓIDE ASSOCIADO A ENXERTO TENDÍNEO DE FLEXORES NA LUXAÇÃO MACROMIOCLAVICULAR TIPO V
Resumo: O objetivo primário desse estudo foi comparar duas técnicas cirúrgicas para tratamento de LAC tipio V, Weaver-Dunn modificada e amarrilho com enxerto de flexores, de acordo com os resultados da escala Acromioclavicular Joint Instability Scale [18]. Critérios de inclusão: todos os pacientes com luxação da articulação acromioclavicular com aumento do espaço coracoacromial em relação ao lado contralateral maior que 1005 que preencham os seguintes critérios: acima de 18 anos de idade; pacientes com luxação fechada; Ausência de cirurgias ou fraturas prévias no ombro em questão; Ausência de doenças psiquiátricas; Ausência de infecção de lesões vasculares ou neurológicas acometendo o membro superior; Ausência de gravidez; Ausência de comorbidades não compensadas clinicamente; Concordância com o termo de consentimento livre e esclarecido. Casuística: todas as cirurgias, assim como a reabilitação pós-operatória, serão realizadas no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com pacientes provenientes exclusivamente do sistema único de Saúde, por um dos médicos assistentes do Grupo do Trauma. O início dos procedimentos será logo após a autorização do protocolo de pesquisa. Radiografias de controle serão realizadas com a seguinte periocidade: 2 semanas, 4 semanas, 8 semanas, 12 semanas, 4 meses, 6 meses e 1 ano de pós-operatório. As incidências utilizadas serão ântero-posterior em posição ortostática com 0 e 30º de inclinação cefálica de ambas as clavículas em um único filme, e axilar. - Discente: JOSÉ RENATO NEGRÃO (DD)
Docente: Olavo Pires de Camargo
Projeto: ESTUDO ANATÔMICO DA INSERÇÃO DO TENDÃO DO TRÍCEPS BRAQUIAL NO OLÉCRANO PELA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
Resumo: O músculo tríceps braquial é o principal músculo da porção posterior do braço, preenchendo a maior parte do compartimento extensor. Na porção proximal é composto por três ventre musculares. Cada ventre muscular possui uma cabeça longa, curta e medial, derivando sua denominação. Sua inserção na região do olécrano ainda é controversa, portanto é de interesse em ampliar a atenção da literatura ortopédica. O conhecimento pormenorizado e detalhado dessa inserção é importante para orientação nos reparos cirúrgicos (1,2). O músculo tríceps braquial (TB) é composto por três ventres musculares. Cada ventre muscular possui uma região distal chamada de cabeça. Tem a característica de demonstrar sendo apenas um tendão se inserindo na região do olécrano (1,2). A cabeça longa do tríceps se origina de um tendão achatado a partir do tubérculo infraglenoidal da escápula, fundindo-se acima com a cápsula articular do ombro. Suas fibras musculares descem medialmente para a cabeça curta e superficialmente à cabeça medial, unindo-se a elas para formar um tendão comum (1,2,3). A cabeça curta do tríceps se origina de um tendão achatado a partir de uma crista estreita, linear e oblíqua, na superfície posterior da diáfise do úmero e do septo intermuscular lateral, convergindo para o tendão comum. A cabeça medial, por sua vez, é superposta posteriormente pelas cabeças curta e longa, possuindo uma origem particularmente extensa na face posterior da diáfise do úmero abaixo do sulco radial, no plano a partir da inserção do músculo redondo maior, até cerca de 2,5 cm da tróclea. Algumas fibras musculares chegam diretamente ao olécrano, outras convergem para o tendão comum (3). A innserção do tendão do tríceps braquial (TTB) tem início no terço médio do músculo, possuindo duas lâminas, uma superficial e outra em sua maior profundidade. Depois da convergência das fibras musculares, estas duas lâminas unem-se acima do cotovelo e a maior parte delas irá se inserir na face superior do olécrano (3). Na face lateral, algumas fibras continuam para baixo sobre o músculo ancôneo para se fundir com a fáscia ante braquial. O ancôneo, um músculo de formato triangular na região distal e posterior do braço, ou cotovelo, permito e dá suporte para a cápsula dorsal (3). A caracterização anatômica da inserção do TTB no olécrano é muito importante na abordagem clínica e cirúrgica no tratamento de fraturas e patologias degenerativas do cotovelo e no reparo do próprio tendão (4,5,6).
(abordagem clínica e cirúrgica das alterações do cotovelo e no reparo do próprio tendão (4, 5, 6,7, 8). Há na literatura uma controvérsia em relação a inserção do tendão do tríceps braquial, ou seja, alguns estudos acreditam que o tendão do tríceps braquial apresenta uma única inserção no olécrano e outros estudos acreditam que o tríceps apresenta duas inserções distintas (8,9). Estudo da inserção do TTB em cadáveres correlacionou a dissecção anatômica ao estudo histológico, relatando haver duas inserções à dissecção e apenas uma à avaliação histológica (10). Outros estudos sobre a inserção do tendão do tríceps braquial foram realizados em cadáveres, sequencialmente, utilizando as imagens obtidas por ressonância magnética (RM). O primeiro correlacionou a análise histológica às imagens obtidas por RM, demonstrando que embora a inserção do tendão do tríceps braquial apresentasse aspecto bipartido à RM, a avaliação histológica evidenciou, mais uma vez, ser esta inserção única (9). Um segundo estudo correlacionou as imagens de RM aos achados anatômicos, macroscópicos e histológicos (10,11). O conhecimento anatômico e detalhado do músculo tríceps braquial, de suas particularidades anatômicas e de sua inserção no olécrano pelo médico cirurgião ortopédico é muito importante na avaliação das roturas tendíneas a fim de evitar que um desses tendões sejam reconstruídos de forma a não cooperar com a movimentação normal (dinâmica) do braço (11,12, 13, 14). Na verdade, a região de inserção do tendão do tríceps braquial vem sendo estudada, com mais ênfase pois este é o local mais comum de lesões dos tendões (15). Dois métodos são ferramentas importantes para estudo e avaliação do TB, são elas a ultrassonografia (US) e a Ressonância Magnética (RM). A ultrassonografia (US) é uma excelente modalidade de imagem para avaliação da articulação do cotovelo e doenças dos tecidos moles. O uso de transdutores lineares de alta frequência, junto com a localização superficial do cotovelo resulta em excelente resolução de imagem. A US é vantajosa em termos de tempo, custo-benefício, acessibilidade e conforto do paciente e pode ser uma alternativa para pacientes claustrofóbicos ou com contraindicação à ressonância magnética (RM). Embora a dependência do operador é uma curva de aprendizado acentuada, ela pode limitar o uso da US. As vantagens são muitas e assim pode passar a ser cada vez mais usada como alternativa em relação a RM (12,16). A Ressonância Magnética (RM) é considerada um dos principais métodos de análise dos tendões do TB no olécrano, por apresentar, como principais vantagens, uma modalidade não invasiva, de alta resolução de contraste e sem o emprego de radiação ionizante. A anatomia normal e alguns aspectos, principalmente em casos de roturas tendíneas totais ou parciais, podem ser estudados com riqueza de detalhes. A avaliação por RM é muito importante e vem crescendo muito na prática clínica devida sua contribuição para o diagnóstico pré-operatório e para planejamento cirúrgico (10,11, 12,16,17). Assim, o objetivo principal deste estudo é demonstrar através da RM, como efetivamente ocorre a inserção distal do músculo tríceps braquial na região do olécrano, com a finalidade de auxiliar o médico ortopedista nas reconstruções cirúrgicas tendíneas.
LINHA 3 – Distúrbios degenerativos inflamatórios e estruturais do sistema locomotor
- Discente: ANDRÉ GIARDINO MOREIRA DA SILVA (DD)
Docente: Camilo Partezani Helito
Projeto: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO COMPARATIVO DO RESULTADO FUNCIONAL DOS PACIENTES SUBMETIDOS A RECONSTRUÇÃO PRIMÁRIA DO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR COM ENXERTO DE TENDÃO FIBULAR LONGO IPSILATERAL X TENDÕES FLEXORES APÓS SEGUIMENTO DE 2 ANOS Resumo: Objetivo: Como objetivo primário, pretendemos comparar o resultado clínico da reconstrução do ligamento cruzado anterior com enxerto de tendão fibular longo com a reconstrução utilizando o enxerto de tendões flexores. Como objetivos secundários, pretendemos avaliar a morbidade no sítio doador da retirada do tendão fibular longo para ser usado como enxerto após um tempo maior de seguimento do que os estudos prévios, e com medidas tomográficas objetivas no exame com carga, além de avaliar outras possíveis complicações relacionadas ao uso deste enxerto. Critérios de inclusão: Os pacientes com lesão do ligamento cruzado anterior, com o diagnóstico realizado através do exame físico e da ressonância magnética, podendo ou não ter lesões meniscais associadas, serão selecionados e randomizados entre os grupos (enxerto fibular longo x enxerto tendões flexores). Casuística: Foi realizado cálculo amostral considerando uma diferença mínima entre os grupos de 8,9 pontos pela escala de Lysholm. Esse valor foi considerado pois corresponde a mínima diferença clinicamente relevante referente a essa escala. De acordo com esse cálculo, considerando um poder de 90%, foi estimada uma amostra de 56 pacientes, sendo 28 para cada grupo. Considerando uma possibilidade de perda de seguimento de até 20%, uma amostra mínima de 68 pacientes será estudada. - Discente: BÁRBARA LÍVIA CORRÊA SERAFIM (DD)
Docente: Patricia Moreno Granjeiro
Projeto: TRADUÇÃO, ADAPTAÇÃO CULTURA E VALIDAÇÃO DO INSTRUMENTO DE RESULTADOS RELATADOS PELO PACIENTE PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DEFORMIDADES NOS MEMBROS INFERIORES (LIMBPQ KIDS) PARA A LÍNGUA PORTUGUESA DO BRASIL
Resumo: As deformidades dos membros inferiores podem ser congênitas ou adquiridas durante o crescimento ou consequências de trauma, infecção, tumores malignos ou benignos ou outras condições patológicas. Estas deformidades incluem discrepância no comprimento dos membros, deformidades angulares ou rotacionais, que podem ocasionar limitações físicas e alterações de marcha, além de quadros de dor e desconforto. Existem opções de tratamento diferentes para cada uma das deformidades que vão desde o uso de órteses, órteses-próteses até a correção cirúrgica de deformidades ou amputação. Com o objetivo de avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde em crianças entre 8 e 18 anos de idade, auxiliando na escolha do tratamento e manejo das deformidades, foi realizado um estudo multicêntrico para desenvolvimento de um Instrumento de Resultados Relatados pelo Paciente nas crianças e adolescentes com deformidades nos membros inferiores, o LIMB-Q Kids. O questionário foi desenvolvido no idioma inglês. Para que esta ferramenta de avaliação seja utilizada em países cujo idioma oficial não é o inglês, é necessário que seja realizada sua tradução e adaptação cultural para o idioma desejado, seguindo rigorosa metodologia para que o questionário resultante seja conceitualmente equivalente à versão original. O objetivo deste estudo será de traduzir para o português do Brasil, adaptar culturalmente e validar o LIMB-Q Kids seguindo o guia de boas práticas da Sociedade Internacional de Pesquisa em Farmacoeconomia e Resultados. Este estudo será realizado em colaboração com a equipe responsável pelo desenvolvimento do questionário e espera-se obter uma versão em português do Brasil que mantenha as características e conteúdo da ferramenta no idioma original. - Discente: BRUNO BUTTURI VARONE (DD)
Docente: Marco Kawamura Demange
Projeto: ESTUDO RANDOMIZADO, TRIPLO-CEGO E CONTROLADO PARA AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE INFILTRAÇÃO INTRA-ARTICULAR DO ASPIRADO MICROFRAGMENTADO DE TECIDO ADIPOSO AUTÓLOGO COMPARADO A INFILTRAÇÃO INTRA-ARTICULAR DE CORTICOESTERÓIDES NO TRATAMENTO DA OSTEOARTRITE DE J
Resumo: O objetivo do estudo portanto, é avaliar a eficácia de uma terapia celular de manipulação mínima, o tecido adiposo microfragmentado, por meio de um ensaio clínico controlado, randomizado triplo-cego, comparando a terapêutica em questão com o corticoide no curto e médio prazo Critérios de inclusão: Osteoartrite de Joelho; Idade entre 40 a 80 anos; Ausência de infecção local ou sistêmica; Ausência de contraindicações clínica ao estudo; Paciente capaz de entender a natureza do estudo; Termo consentido preenchido pelo paciente; Ausência de qualquer procedimento intrarticular a menos de 3 meses do início do estudo; Ausência de Neoplasia em tratamento; Ausência de doença congênita ou adquirida gerando grande deformidade no joelho que possa interferir na aplicação das células mesenquimais ou interpretação dos resultados; Deformidade clínica ou radiográfica > 10 graus; Paciente não gestante; Ausência de obesidade grau 3 com IMC >40(kg/altura em m2) Casuística: Com base em estudos anteriores da literatura, para atingir um poder de 80% e alfa de 5%, determinamos uma amostra de 54 (27 por grupo) para demonstrar a diferença clinicamente importante de 10 no questionário WOMAC. Optamos por segurança, acrescentar 10% dos pacientes de modo que o estudo contará com 60 pacientes (30 por grupo). - Discente: DANIEL CARVALHO DE TOLEDO (ME)
Docente: Eduardo Angeli Malavolta
Projeto: O OMBRO DO ATLETA DE VOLEIBOL: AVALIAÇÃO CLÍNICA E EPIDEMIOLÓGICA EM UMA EQUIPE DE PROFISSIONAIS DE ELITE E DE BASE. ESTUDO DE COORTE PROSPECTIVO
Resumo: O objetivo deste estudo é avaliar fatores clínicos e radiográficos que possam colocar o ombro dos atletas em situação de risco para dor, lesão e disfunção, ao longo da temporada. Critérios de Inclusão: Serão critérios de inclusão: atletas masculinos e femininos profissionais de voleibol; atletas masculinos e femininos juvenis de voleibol; atletas elencados para a temporada 2021/2022 e 2022/2023, ativos e sem restrições de quaisquer tipos para a temporada. Casuística: Serão selecionados atletas em atividade no Vôlei Brasília Esporte Clube, profissionais e juvenis, elencados para a temporada 2021/2022 e 2022/2023. O número de participantes esperado na pesquisa é de 100 atletas. Critérios de Exclusão: Serão critérios de exclusão: atletas lesionados e afastados por qualquer condição médica ao início da temporada; atletas em recuperação de lesões; atletas que por quaisquer motivos decidam não participar, ou abandonar a pesquisa. - Discente: DIEGO UBRIG MUNHOZ (DD)
Docente: Riccardo Gomes Gobbi
Projeto: AVALIAÇÃO HISTOLÓGICA, HISTOMORFOMÉTRICA E DE CITOCINAS EM LESÕES CONDRAIS FOCAIS E OSTEOARTRITE: UM ESTUDO COMPARATIVO
Descrição:
Resumo: Introdução: Lesões à cartilagem articular compõem um espectro de entidades clínicas abrangendo de lesões condrais focais (LCF) e únicas à osteoartrite (OA) avançada. Apesar da OA e de LCF serem parte do mesmo espectro de doença, e de apresentarem fatores em comum na sua fisiopatogenia, não há estudos prévios comparando diretamente os achados histológicos lesionais e da sinóvia e expressão de citocinas no líquido sinovial. Objetivo: Comparação entre joelhos com OA e LCF: mudanças morfológicas e histomorfométricas na cartilagem, características histológicas do osso subcondral, achados histomorfométricos e de imunofluorescência de tecido sinovial e concentração de citocinas inflamatórias no líquido sinovial. Métodos: Será realizado estudo comparativo entre pacientes com OA de joelho e LFC de joelho quanto a avaliação de biópsias osteocondrais, sinoviais e aspirado de líquido sinovial. Serão selecionados 20 pacientes, 10 com OA de joelho e 10 com LCF de joelho, com os seguintes critérios de inclusão. Serão avaliadas alterações histológicas e histomorfométricas na lesão e na sinóvia, imunofluorescência para colágeno na cartilagem, presença de citocinas inflamatórias no líquido sinovial. Os histológicos serão descritivos. Diferenças entre variáveis histomorfométricas e na concentração de citocinas no líquido sinovial serão submetidas a teste T não pareado, com p>0.05 considerado significante. - Discente: FABIO CORREA PAIVA FONSECA (ME)
Docente: Alexandre Leme Godoy dos Santos
Projeto: O pé plano do adulto é uma patologia complexa e progressiva, que envolve de maneira global todo o pé, caracterizada principalmente pela perda do arco longitudinal, o valgo de retropé e abdução do antepé que resulta em deformidade, dor, debilidade funcional e, em casos avançados, rigidez e artrose no pé e tornozelo (1–3). Anteriormente conhecida como Disfunção do Tendão Tibial Posterior e Pé Plano Adquirido do Adulto, atualmente adota-se a nomenclatura recomendada em consenso de Deformidade Colapsante Progressiva do Pé (DCPP) por ser mais adequada ao entendimento anatomopatológico (4). Embora não existam estudos epidemiológicos de larga escala, as taxas de prevalência relatadas são> 3% em mulheres com mais de 40 anos e> 10% de todos os adultos com mais de 65 anos (5,6). O tratamento da DCPP geralmente envolve inicialmente medidas não cirúrgicas e medidas cirúrgicas nos pacientes que permanecem sintomáticos (1,7,8). Há uma variedade de opções de órteses para os pacientes com DCPP, que podem ajudar a apoiar o arco plantar medial e estabilizar o alinhamento do retropé (1,7,8). As órteses plantares, ou palmilha ortopédica, tem demonstrado benefício em normalizar as forças que atuam no pé, reduzir a deformidade, aliviar a dor e melhorar os parâmetros de desempenho físico (9–12). As radiografias com carga são fundamentais e obrigatórias para a estratificação do grau de deformidade do paciente e para o acompanhamento durante o tratamento (13,14). No entanto, o estudo radiográfico convencional é limitado, pois, é suscetível a erros decorrentes de posicionamento inadequado do paciente, angulação incorreta da ampola de raio-x e sobreposição de estruturas ósseas (15–18). A tomografia computadorizada de feixe cônico com carga é uma tecnologia emergente que vem sendo amplamente utilizada para a avaliação das patologias do pé e tornozelo (19–21), inclusive com uma recomendação forte para utilização nos casos de DPCP, pois permite a avaliação de parâmetros imperceptíveis à radiografia convencional (13). Além disso, o método apresenta maior precisão na detecção das alterações quando comparada à radiografia convencional (22,23). Consiste em um aparelho de raio-x em feixe cônico que adquire imagens de alta resolução espacial com apenas uma rotação ao redor do paciente, que permanece em ortostase fisiológica (20,24–26). As imagens adquiridas podem ser reconstruídas em qualquer um dos planos axial, sagital e coronal (19), além possibilitar a aquisição simultânea dos dois pés. A tecnologia permite ainda a aquisição de imagens com dose reduzida de radiação (27), uma vez que a dose é menor se comparada à tomografia computadorizada sem carga e pode vir a ser igual à radiografia convencional a depender da quantidade de incidências realizadas (21). Considerando os avanças que a tomografia computadorizada de feixe cônico tem proporcionado para o entendimento da DPCP, os autores pretendem avaliar através do método a significância do uso de palmilhas ortopédicas na correção das deformidades envolvidas. No que os autores do projeto têm conhecimento, tal avaliação não foi abordada na literatura, sendo, portanto, trabalho inédito. A hipótese do estudo é de que o exame com carga permitirá a avaliação quantitativa do efeito terapêutico das palmilhas na correção das deformidades do antepé, mediopé e retropé. - Discente: FABIANE ELIZE SABINO DE FARIAS (ME)
Docente: Marcia Uchoa de Rezende
Projeto: EMBOLIZAÇÃO NAS COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS
Resumo: As coagulopatias hereditárias são doenças hemorrágicas que resultam da deficiência quantitativa e/ou qualitativa de uma ou mais das proteínas plasmáticas (fatores) da coagulação. Pacientes acometidos por coagulopatias podem apresentar sangramentos de gravidade variável, espontâneos ou pós-traumáticos, presentes ao nascimento ou diagnosticados ocasionalmente. No entanto, as coagulopatias hereditárias apresentam herança genética, quadro clínico e laboratorial distintos entre si. A doença de von Willebrand e as Hemofilias A e B são as coagulopatias hereditárias mais comuns e, juntas, correspondem a 95% dos casos. No Brasil estima-se que 9.768 pessoas sejam portadoras da doença de von Willebrand, 13.149 hemofílicos e 4.009 pessoas com outras desordens de sangramento. A Hemofilia classicamente é a que cursa com comprometimento músculo esquelético, sendo um distúrbio hemorrágico ligado ao cromossomo X, caracterizado por uma deficiência do fator de coagulação VIII (FVIII) chamada de hemofilia A, ou do fator IX (FIX) chamada de hemofilia B. A apresentação clínica é caracterizada por sangramentos intra-articulares (hemartroses), hemorragias musculares ou em outros tecidos ou cavidades. As hemartroses são 70-80% a manifestação mais frequente podendo afetar as articulações do joelho, tornozelo e cotovelo. O sangramento nas articulações quando repetidos resultam em alterações sinoviais (sinovite) e danos à cartilagem levando a artropatia hemofílica. A sinovite pode ocasionar hemartroses recorrentes e sangramentos subclínicos tornando a sinóvia cronicamente inflamada e hipertrófica. Um ciclo vicioso de sangramento pode se instalar com perda de movimento articular, levando a danos irreversíveis ósseos e condrais. Entre 10%–30% dos pacientes com hemofilia A podem desenvolver inibidores, isto é, anticorpos da classe IgG contra o fator VIII infundido (aloanticorpo) capazes de inibir a atividade coagulante do fator VIII. Dentre os hemofílicos B, a incidência de inibidores contra o fator IX é cerca de 1% a 5%. Geralmente, os pacientes mais afetados pelos inibidores são aqueles acometidos por hemofilia grave. Clinicamente, a presença de inibidores manifesta-se pela falta de resposta ao tratamento habitual ou pelo aumento da frequência e/ou gravidade dos episódios hemorrágicos. O tratamento da hemofilia consiste na reposição do fator de coagulação deficiente. As modalidades de tratamento são definidas pela periodicidade com que é realizada a reposição dos fatores de coagulação, podendo ser sob demanda ou profilático. O tratamento profilático consiste no uso regular de concentrados de fator de coagulação a fim de manter os níveis de fator suficientemente elevados, mesmo na ausência de hemorragias, para prevenir os episódios de sangramentos. No tratamento sob demanda, o concentrado de fator de coagulação deficiente é administrado somente após a ocorrência de um episódio hemorrágico. Em pacientes com inibidor devido a eficácia hemostática ser inferior o tratamento com agentes de bypass se faz necessário. O objetivo do manejo de hemorragias específicas não é apenas tratar o sangramento, mas também prevenir sua recorrência, suprimindo a ativação sinovial, reduzindo a inflamação, para limitar as complicações e restaurar a função articular, do tecido e/ou órgão até o estado pré-sangramento. As outras coagulopatias hereditárias quando cursam com artropatias recorrentes de hemartrose são abordadas igualmente aos padrões da Hemofilia. Abordagens alternativas em pacientes que necessitam de tempo prolongado de fator ou adquirem inibição ao fator de coagulação, como a embolização arterial pode ser uma opção confiável e custo efetiva. A embolização desses vasos-alvo na articulação afetada pode reduzir a vascularidade e controlar a hemartrose, se o sangramento articular for devido a um episódio espontâneo ou for uma complicação de uma intervenção ortopédica anterior, como artroscopia ou artroplastia. Neste estudo vamos avaliar o comportamento da sinóvia com a embolização de arteríolas patológicas que as mantém inflamada. - Discente: GUILHERME PELOSINI GAIARSA (DO)
Docente: Olavo Pires de Camargo
Projeto: A ULTRASSONOGRAFIA POINT OF CARE COMO PREDITOR DA CONSOLIDAÇÃO DAS FRATURAS DA TIBIA TRATADAS COM HASTE INTRAMEDULAR BLOQUEADA
Resumo: Acompanhar prospectivamente pacientes tratados pelo grupo de trauma do Instituto de Ortopedia e Traumatologia submetidos a osteossíntese com hastes intramedulares a fim de reproduzir o estudo de Moed, avaliando a progressão para a consolidação, a possibilidade de prever os problemas de consolidação e agir precocemente; Acompanhar prospectivamente pacientes tratados pelo grupo de trauma do IOT-HC-FMUSP com fraturas periarticulares submetidos a osteossíntese por redução anatômica e síntese rígida com placas e parafusos a fim de buscar alteração de imagem que defina a consolidação; Avaliar pacientes já tratados anteriormente pelo Grupo de Trauma e Reconstrução e Alongamento Ósseo do IOT-FMUSP e que estejam sem sinais radiográficos de consolidação óssea há 4 meses ou mais, afim de verificar se é possível diferenciar os casos onde há um atraso de consolidação, daqueles onde a consolidação não irá ocorrer. Critérios de Inclusão: Os critérios de inclusão serão pacientes de ambos os sexos, que tenham sofrido fraturas dos membros inferiores tratadas cirurgicamente pelo grupo de trauma do IOT-HC-FMUSP, ou estejam em seguimento e sem evolução radiográfica há 4 meses ou mais. Casuística: Conforme descrito a fonte de pacientes serão os ambulatórios dos grupos de Trauma e Reconstrução e Alongamento Ósseo do IOT-HC-FMUSP, submetidos a cirurgias para tratamento de fraturas dos ossos longos. - Discente: GUSTAVO DE MELLO RIBEIRO PINTO (DO)
Docente: Eduardo Angeli Malavolta
Projeto: REFORÇO COM O TENDÃO DA CABEÇA LONGA DO BÍCEPS NO REPARO DO MANGUITO ROTADOR: ESTUDO PROSPECTIVO RANDOMIZADO
Resumo: Objetivo: O objetivo primário do estudo é comparar os resultados funcionais, de acordo com a escala ASES, entre pacientes que utilizam ou não o reforço da cabeça longa do bíceps nos reparos completos de roturas grandes e extensas do manguito rotador. Os objetivos secundários são comparar os grupos de acordo com os resultados estruturais da ressonância magnética e funcionais pela escala UCLA. Critérios de Inclusão: 1. Tendão da cabeça longa do bíceps íntegro 2. Lesões grandes e extensas posterosuperiores do manguito rotador de acordo com a classificação DeOrio e Cofield 3. Degeneração gordurosa do músculo supraespinhal menor ou igual a 2 de acordo com a classificação de Goutalier Casuística: Planejamos incluir 30 pacientes em cada grupo, sendo o total de 60 pacientes. Critérios de Exclusão: 1. Infecção ativa ou prévia no ombro acometido; 2. Pacientes com incapacidade para compreender os questionários pré-operatórios; 3. Paciente que não realizar ao menos 1 avaliação pós-operatória. 4. Lesão em que não seja possível reparo completo do manguito rotador; 5. Rotura da CLB diagnosticada no intra-operatório. - Discente: MARCIO VIEIRA SANCHES SILVA (ME)
Docente: Alexandre Leme Godoy dos Santos
Projeto: O USO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO COM E SEM CARGA NA AVALIAÇÃO DAS DEFORMIDADES DO PÉ E TORNOZELO NA HEMIMELIA FIBULAR
Resumo: A deficiência longitudinal congênita pós axial, também conhecida como hemimelia fibular (HF) é uma má formação rara dos membros inferiores que pode ser caracterizada como uma síndrome na qual há ausência parcial ou total da fíbula, podendo ainda estar associada a ausência parcial ou total da tíbia e partes do pé. Além disso, outros espectros podem ser observados, como discrepância dos membros inferiores, ausência do ligamento cruzado anterior, deformidades em valgo do joelho e tornozelo, hipoplasia do côndilo lateral do fêmur, pé torto e ausência dos raios laterais do pé.1 Dentre as deficiências longitudinais é a mais comum. Ocorre em aproximadamente 1 a cada 50.000 ou 1 a cada 135.000 nascidos vivos, sendo que a HF bilateral é ainda mais incomum.2–4 A etiologia continua desconhecida na maioria dos casos, não havendo história familiar, condições genéticas ou fatores ambientais que justifiquem a patologia. Várias classificações foram feitas com a finalidade de ajudar na avaliação do prognóstico e tratamento da hemimelia fibular. Em 1979, Achterman e Kalamchi classificam a HF baseando-se na quantidade de fíbula presente, sendo tipo I(subdividido em IA e IB) a presença parcial do osso e a tipo II a ausência total da fíbula.2 Birch et al5, em 2011, avalia a aparência clínica do pé e a diferença de comprimento entre os membros acometidos. Assim, estima-se a extensão da deformidade na fase adulta do paciente, avaliando a viabilidade de reconstrução ou não do membro. Em 2016, Paley et al6 constrói uma classificação visando o planejamento da cirurgia reconstrutora. Baseia-se na anatomia e nas deformidades da perna, tornozelo e articulação subtalar, sendo descrita em quatro tipos de hemimelia com três subtipos em cada. Cada tipo sugere um tratamento cirúrgico diferente, independentemente do número de raios do pé e da discrepância final dos membros. O tratamento pode ser feito por meio do uso de órteses, próteses ou cirurgia. Em vários casos, a cirurgia corretiva associada ao alongamento ósseo com a utilização do fixador externo circular se torna um tratamento atrativo. Já em quadros mais graves, na qual o paciente apresenta poucos raios no pé e uma diferença do comprimento das pernas final grande, ou até mesmo acometimento bilateral, pode ser aventado a possibilidade de amputação7. Recentemente, surgiu uma nova técnica para avaliação dos pacientes com deformidades no tornozelo e pé. A tomografia computadorizada (TC) de feixe cônico com carga mostrou ser factível e com alta reprodutibilidade para a análise do tornozelo e pé com carga corporal8,9. O uso de TC de feixe cônico (CBCT) foi publicado pela primeira vez para uso odontológico e para cirurgia bucomaxilofacial. Na ortopedia, foi mencionado pela primeira vez em 2011 por Zbijewski et al.10, concluindo que o método consegue fornecer imagens das extremidades com contraste de partes moles, melhora da resolução espacial além de diminuir a exposição à dose de raio-x. Em 2013, Tuominem et al, descreveu o uso da tomografia de feixe cônico com carga (WBCT).11 Hoje em dia, o método tem sido usado para o estudo de alterações patológicas dos pés como: lesões de sindesmose, pé plano valgo adquirido, halux valgo, pé cavo varo, e outros.9,12 Em 2018, Godoy et al., concluíram que a tomografia computadorizada com carga permite a correta avaliação da anatomia do pé e tornozelo na posição ortostática, com imagens de alta resolução espacial, pequeno tempo de aquisição de imagens, baixa dose de radiação e custos similares a outras tecnologias atualmente disponíveis13. Além disso, esse método diagnóstico pode ser utilizado para decisões de tratamento em deformidades da articulação tibiotarsica, retropé, mediopé e do antepé. Não há estudos sobre o uso da tomografia computadorizada de feixe cônico com carga na hemimelia fibular. Na maioria das vezes, para estudo do caso e decisão cirúrgica, são utilizadas radiografias com carga no membro acometido, podendo-se ainda lançar mão da TC sem carga ou da ressonância magnética para a avaliação de deformidades do tornozelo ou presença de barras ósseas.6,14,15 O presente estudo visa avaliar parâmetros angulares por meio do uso da tomografia de feixe cônico com carga. Dessa forma, esperamos que essa técnica auxilie no estudo da hemimelia fibular avaliando mais precisamente a relação anatômica entre os ossos do tornozelo e pé, ajudando assim na decisão. - Discente: MARCOS ANTONIO AKIRA OKUMA (ME)
Docente: Camilo Partezani Helito
Projeto: ESTUDO DE COORTE RETROSPECTIVA PARA AVALIAÇÃO DO LIMIAR MÍNIMO DE SATISFAÇÃO ACEITÁVEL PELO VALOR DE PASS (PACIENT ACCEPTABLE SCORE SYSTEM) E SUA CORRESPONDÊNCIA NA ESCALA LYSHOLM PARA PACIENTES SUBMETIDOS A RECONSTRUÇAO DE LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR.
Resumo: O objetivo primário do nosso estudo é identificar limiares da escala PASS para a Escala de Lysholm em indivíduos que estão em pós-operatório tardio (1 a 5 anos) da Reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior e avaliar a correspondência entre eles. O objetivo secundário é estratificar com o grau de lesões associadas, sexo e idade. Critérios de inclusão: Pacientes com fise fechada de qualquer idade submetidos a reconstrução ligamentar pela técnica anatômica de ligamento cruzado anterior. - Discente: MARCOS BRUXELAS DE FREITAS JÚNIOR (ME)
Docente: Riccardo Gomes Gobbi
Projeto: AVALIAÇÃO TOMOGRÁFICA DO POSICIONAMENTO DE ROSENBERG EM PACIENTES COM OSTEOARTRITE DO JOELHO: ESTUDO ANATÔMICO E BIOMECÂNICO.
Resumo: A osteoartrite é uma doença epidêmica, caracterizada pela senescência osteocondral e acometimento das articulações sinoviais. A osteoartrose, como era conhecida, é uma doença de características multifatoriais destacados pelo caráter degenerativo e inflamatório. É a artrite mais comum e uma das doenças mais incapacitantes da atualidade, motivo pela qual torna-se objeto de interesse de diversos estudos. A osteoartrite acomete 18% das mulheres e 9,6% dos homens, afetando metade da população acima dos 65 anos de idade. Até os 50 anos de idade, possui prevalência em homens devido fisiopatologia mecânica da doença; tornando-se prevalente em mulheres após a menopausa. Acomete principalmente as articulações dos joelhos, mãos e quadris; sendo os joelhos a mais acometida; onde a radiografia convencional é o exame mais utilizado para o diagnóstico e acompanhamento desses pacientes. A avaliação radiográfica da osteoartrite é baseada no diagnóstico e avaliação da progressão da doença. O diagnóstico é realizado pelos achados de alterações definidoras da doença como a formação de osteófitos; cistos subcondrais e diminuição do espaço articular. A formação dos osteófitos é a alteração mais sensível para diagnóstico radiográfico da osteoartrose, no entanto diversos estudos apontam baixa sensibilidade da análise radiográfica (até 74% das radiografias consideradas normais possuem formação inicial de osteófitos em análise de ressonância). A medida do espaço articular por sua vez, é utilizada para diagnóstico e monitoramento da progressão da doença, pois representa a senescência osteocondral e consequente diminuição da espessura da cartilagem protetora da articulação. Ao analisarmos a medida do espaço articular, estudos apontam que essa avaliação apesar de alta especificidade (89 a 96%), possui baixa sensibilidade (43 a 57%) ao comparado com outros métodos de avaliação como ressonância magnética ou artroscopia. Estudos demostraram que a baixa sensibilidade radiográfica está relacionada a dois fatores principais: a dificuldade de reprodução da técnica de posicionamento do paciente e a característica bidimensional da imagem com sobreposição de estruturas que impedem a correta mensuração dos dados. Esses fatores levaram ao desenvolvimento de métodos alternativos para avaliação que sejam capazes de manter a praticidade de tempo, a baixa necessidade de espaço físico para instalação, os baixos custos de utilização e baixo risco de lesão iatrogênica ao paciente; ao mesmo tempo que permitam uma maior reprodutibilidade da técnica de análise. Nesse contexto, a tomografia computadorizada de feixe cônico (Cone Beam CT) vem ganhando espaço nas avaliações ortopédicas de diversas patologias, e consequentemente na avaliação da osteoartrite do joelho. - Discente: PAULO RENAN LIMA TEIXEIRA (ME)
Docente: Riccardo Gomes Gobbi
Projeto: ESTUDO EM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO MÚSCULO VASTO MEDIAL E DO MÚSCULO VASTO LATERAL: COMPARAÇÃO ENTRE PACIENTES COM INSTABILIDADE PATELAR E CONTROLES.
Resumo: A articulação patelofemoral (PF) é fundamental na biomecânica do joelho. Por funcionar como transmissora de forças musculares intensas da coxa para, a perna é foco frequente de queixas tanto em atletas quanto na população geral. A hipótese de que alterações anatômicas e/ou funcionais do vasto medial e do vasto lateral contribuam para quadros de instabilidade patelar é merecedora de investigação. Nesse sentido, poucos estudos avaliaram diferenças anatômicas do vasto medial entre pacientes com instabilidade patelar e controles e nenhum artigo estudando a anatomia entre os dois músculos (vasto medial e vasto lateral) em pacientes controle e com instabilidade foi encontrado na literatura. Este trabalho tem como objetivo comparar em ressonância magnética a anatomia do músculo vasto medial e do musculo vasto lateral em pacientes com instabilidade patelar e controles, sendo um desenho de estudo epidemiológico transversal, retrospectivo, com casos e controles. Serão incluídos retrospectivamente através de banco de dados de ressonância magnética do IOTHCFMUSP e consultório privado 100 RNMs de pacientes com instabilidade patelar documentada (ao menos um episódio de luxação patelar) e 100 RNMs pacientes controles (com diagnósticos de lesão ligamentar, meniscal, tendinites ou entorses leves). A anatomia dos referidos músculos será estudada através das seguintes medidas: Distância do polo proximal da patela até a inserção mais distal das fibras musculares, razão dessa distância com o comprimento da superfície articular da patela, descrição qualitativa da posição da inserção do vasto se diretamente na patela – óssea – ou se no retináculo – ligamentar, distância da origem mais distal do vasto medial na diáfise femoral até o côndilo femoral media, volume de secção transversal do vasto medial, medindo o maior diâmetro mediolateral e anteroposterior dos ventres musculares, usando o corte axial correspondente a dois cortes superiores ao polo proximal da patela. - Discente: RAFAEL GARCIA DE OLIVEIRA (DD)
Docente: Alexandre Fogaça Cristante
Projetos: IMPACTO DA DEFORMIDADE TRIDIMENSIONAL DA COLUNA VERTEBRAL NA FUNÇÃO PULMONAR DOS PACIENTES COM ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE
Resumo: A escoliose idiopática do adolescente (EIA) consiste em uma deformidade tridimensional envolvendo a caixa torácica, a coluna vertebral e os pulmões. A alteração pulmonar observada nos pacientes com escoliose é o distúrbio ventilatório restritivo, o qual é caracterizado por diminuição na capacidade vital forçada (CVF), queda no volume expiratório em 1 segundo (VEF1) e a relação VEF1/CVF normal. Estudos tridimensionais da coluna evidenciaram correlação radiológica com parâmetros espirométricos, em especial, a hipocifose T5-T12 que se mostrou como o preditor mais consistente da diminuição do FEV1. A avaliação segmentar 3D da cifose torácica mostrou que essa medida é significativamente superdimensionada na radiografia convencional em perfil. Considerando que a radiografia 2D convencional subestima a cifose torácica e que a hipocifose torácica é o principal fator radiológico associados ao comprometimento da prova de função pulmonar, a nossa hipótese é que a cifose predita T5-T12 3D seja um melhor parâmetro do que as medidas bidimensionais para estimar o comprometimento na função pulmonar nos pacientes com EIA. - Discente: ROBIN ISRAEL VILLEGAS SILVA (DD)
Docente: Marcelo Rosa de Rezende
Projeto: Estudo anatômico e análise histomorfométrica do nervo espinhal acessório, distal ao triângulo posterior do pescoço.
Resumo: O nervo espinhal acessório (NEA), após passar pelo triângulo posterior do pescoço, emite um ramo que se dirige à porção superior do trapézio e depois desce pela sua superfície ventral, entre a escápula e a coluna vertebral, terminando cerca de 7 cm distalmente abaixo da espinha da escápula. O NEA é predominantemente motor e, devido às suas características, pode ser utilizado como nervo doador em lesões do plexo braquial.
Historicamente o nervo supraescapular é o mais frequente receptor nas neurotizações, dado a sua proximidade com o NEA, o que possibilita a sutura direta, sem necessidade de enxertia. No entanto outros nervos também podem ser receptores deste tipo de neurotização, mas estão localizados numa região mais distante. Para que seja possível a sutura direta, se faz necessário, ganho de comprimento do NEA, quando da sua dissecção.
Este projeto de pesquisa tem como objetivo determinar a extensão máxima da dissecação posterior do nervo espinhal acessório e avaliar seu arco de rotação, a fim de torná-lo uma opção viável como nervo doador em outras transferências nervosas, preservando um número adequado de axônios. Para alcançar esse objetivo, será realizado um estudo experimental descritivo de dissecação anatômica em cadáveres, seguido de análises histomorfométricas e contagem de número de axônios mielinizados presentes.
Esperamos com nosso estudo poder estabelecer uma correlação entre o ganho de comprimento do NEA e o número de axónios, que possa dar subsídios para definir a melhor relação entre o comprimento / número de axônios. - Discente: RODRIGO ALVES BERALDO (DO)
Docente: Eduardo Angeli Malavolta
Projeto: ESTUDO DE CONCORDÂNCIA DIAGNÓSTICA DA TELECONSULTA PARA TRATAMENTO DA SÍNDROME DO MANGUITO ROTADOR.
Resumo: Objetivo: – Avaliar a confiabilidade da teleavaliação especializada para a indicação de tratamento de pacientes com síndrome do manguito rotador, em comparação com a consulta presencial; – Avaliar o grau de satisfação do paciente com o atendimento do médico e com a indicação de tratamento; – Avaliar a acurácia dos testes diagnósticos por meio do exame físico realizados na teleavaliação especializada. Critérios de inclusão: – História prévia de fratura ou luxação no membro ipsilateral; – História de cirurgia prévia no ombro; – Osteoartrose ou lesão focal de cartilagem no membro ipsilateral; – Lesão neurológica no membro ipsilateral; – Ausência de capacidade mental para compreender os questionários; – Pacientes com déficit visual ou auditivo; – Infecção ativa ou prévia no cotovelo acometido. Casuística: Utilizando um nível de significância de 5% e um poder de 80%, foi calculado que uma amostra de 62 casos seria suficiente para detectar uma variabilidade mínima de 20% entre a concordância dos grupos. - Discente: SANDRO RICARDO BENITES ZELADA (ME)
Docente: Riccardo Gomes Gobbi
Projeto: O USO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA COM CARGA PARA AVALIAÇÃO DA ARTICULAÇÃO DO JOELHO.
Resumo: Objetivo: Avaliar a articulação do joelho durante a carga em 0o e 30° de flexão com auxílio do novo aparelho de tomografia com carga disponibilizado recentemente no IOT-HCFMUSP, em pacientes com: instabilidade patelar, ou lesões meniscais, ou lesões condrais, ou lesões do ligamento cruzado anterior antes e após a reconstrução ligamentar. Critérios de inclusão: 1)Idade entre 10 – 50 anos; Pacientes com luxação recidivante de patela (2 ou mais episódios) diagnosticada clinicamente através de história típica, exame físico e radiografias simples e ressonância; Sinal do J positivo. 2) Idade entre 20 e 70 anos; Pacientes com diagnóstico de lesão meniscal radial baseado no exame de RNM. 3) Idade entre 20 e 50 anos; Pacientes com diagnóstico de lesão condral focal baseado no exame de RNM. 4) Idade entre 20 – 50 anos; Pacientes com diagnóstico de lesão do LCA, baseado em história típica, exame físico com instabilidade anterior e em exame de RNM confirmando a lesão. Casuística: 80 - Discente: THAYSA SIMOES PAIXÃO PASSALINI (DD)
Docente: Ricardo Fuller
Projeto: RELAÇÃO ENTRE ESPONDILOSE E OSTEOPOROSE VERTEBRAL E SUAS CORRELAÇÕES CLÍNICAS E LABORATORIAIS EM UMA POPULAÇÃO DE IDOSOS BRASILEIROS DA COMUNIDADE: SÃO PAULO AGEING & HEALTH (SPAH) STUDY
Resumo: O objetivo principal deste estudo é avaliar a relação entre os diagnósticos de EL e OP em uma população representativa dos idosos brasileiros. O objetivo secundário é avaliar a prevalência de EL e OP na mesma população, e as relações entre essas doenças e parâmetros demográficos e antropométricos (idade, sexo, peso, IMC), laboratoriais e bioquímicos (PTH, marcadores do remodelamento ósseo), e com comorbidades metabólicas (presença de tabagismo, níveis de glicemia e colesterol). - Discente: THIAGO QUADRANTE FREITAS (DD)
Docente: Diogo Souza Domiciano
Projeto: DESEMPENHO DO FRAX® BRASIL E METODOLOGIA NOGG COM E SEM DENSITOMETRIA ÓSSEA E TRABECULAR BONE SCORE NA PREDIÇÃO DE FRATURAS E MORTALIDADE EM UMA POPULAÇÃO DE IDOSOS DA COMUNIDADE COM ELEVADA INCIDÊNCIA DE FRATURAS OSTEOPORÓTICAS: THE SÃO PAULO AGEING AND HEALTH (SPAH) STUDY
Resumo: O FRAX calcula a probabilidade absoluta de fratura osteoporótica em 10 anos. No Brasil, os limiares do risco de fratura que pressupõem tratamento são definidos pela metodologia NOGG. Esse limiar é calculado sem a DMO e, em indivíduos sem fratura prévia, é determinado no mesmo nível de probabilidade de fratura equivalente a uma pessoa de mesmo sexo, raça e IMC, com uma fratura prévia por fragilidade. A adição da DMO e do Trabecular Bone Score, uma medida indireta da microarquitetura trabecular, podem refinar os resultados do FRAX e do NOGG, determinando com maior precisão se o risco calculado está acima ou abaixo do limiar de intervenção. O estudo SPAH, realizado entre 2005 e 2012, compreende uma coorte prospectiva de idosos ≥ 65 anos da comunidade com elevado risco de fraturas vertebrais (FV) (40,3/1000 pessoas-ano em mulheres e 30,6/1000 em homens) e não vertebrais (FNV) (15,6/1000 em mulheres e 6,3/1000 em homens). Um dos principais fatores de risco para fratura nessa população é a densidade mineral óssea (DMO) do fêmur (risco relativo de 1,42 para FV e de 1,68 para FNV), que também foi independentemente associada a mortalidade nessa população (razão de risco de 1,41; p = 0,001, a cada redução de 1 desvio padrão). Dado que na população SPAH houve uma incidência de fraturas de fêmur mais elevada do que a encontrada na população que originou o FRAX, os objetivos do presente estudo são avaliar o desempenho do FRAX® Brasil e metodologia NOGG com e sem densitometria óssea e Trabecular Bone Score na predição de fraturas e mortalidade dessa população específica.
LINHA 4 – Osteoimunologia e avaliação dos processos de regeneração musculoesquelética
- Discente: ALEXANDRE MOURA DOS SANTOS (DO)
Docente: Samuel Katsuyuki Shinjo
Projeto: EFICIÊNCIA E SEGURANÇA DE ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA POR CORRENTE CONTÍNUA NO TRATAMENTO DA FADIGA DE PACIENTES COM VASCULITES SISTÊMICAS PRIMÁRIAS: ENSAIO CLÍNICO, RANDOMIZADO, DUPLO-CEGO E SHAM CONTROLADO
Resumo: As vasculites sistêmicas primárias (VSP) são doenças raras e heterogêneas que apresentam como característica principal inflamação dos vasos sanguíneos. Adicionalmente, por causa da manifestação sistêmica crônica dessas doenças, tratamento medicamentoso e/ou comorbidades, os pacientes com VSP apresentam redução da sua qualidade de vida, capacidade funcional, aeróbia e de realização de atividades da vida diária. Todos esses fatores integram um ciclo vicioso no qual são potencializados pela alta prevalência de fadiga encontrada nesses pacientes. A exemplo de exercícios físicos, diversos são os estudos que têm mostrado a eficácia do uso de estimulação elétrica transcraniana de corrente contínua (tDCS) em diminuir a fadiga e, consequentemente, melhorar a capacidade funcional e qualidade de vida dos indivíduos. A tDCS é uma técnica de estimulação cerebral não-invasiva que consiste na aplicação de corrente elétrica contínua de baixa intensidade aplicada sobre o escalpo intacto e na área de interesse cerebral, permitindo a modulação da excitabilidade cortical e indução de neuroplasticidade. Além disso, a combinação de tDCS com exercícios físicos pode potencializar a redução da fadiga, por mecanismo de neuroplasticidade, potencializando a conectividade da rede neural central e periférica e promovendo um maior êxito na melhora da qualidade de vida. A tDCS tem sido extensivamente utilizada em diversas doenças, porém não em doenças autoimunes sistêmicas. Neste contexto, o nosso grupo tem sido pioneiro na aplicação de tDCS em pacientes com miopatias autoimunes sistêmicas. Os nossos resultados têm mostrado que tDCS, além de seguro, é eficaz na melhora da qualidade de vida destes pacientes. Portanto, como expansão da nossa linha de pesquisa, o objetivo do presente estudo é avaliar a segurança e os efeitos de tDCS [associada ao treinamento aeróbio (TA)] em pacientes com VSP (particularmente, arterite de Takayasu – AT e granulomatose com poliangiíte – GPA). Para tanto, 62 pacientes com AT e 32 pacientes com GPA serão selecionados, e posteriormente randomizados na razão de 1:1 e de forma estratificada por doença, portanto, originando os grupos AT (Sham e tDCS) e GPA (Sham e tDCS). Adicionalmente, selecionaremos um grupo controle saudável pareado por sexo, idade e índice de massa corporal para a realização da análise transversal (fase 1), comparando aos pacientes (AT e GPA) com relação: fadiga, qualidade de vida, capacidade funcional, dor, qualidade do sono, capacidade aeróbia, lactato sérico, comorbidades e status da doença. Longitudinalmente (fase 2), realizaremos um estudo clínico randomizado, duplo-cego e sham controlado, com duração de quatro semanas (11 sessões) de intervenção. Além das avaliações prévias e o seguimento durante 4 meses (a contar a partir do término do protocolo), serão avaliados: fadiga, qualidade de vida, capacidade aeróbia, funcional, percepção subjetiva de esforço, percepção subjetiva de recuperação e lactato sérico (para avaliação da intensidade do treinamento). Será avaliada também a segurança de tDCS no que se refere a reativação da doença e efeitos adversos da sua aplicação O efeito esperado é reduzir o grau de fadiga, contribuindo com a melhora clínica, reduzindo a utilização de medicamentos, por fim, proporcionando maior qualidade de vida. Além disso, o estudo pode ampliar o entendimento da importância da plasticidade cortical em sintomas clássicos das VSP, proporcionando uma nova ferramenta terapêutica para aplicação na prática clínica. - Discente: ANDRÉ SILVA FRANCO (DD)
Docente: Rosa Maria Rodrigues Pereira
Projeto: AVALIAÇÃO DE EROSÃO ÓSSEA EM ARTICULAÇÕES METACARPOFALÂNGICAS E INTERFALÂNGICAS PROXIMAIS EM PACIENTES COM SÍNDROME DE SJÖGREN PRIMÁRIA UTILIZANDO TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA QUANTITATIVA PERIFÉRICA DE ALTA RESOLUÇÃO (HR-PQCT) E ASSOCIAÇÃO COM VARIÁVEIS CLÍNICAS, LABORATORIAIS E ENVOLVIMENTO ÓSSEO SISTÊMICO.
Resumo: A síndrome de Sjögren primária (SSp) é uma doença autoimune inflamatória sistêmica crônica com acometimento principal das glândulas exócrinas, levando à síndrome sicca. O envolvimento do sistema musculoesquelético é a manifestação extraglandular mais comum, caracterizado por artralgia em até 75% dos pacientes e artrite inflamatória, usualmente descrita como poliartrite de pequenas articulações principalmente de membros superiores e não-erosiva, em até 11% dos pacientes. A presença de erosões articulares detectadas por radiografia simples é descrita em apenas 1,5% desses pacientes. Estes dados são controversos na literatura, visto que nosso grupo descreveu os achados ultrassonográficos de pacientes com SSp encontrando 47,4% de artrite na SSp, com 27,8% de erosões articulares, principalmente nas articulações metacarpofalângicas (MCP) e interfalângicas proximais (IFP). A tomografia computadorizada quantitativa periférica de alta resolução (HR-pQCT) é uma tecnologia que permite avaliar de forma tridimensional diversos parâmetros ósseos in vivo, com aplicação no estudo do metabolismo ósseo, comprometimento ósseo sistêmico e localizado com avaliação de erosões ósseas e osteófitos em articulações MCP e IFP. Estudos demonstraram que a HR-pQCT mostrou-se superior à radiografia convencional e ao ultrassom articular em pacientes com artrite reumatoide, com possibilidade de avaliar resposta ao tratamento. Assim sendo, o objetivo desse projeto de pesquisa é utilizar a HR-pQCT em pacientes com SSp para avaliar erosão óssea em articulações MCP e IFP e comparar com os achados no ultrassom articular, correlacionando com dados de atividade de doença e comprometimento ósseo sistêmico. Para isso, serão avaliados pacientes com SSp de ambos os sexos a partir de 18 anos de idade através de questionários, exame físico, exames laboratoriais, escore padronizado de atividade de doença, HR-pQCT de articulações MCP e IFP, HR-pQCT de radio distal e tíbia distal e ultrassom de articulações metacarpofalângicas e interfalângicas proximais. Os resultados deste projeto poderão mostrar uma maior eficácia e sensibilidade na avaliação do comprometimento ósseo sistêmico (rádio distal e tíbia distal) e localizado (erosões e osteófitos em MCP e IFP) empregando uma única metodologia (HR-pQCT) em pacientes com síndrome de Sjögren primária. - Discente: CAIO GOMES TABET (ME)
Docente: Tiago Lazzaretiti
Projeto: TERAPIA CELULAR AVANÇADA COM CÉLULAS ESTROMAIS MESENQUIMAIS PARA LESÕES CONDRAIS E OSTEOARTRITE DO JOELHO: REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE
Resumo: O crescimento do número de praticantes de atividades esportivas levou a um aumento também da prevalência de lesões da cartilagem articular. O uso de células estromais mesenquimais (MSCs) vem ganhando espaço devido ao seu papel intrínseco no reparo e regeneração dos tecidos articulares graças à sua plasticidade e multipotência. O objetivo deste estudo é avaliar, por meio de revisão sistemática com meta-análise de ensaios clínicos randomizados, a eficácia e segurança da terapia com células estromais mesenquimais para o tratamento de lesões condrais e de osteoartrite do joelho. Serão incluídos apenas ensaios clínicos randomizados (ECR), com randomização individual ou em clusters.
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- Discente: CARLOS EMILIO INSFRÁN ECHAURI (DD)
Orientador: Eloisa Silva Dutra de Oliveira Bonfa
Projeto: CRITÉRIOS CLASSIFICATÓRIOS DO EULAR/ACR-2019 E DO SLICC-2012 AO DIAGNÓSTICO DO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: FATORES PREDITORES DE DANO À LONGO
Resumo: Avaliar os fatores preditores em pacientes com LES de dano à longo prazo entre os domínios dos critérios de classificação EULAR/ACR2019 e SLICC-2012 ao diagnóstico da doença.
- Discente: CARLOS EMILIO INSFRÁN ECHAURI (DD)
LINHA 5 – Modelos clínicos e experimentais da análise funcional do movimento
- Discente: ANTONIO CARLOS TENOR JUNIOR (DD)
Docente: Eduardo Angeli Malavolta
Projeto: OSTEOSSÍNTESE DAS FRATURAS DA EXTREMIDADE PROXIMAL DO ÚMERO EM TRÊS OU EM QUATRO PARTES EM IDOSOS COM PLACA DE ESTABILIDADE ANGULAR COM OU SEM ASSOCIAÇÃO DE SUBSTITUTO ÓSSEO SINTÉTICO: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
Resumo: Objetivo: comparar os resultados clínicos e radiográficos das fraturas da extremidade proximal do úmero desviadas, em 3 ou em 4 partes, em pacientes idosos, tratados com placa de estabilidade angular associada ou não ao substituto ósseo sintético de cimento de sulfato de cálcio. Critérios de Inclusão: fraturas da extremidade proximal do úmero em 3 ou em 4 partes, de acordo com os critérios da classificação de Neer, pacientes idosos (idade ≥ 60 anos), tempo máximo decorrido do trauma 14 dias e temo mínimo de seguimento pós-operatório de 1 ano. Casuística: 64 pacientes (32 no grupo estudo e 32 no grupo controle). Critérios de Exclusão: não concordância do paciente em assinar o termo de consentimento livre e esclarecido, fraturas em uma parte (sem desvio), fraturas em 2 partes (do colo cirúrgico ou de uma das tuberosidades), fraturas luxações, fraturas patológicas, fraturas expostas, fraturas ipsilaterais associadas, fraturas articulares do tipo head Split, incapacidade de entender os questionários, infecções ativas ou prévias no ombro, lesão nervosa no membro, lesões irreparáveis do manguito rotador, cirurgias prévias no ombro, antecedente de tabagismo, opção do paciente pelo tratamento não cirúrgico devido ao risco cirúrgico elevado verificado na avaliação pré-anestésica e perda do seguimento antes de completar 1 ano de pós-operatório. - Discente: ALINE FERREIRA GUIMARÃES GUBOLINI (ME)
Docente: Julia Maria D´Andrea Greve
Projeto: AVALIAÇÃO FUNCIONAL E DE QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM FRATURAS DE MEMBROS INFERIORES APÓS ACIDENTES DE TRÂNSITO INTERNADOS NO IOT-HCFMUSP
Resumo: Acidentes de trânsito constituem uma das principais causas de internações nas unidades de ortopedia e frequentemente demandam procedimentos cirúrgicos múltiplos no seu tratamento. No Estado de São Paulo, de acordo com os dados do Infosiga SP, nos primeiros cinco meses de 2021, foram contabilizados 1932 óbitos por acidentes de trânsito contra 1903 em 2020, aumento de 1,5%. Houve aumento de 9,7% dos acidentes com vítimas, passando de 64.325 (2020) para 70.587 (2021). Houve redução das fatalidades de ciclistas e pedestres, mas as mortes por acidentes com motocicletas ficaram estáveis: 754 (2020) e 758 (2021). Também, houve aumento de 8,8% das mortes dos ocupantes de automóveis, passando de 432(2020) para 470 (2021). Os acidentes com motocicletas são muito frequentes, pelo tamanho crescente da frota, relacionado com o custo, agilidade no trânsito e facilidade para uso como ferramenta de trabalho. A vulnerabilidade dos motociclistas é evidente, pois em uma colisão, a energia gerada no impacto é absorvida pelo corpo da vítima. Várias são as lesões sofridas pelos motociclistas, mas, destacam-se pela frequência e gravidade , as lesões dos membros inferiores, que muitas vezes geram sequelas permanentes, com prejuízo da mobilidade e repercussões sociais, familiares e econômicas (Miki N, et al., 2014). As fraturas complexas dos membros inferiores, lesões muito frequentes nos motociclistas, demandam a realização de várias cirurgias corretivas, reparadoras, podendo evoluir para amputação e suas consequências na qualidade de vida e funcionalidade. Além disso, essas lesões demandam longos períodos de internação e reabilitação para as vítimas (Reis C.C. et al, 2017). As lesões graves e complexas dos membros inferiores causadas por acidentes de trânsito podem interferir na deambulação, mobilidade e condição laborativa das vítimas. Assim, é importante conhecer as condições dos pacientes após o acidente, para melhorar os cuidados de reabilitação e reintegração social.
- Discente: DAVID GONÇALVES NORDON (ME)
Docente: Olavo Pires de Camargo
Projeto: TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO CULTURAL DO GAIT OUTCOME ASSESSMENT LIST (GOAL) PARA A LÍNGUA PORTUGUESA DO BRASIL
Projeto: Paralisia Cerebral (PC) é o termo utilizado para definir um espectro de doenças do desenvolvimento da motricidade e do equilíbrio causados por uma lesão encefálica não progressiva no cérebro imaturo1. Dependendo da causa e extensão da lesão no cérebro, podem ocorrer também alterações sensoriais, cognitivas e de funções neurovegetativas. A disfunção motora nestes pacientes ocorre devido a lesão se dar na área cerebral que dá origem a vias descendentes que modulam as vias motoras periféricas. Com isto, ocorre uma diminuição da modulação do arco-reflexo medular pela perda da via de integração levando a sinais chamados positivos que são o aumento da espasticidade, hiperreflexia e a co-contração de agonistas e antagonistas. A perda de inervação leva também a sinais negativos como perda da força e do controle seletivo2. As alterações motoras podem afetar os indivíduos em graus diferentes3. A espasticidade altera o desenvolvimento normal do músculo e o seu crescimento, que não acompanha o crescimento ósseo e resulta em contraturas. As contraturas e as deformidades secundárias a ela, alteram a marcha dos pacientes com PC deambuladores. O objetivo do tratamento ortopédico da criança com PC é melhorar sua função no sentido de promover sua maior independência. Ao longo da vida, as crianças e adolescentes com PC sofrem deterioração da marcha o que pode afetar a atividade e participação. Segundo a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), o conceito de saúde abrange outros aspectos além da perda da função motora4. Assim, as expectativas do tratamento devem passar por estas análises em que os pacientes e famílias são questionados quanto ao esperado para o tratamento levando-se em conta seus contextos psicossociais5. As ferramentas de avaliação de função e qualidade de vida são muito importantes para se ter uma mensuração dos resultados que se obtém com as intervenções que são realizadas no paciente PC deambulador para ganho de função e mobilidade. Nenhum questionário existente aborda este tema. O questionário GOAL (Gait Outcome Assessment List) desenvolvido pelo grupo de Toronto tem como finalidade avaliar as expectativas dos pacientes e cuidadores quanto ao de tratamento, sendo que todas as suas propriedades psicométricas já foram validadas6. O questionário GOAL contém 2 versões: para pais e para as crianças, tem 48 questões dividas em 7 domínios (Atividades de vida diária e independência; Funcionalidade da marcha e mobilidade; Dor, desconforto e fadiga; Atividade física, esporte e recreação, Padrão e aparência da marcha, Uso de órteses e equipamentos de auxílio; Imagem corporal e auto-estima). O questionário GOAL faz perguntas sobre diversos aspectos dentro do domínios acima e em seguida, questiona qual importante é a melhora naquele aspecto. O questionário foi desenvolvidos no idioma inglês. Para que essas ferramentas de avaliação sejam usadas em diferentes países com diferentes idiomas, é necessário realizar a tradução e a adaptação cultural e testar as propriedades psicométricas das ferramentas adaptadas7. Devido à importância da padronização no uso de medidas de avaliação, os questionários desenvolvidos em línguas estrangeiras precisam ser traduzidas e suas propriedades psicométricas avaliadas, para criar equivalência entre os estudos. Esse processo possibilita que médicos e outros profissionais que trabalham em um determinado campo obtenham uma ferramenta confiável para a avaliação de pacientes. Assim, com os procedimentos adequados, o GOAL pode se tornar disponível para avaliar pacientes com PC na língua portuguesa no Brasil. - Discente: FABIO SEIJI MAZZI YAMAGUCHI (ME)
Docente: Olavo Pires de Camargo
Projeto: PROTOCOLO DE ATENDIMENTO DO GRUPO DE QUADRIL DO IOT-HCFMUSP ATRAVÉS DA TELEORTOPEDIA
Resumo: O Grupo do Quadril do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IOT/HC/FMUSP) atende pacientes com osteoartrite do quadril de diversas causas e pacientes com artroplastias do quadril e suas complicações. Osteoartrite (OA) do quadril ou coxartrose é uma doença degenerativa da articulação coxofemoral que consiste na lesão progressiva da cartilagem articular e estruturas adjacentes. O quadril é a segunda articulação mais acometida, sendo a primeira o joelho (1). A osteoartrite do quadril pode ser secundária a certas condições, como osteonecrose da cabeça do fêmur, trauma, pioartrite ou artrite reumatóide, além da displasia do desenvolvimento do quadril (DDQ) e epifisiolistese. Quando a causa da OA do quadril não pode ser determinada, denomina-se OA primária e é um diagnóstico de exclusão. A prevalência de OA do quadril é cerca de 3 a 6 % na população caucasiana e não se alterou nos últimos 40 anos (2). Contudo, a sua incidência está crescente, devido ao envelhecimento da população e a epidemia de obesidade, estimando que em 2030 haverá cerca de 41,1 milhões de americanos com OA de quadril e um de aumento de 174 % nas artroplastias de quadril, chegando ao impressionante número de 572.000 cirurgias por ano em 2030 (3). Apesar de não haver cura para OA, existem diversas opções de tratamento não cirúr-gico para controle de dor, redução do prejuízo funcional e melhora da mobilidade. Medidas conservadoras incluem exercícios aeróbicos, fortalecimento muscular, perda de peso e medicações analgésicas e anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs). Infiltração intra-articular com corticóide e artroplastias são modalidades mais invasivas. (4). A artroplastia total de quadril (ATQ) é a melhor opção de tratamento para OA de quadril avançada que não responde mais às medidas não-cirúrgicas (5). Atualmente, mais de 1 milhão de próteses de quadril são realizadas anualmente e o número de artroplastias primárias e revisões estão aumentando gradativamente a cada ano em países desenvolvidos. Entre 2008 e 2017, o número de artroplastias totais de quadril subiu 37 % no Reino Unido, tendo aumento semelhante na Suécia, Nova Zelândia e Coreia do Sul (6). Pacientes com OA avançada de quadril apresentam deterioração da qualidade de vida, funcionalidade e mobilidade. A cirurgia de ATQ é um procedimento de substituição arti-cular que restaura a qualidade de vida e a funcionalidade. (7). A mobilidade pode ser avaliada de diversas maneiras, uma delas é o exame físico, o qual é fundamental para realizar o diagnóstico e determinar a gravidade da doença, mas é um indicador fraco da capacidade funcional. Para tal, o desenvolvimento de testes que reproduzissem movimentos do dia a dia permite melhor avaliação funcional, como por exemplo, le-vantar-se de uma cadeira, inclinar-se, apoiar-se sobre uma perna e outros, podendo a performance ser pontuada ou cronometrada (8). Com a pandemia da COVID-19, muitos atendimentos de pacientes ambulatoriais foram suspensos, afetando centenas de pacientes (9). Dessa forma, a pandemia do SARS-COV 2 forçou diversos países a buscarem estratégias para readaptar seus sistemas de saúde e, uma delas, foi a expansão da telemedicina (10). A telemedicina é uma importante ferramenta para aproximar os pacientes dos centros de saúde e permite maior economia, pois reduz gastos com transporte, faltas no trabalho e ausências em compromissos. Pacientes e familiares podem acessar a uma consulta de qualquer lugar e de lugares diferentes, ou seja, essa modalidade de atendimento permite maior acesso a saúde com menos faltas e cancelamentos (11). A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a telemedicina como: “A entrega de serviços de cuidado à saúde, onde a distância é fator crítico, por todos os profissionais de saúde, utilizando tecnologia de informação e de comunicação para a troca de informações válidas para o diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças e lesões; pesquisas e avaliações, e educação continuada de trabalhadores da saúde, com o intuito de melhorar a saúde de indivíduos e comunidades. Estudos revelaram alta satisfação dos pacientes com a telemedicina pela conveniência, redução do tempo de espera e de viagem, além do impacto econômico, principalmente, nos pacientes que viajam longas distâncias ou necessitam se ausentar do emprego. Estudos sugerem que a telemedicina na ortopedia é segura, custo-efetiva e altas taxas de satisfação dos pacientes (12). Paquette e colaboradores calcularam o impacto que a telemedicina teve na economia de tempo, custos e poluição ambiental. A média de distância percorrida que os pacientes realizavam para irem e voltarem das consultas foi de 31,2 milhas, cerca de 50 quilômetros e o tempo médio economizado foi de 39 minutos. Em 146 consultas virtuais, os pacientes economizaram cerca de 882 litros de gasolina e 622 dólares americanos (U$ 1=R$ 5,30). A redução total da emissão de poluentes pelos veículos, incluindo dióxido de carbono, monóxido de carbono, óxidos nítricos e compostos orgânicos voláteis foram de 1.632 Kg, 42.867 g, 3.160 g e 4.715 g respectivamente. (13). Atualmente, a telemedicina está sendo utilizada para diversas especialidades, facilitando o tratamento e o acompanhamento de pacientes que possuem dificuldade de acesso. A tele ortopedia, telemedicina aplicada à especialidade ortopédica, permite a oferta dos cuidados ortopédicos a pacientes independente da distância. Por reduzir tempo de viagem, tempo de espera e custos, a tele ortopedia, além de aumentar a satisfação dos pacientes, permite maior efetividade na reabilitação após cirurgias. (14). O desenvolvimento de protocolos facilita a aplicação da telemedicina em diversas áreas, incluindo a ortopedia. Nosso protocolo de avaliação do quadril permitirá o aumento das consultas ortopédicas virtuais favorecendo centenas de pacientes. A fim de desenvolver um protocolo de exame físico simples, fácil e reprodutível, tanto pelo paciente, quanto por outros serviços de ortopedia, optou-se pela avaliação da marcha, realização do teste Timed Up and Go (TUG) e do teste de Trendelemburg e, em casos pós cirúrgicos, avaliar o aspecto da ferida operatória. O exame físico do quadril começa com a avaliação do paciente em pé e análise da marcha (15). Pacientes com OA de quadril apresentam marcha e biomecânica alteradas e, com intuito de reduzir a compressão da cabeça no acetábulo e diminuir a dor, a marcha torna-se claudicante. Em casos avançados de AO, o paciente necessita de auxílio de órteses para deambular, decorrente da dor e da redução do arco de movimento do quadril (16). Na avaliação da marcha será analisado se há ou não claudicação e se o paciente necessita ou não de auxílio. O teste TUG consiste em medir o tempo, em segundos, para que o paciente levante de uma cadeira, caminhe 3 metros e retorne de volta à cadeira, sentando-se novamente. Nenhum auxílio físico é permitido e o paciente pode utilizar órteses para auxiliar a deambulação se necessário (17). O TUG é simples, rápido e fácil de ser realizado, não necessitando de equipamentos especiais, apenas um relógio e uma cadeira com braços. Não é necessário experiência profissional ou treinamento, as ordens são claras e a avaliação pelo tempo é objetivo (8). O teste de Trendelenburg, descrito por Friedrich Trendelenburg em 1895, é um teste físico para detectar fraqueza da musculatura abdutora do quadril, sendo um teste simples, fácil e que não necessita de nenhum material especial. De acordo com Hardcastle e Nade, o teste utiliza uma escala nominal, podendo ser positivo ou negativo (18). O examinador fica atrás do paciente e o paciente é orientado a ficar apoiado em apenas uma perna e será positivo se a pelve se inclinar para o lado da perna não apoiada e negativo se a pelve se manter estável. Teste positivo indica fraqueza da musculatura abdutora do quadril do lado da perna apoiada durante o teste (19). Há poucos estudos mostrando o resultado da estratégia da telemedicina na ortopedia e traumatologia (14). Não existe, até o momento, segundo o nosso conhecimento, nenhum trabalho na literatura com protocolo de atendimento da articulação do quadril e avaliação de pacientes com osteoartrose e artroplastia total do quadril via teleortopedia. - Discente: JOÃO VITAL ARTHUR MARADONA OLIVEIRA DIAS (ME)
Docente: Márcia Uchôa de Rezende
Projeto: ESTUDO COMPARATIVO PROSPECTIVO CEGO RANDOMIZADO PROSPECTIVO ENTRE APLICAÇÃO DE FENOL E RADIOFREQUÊNCIA PULSADA EM OSTEOARTRITE GRAVE DOS JOELHOS
Resumo: Objetivo: Comparar desfechos funcionais e a dor nos joelhos após aplicação de fenol ou radiofrequência pulsada nos nervos geniculares pela técnica percutânea nos pacientes que aguardam ATJ. Critérios de inclusão: Homens e mulheres diagnosticados com osteoartrite do joelho (OAJ) uni ou bilateral grave com diabetes tipo II; Indicação formal de artroplastia total de joelho uni ou bilateral; Escala de Classificação Numérica (ECN) de dor maior que 6; Pacientes com resposta positiva no teste de bloqueio anestésico dos nervos geniculares; Pacientes não submetidos à artroplastia prévia no joelho estudado; Pacientes sem indicação formal de artroplastia ou artrodese em outras articulações dos membros inferiores; Pacientes sem marcapasso; Pacientes nunca submetidos à eletroacupuntura; Pacientes não submetidos à infiltração nos joelhos até 6 meses antes do estudo; Pacientes sem antecedentes pessoais de distúrbios cognitivos, psiquiátricos e ou neurológicos, cujos sintomas apresentados no momento da avaliação estejam relacionados ou interfiram significativamente nas funções de atenção, memória, raciocínio lógico, compreensão, de modo a prejudicar a assimilação das orientações dadas; Capacidade para ler, entender e responder aos questionários - Discente: LUCAS MORATELLI (DO)
Docente: Teng Hsiang Wei
Projeto: EFEITO DO EMPREGO DE MONOSIALOGANGLIOSIDE (GM1) ASSOCIADO À COLA DE FIBRINA NA REGENERAÇÃO DO NERVO CIÁTICO EM RATOS.
Resumo: O objetivo primário é avaliar se o reparo neural com GM1 associado a cola de fibrina pode melhorar a recuperação funcional na regeneração do nervo ciático em ratos. O objetivo secundário é avaliar o número total de axônios mielinizados e as áreas dos axônios nos grupos com e sem GM1 por meio da avaliação histomorfométrica de segmentos neurais após 14 semanas. Os gangliosideos, dos quais a monosialotetrahexosylganglioside (GM1) é o tipo mais estudado, têm sido propostos como facilitadores da regeneração neural no sistema nervoso central. Trata-se de substâncias naturalmente presentes em diferentes membranas celulares, sobretudo no cérebro e na substância branca, e corresponde a até 10% do conteúdo lipídico neuronal no sistema nervoso central (Ledeen 1978). Nos nervos periféricos, o emprego de GM1 associado a tubo de ácido glicólico nas lesões do nervo ciático de ratos apresentou resultados funcionais semelhantes à enxertia de nervo autógeno, e ainda mostrou uma organização histológica superior (Costa et al. 2015) - Discente: LUIZ SORRENTI (DD)
Docente: Rames Mattar Jr
Projeto: DESCRIÇÃO DE TÉCNICA E TESTE BIOMECÂNICO EXPERIMENTAL DE NOVA SUTURA PARA TENDÕES FLEXORES DOS DEDOS DAS MÃOS
Resumo: O objetivo deste estudo é descrever e comparar a nova técnica de sutura desenvolvida com as técnicas descritas por McLarney et al (sutura cruzada com 4 passagens) e por Renner et al (sutura com fio em alça e 4 passagens), todas realizadas com fios de alta resistência, a fim de definir qual a técnica mais eficiente para realização da tenorrafia dos tendões flexores O tratamento cirúrgico das leões dos tendões flexores dos dedos das mãos muitas se torna um desafio, principalmente nas lesões localizadas na Zona II de Verdan, é necessário realizar uma tenorrafia com resistência suficiente para permitir a mobilização precoce dos dedos a fim de evitar a aderência do tendão reparado, sem ocorrer a ruptura da sutura realizada ou formação de “gap” no sítio da lesão. Levando essa informação em consideração, foi desenvolvida uma nova técnica de tenorrafia que engloba todos os fatores que supostamente aumentam a resistência da sutura e diminuem a chance de aderência tendínea descritas anteriormente, incluindo a distribuição da tensão por uma área maior de secção transversa do tendão. - Discente: MARCOS DE CAMARGO LEONHARDT (DO)
Docente: Kodi Edson Kojima
Projeto: ESTUDO PROSPECTIVO RANDOMIZADO DO TRATAMENTO DE FRATURAS DA EXTREMIDADE DISTAL DA TÍBIA COM HASTE INTRAMEDULAR BLOQUEADA COM E SEM FIXAÇÃO SIMULTÂNEA DA FÍBULA
Resumo: As fraturas dos ossos da perna são muito freqüentes nos serviços de emergência devido ao aumento na incidência de traumas de maior energia como acidentes automobilísticos, motociclísticos, atropelamentos e queda de altura. As fraturas que ocorrem na região ístmica da diáfise da tíbia tem como tratamento definitivo de eleição sua fixação interna com a haste intramedular bloqueada (10,18,20). Devido ao contato da haste com o canal medular, existe uma melhor redução e estabilização do foco fraturário, sendo os resultados desse método bons, com o restabelecimento da anatomia e a recuperação funcional do membro. Na porção distal da diáfise da tíbia temos várias peculiaridades que tornam uma região de interesse de estudo. Nesta localização, o canal medular já se encontra alargado em relação à diáfise; a cortical óssea se torna delgada, forma-se um fragmento distal pequeno e com freqüência apresenta graus moderados a graves de acometimento das partes moles, fato este que pode dificultar o tratamento. Devido a essas dificuldades, vários métodos de tratamento são propostos: conservador (6), fixador externo (21), placas convencionais (4), placa com parafusos bloqueados (1,3,8,11,13,,19,20) e hastes intramedulares convencionais (3,4,5), e hastes intramedulares com bloqueio multiplanar (4,5,7,16). O tratamento com a haste intramedular bloqueada, quando comparada à fixação com placa, tem a vantagem de preservar melhor a cobertura de partes moles e, portanto ter menor incidência de complicações destas (1,2,3,7,8,10,11,12,13,18,20). Entretanto, como nessa região o canal medular é largo, as taxas de má redução e consolidação viciosa são mais altas no tratamento com a haste intramedular bloqueada, quando se comparando com a fixação com placas de estabilidade angular (8,13,17). Para prevenir essa complicação, alguns autores indicam a fixação associada da fratura da fíbula, que guia a redução da tíbia pela sua união pela sindesmose do tornozelo. Foi comprovada a diminuição das taxas de consolidação viciosa com esse procedimento (8). A fixação da fratura da fíbula altera a estabilidade da fixação da tíbia, tornando o sistema mais rígido, especialmente por diminuir as cargas axiais. Com isso pode ocasionar retardo ou falha da consolidação (8,11). - Discente: PRISCILA VIEIRA LOURENÇO DOS REIS (ME)
Docente: Hamilton Roschel
Projeto: ASSOCIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR DURANTE O PERÍODO DE HOSPITALIZAÇÃO NA MASSA MUSCULAR E DESFECHOS CLÍNICOS DE IDOSOS: UM ESTUDO DE COORTE PROSPECTIVO
Resumo: O processo de envelhecimento está associado a diversos efeitos deletérios tais como redução sensorial do paladar e olfato, digestão lenta, baixo consumo alimentar, e prejuízos na mastigação e levando a um pobre estado nutricional. Especificamente, idosos hospitalizados apresentam um pobre estado nutricional, hipocinesia e uma pronunciada resposta inflamatória o que associado aos efeitos deletérios do envelhecimento, pode exacerbar significativamente o estado catabólico de idosos hospitalizados aumentando o risco de desfechos indesejados tais como promover drástica redução da massa muscular durante o período de hospitalização, sendo este associado com o tempo de internação e incidência de morbidades e mortalidade. Assim, neste projeto será investigado e caracterizado o consumo alimentar de idosos durante o período de hospitalização e seu efeito e potencial impacto negativo na saúde muscular e em desfechos tais como funcionalidade, tempo de internação, readmissão hospitalar e mortalidade de idosos hospitalizados. Ademais, será investigado se os pacientes com um consumo proteico-energético mais próximo da recomendação apresentam menor impacto negativo sobre de massa muscular e melhores desfechos clínicos do que suas contrapartes que apresentam um menor consumo energético-protéico. Para isso, pacientes idosos admitidos no serviço de geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) serão e avaliados na admissão (ADM), alta médica (ALTA), 2 (2 MESES) e 6 (6 MESES) após os pacientes receberem alta hospitalar. Serão avaliados o consumo alimentar diário das principais refeições, massa muscular, força, funcionalidade, independência, tempo de internação, número de readmissões hospitalares e a taxa de mortalidade. As variáveis dependentes serão analisadas por intenção de tratamento através de uma análise de modelos mistos para medidas repetidas e, em caso de F significante, um post hoc de Tukey será utilizado para as comparações múltiplas.
LINHA 6 – Sistema imune e autoimune
- Discente: ANA PAULA LUPPINO ASSAD (DD)
Docente: Eduardo Ferreira Borba
Projeto: AVALIAÇÃO DO USO DE IMUNOSSUPRESSORES EM PACIENTES COMHIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR (HAP) E LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES)
Resumo: A hipertensão arterial pulmonar (HAP) é uma doença incurável, progressiva e ainda letal, apesar de diversos vasodilatadores pulmonares específicos adotados na prática clínica nos últimos anos. No Brasil, as doenças do tecido conjuntivo (DTC) representam cerca 25% dos casos de HAP. O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma das principais doenças associadas à HAP e, apesar da baixa prevalência nesta população, a HAP é um fator preditivo independente de sobrevida do LES, atualmente entre 60 a 85% em 5 anos. Teorias sobre a fisiopatologia da remodelação vascular envolver mecanismos autoimunes e inflamatórios embasaram estudos e protocolos com uso de imunossupressores (IS) no tratamento da HAP associada ao LES (HAP-LES), demonstrando resultados positivos, tanto em resposta clínica e hemodinamica, quanto em prognóstico. Por isso, atualmente, uso de IS foi adotado na prática clínica como tratamento de primeira linha em HAP-LES. Porém, devido a raridade da doença, o número de pacientes avaliados nos estudos é sempre pequeno, os critérios de resposta ao tratamento diferem entre eles e nenhum dos estudos avaliou a chance de reversão completa da HAP. O objetivo primário deste estudo é avaliar, retrospectivamente, a taxa de reversão de Hipertensão Pulmonar após imunossupressão em pacientes com LES seguidos regularmente no HC/FMUSP. Serão incluídos no estudo todos os pacientes com LES que apresentem pressão sistólica de ventrículo direito ao ecocardiograma maior que 35 mmHg sem doença de parênquima pulmonar ou disfunção de ventrículo esquerdo significativas ou ainda diagnóstico de tromboembolismo pulmonar crônico. Dados demográficos, características da doença e da terapêutica, bem como evolução clínica, serão obtidas via base de dados de prontuário eletrônico dos ambulatórios de LES do HC/FMUSP e de Hipertensão Pulmonar do INCOR/FMUSP. - Discente: ANA CLAUDIA GRÜNSPUN PITTA RAMALHO (DD)
Docente: Nadia Emi Aikawa
Projeto: CRITÉRIOS CLASSIFICATÓRIOS 2019-EULAR/ACR NO DIAGNÓSTICO DO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO JUVENIL: FATORES PREDITORES DE DANO
Resumo: O Lúpus Eritematoso Sistêmico Juvenil (LESJ) é uma doença autoimune complexa que envolve diversos órgãos e sistemas. O tratamento medicamentoso dos pacientes com essa doença crônica vem evoluindo, com aumento da sobrevida, porém possibilitando aumento concomitante no dano cumulativo relacionado à doença, ao tratamento e às comorbidades [1]. O dano precoce ocorre principalmente pela própria doença, enquanto o dano tardio é resultado do tratamento com corticosteroides [1]. Um estudo multicêntrico recente avaliou uma corte de pacientes com LESJ que tinham um curto tempo de doença (até 4,5 anos) e encontrou que 44% dos casos tinham algum dano, principalmente renal, neuropsiquiátrico, musculoesquelético e cutâneo [2]. Em 2019, o European League Against Rheumatism (EULAR) e o American College of Rheumatology (ACR) propuseram um novo critério classificatório para lúpus eritematosos sistêmico (LES) na população de adultos [3]. O critério 2019-EULAR/ACR inclui o fator antinuclear positivo (FAN), pelo menos em uma ocasião, como parâmetro obrigatório para classificação; seguido de critérios divididos em sete domínios clínicos (constitucional, hematológico, neuropsiquiátrico, mucocutâneo, seroso, musculoesquelético e renal) e três domínios imunológicos (anticorpos antifosfolípides, proteínas do complemento, anticorpos anti-DNA dupla hélice ou anti-Sm), ponderados de 2 a 10. Pacientes com escore ≥ 10 pontos são classificados como LES [3]. Três estudos recentes mostraram que o critério 2019-EULAR/ACR tem uma maior sensibilidade e especificidade no diagnóstico do LES [4-6]. O critério 2019-EULAR/ACR classifica adequadamente os pacientes com LESJ independente da idade, sexo e raça, além de ser mais sensível e ter especificidade comparável ao critério 1997-ACR [4]. Um estudo recente com pacientes com LES adulto mostrou que os critérios de classificação 2019-EULAR/ACR podem fornecer informações prognósticas valiosas, com uma associação significativa entre o escore total do critério e dano global e renal [7]. Whittall Garcia et. al, mostraram que uma pontuação geral dos critérios de classificação 2019-EULAR/ACR > 20 é um indicador de pior curso do LES ao longo dos primeiros 5 anos após o diagnóstico [8]. Entretanto, até o momento, não existem estudos que avaliem o critério 2019-EULAR/ACR como um possível preditor de dano precoce no diagnóstico de LESJ. - Discente: CARLA BALEEIRO RODRIGUES SILVA (DD)
Docente: Danieli D.C.O. de Andrade
Projeto: CRITÉRIOS CLASSIFICATÓRIOS 2019-EULAR/ACR NO DIAGNÓSTICO DO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO JUVENIL: FATORES PREDITORES DE DANO
Resumo: A síndrome do anticorpo antifosfolípide (SAF) é uma doença autoimune caracterizada pela obstrução de artérias e veias, morbidade obstétrica e presença dos anticorpos antifosfolípides. Como consequência, há a formação de trombos, que podem ocorrer em vasos de todos os tipos e calibres. Mesmo com o tratamento adequado com anticoagulantes, a doença está associada a um risco elevado de morbidade e mortalidade por eventos trombóticos vasculares e doenças cardiovasculares. Dessa forma, além do tratamento medicamentoso com anticoagulantes, o monitoramento de riscos adicionais da doença (obesidade, dislipidemia e hipertensão arterial) é crucial para a adoção de um tratamento que permita a redução do risco de trombose. Assim, a manutenção de um bom estilo de vida poderia contribuir para a melhora dos parâmetros supracitados em pacientes com SAF, uma vez que afetam tanto o risco de tromboses quanto comorbidades associadas à síndrome. Frente a nossa revisão da literatura, nenhum estudo investigou possíveis relações entre o impacto da atividade física e consumo alimentar com marcadores de saúde nesses pacientes. Neste projeto será realizado um estudo observacional transversal. O objetivo principal será verificar se existe diferença no consumo alimentar entre os pacientes com SAF em relação a um grupo controle de indivíduos saudáveis, além de descrever o nível de atividade física em pacientes com SAF. - Discente: CLARISSA DE QUEIROZ PIMENTEL (DD)
Docente: Sandra Gofinet Pasoto
Projeto: AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS SÉRICOS DO BIOLÓGICO ANTI-FATOR DE NECROSE TUMORAL (ANTI-TNF) E DOS ANTICORPOS ANTIDROGA (ADA) NO SEGUIMENTO DOS PACIENTES COM ARTRITE INFLAMATÓRIA CRÔNICA.
Resumo: Um dos maiores avanços no tratamento das doenças reumatológicas foi o surgimento dos bloqueadores imunológicos do TNF (anticorpos anti-TNF). No entanto, alguns pacientes desenvolvem anticorpos contra o agente anti-TNF e essa imunogenicidade, parece estar relacionada a inúmeros impactos clínicos e eventos adversos, dentre os quais as reações infusionais e produção de autoanticorpos. A produção de anticorpos antidroga pode diminuir a resposta clínica tanto por aumentar o clearance do bloqueador de TNF ou por diretamente neutralizar a parte funcional da droga biológica (van Der Laken CJ et al. 2007). O maior desafio no tratamento desses pacientes é o manejo de longo prazo, em que um número significativo de doentes necessita de alteração do esquema de administração (posologia maior e/ou redução do intervalo entre as administrações) ou da troca de agente biológico por falha terapêutica. Nesses casos, existem vários dilemas que incluem a troca por outro biológico da mesma classe ou mudança de classe de droga. Para esse grupo de pacientes, que denominamos trocadores (switchers), a avaliação de anticorpos antidroga de forma longitudinal parece ser ainda mais relevante. Além disso, é relevante a observação de que o uso concomitante de drogas modificadoras do curso da doença (DMARDs), pode reduzir a imunogenicidade dirigida contra o agente anti-TNF como observado em estudo em artrite reumatoide (Krieckaert et al., 2010) e esse aspecto não foi determinado na EA.A nossa Disciplina dispõe de um biorrepositório de soro de pacientes acompanhados desde a criação de nosso Centro de Biológicos em 2007 com apoio de um projeto temático da FAPESP. Todos possuem amostras biológicas obtidas no seguimento de longo prazo dentro de um protocolo padronizado de coleta acompanhado com dados clínicos, laboratoriais e de imagem. Esse biorrepositório nos fornece uma oportunidade de definir a relevância dos anticorpos antidroga nesse grupo de pacientes com EA e associar com dados clínicos e laboratoriais. - Discente: DEBORA CORDEIRO DO ROSÁRIO (DD)
Docente: Eloísa Bonfá
Projeto: ANÁLISE DOS ESCORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES LÚPICOS NO BRASIL E DESENVOLVIMENTO DE UMA CALCULADORA ESPECÍFICA PARA O LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO.
Resumo: A pandemia pelo vírus SARS-CoV-2 trouxe uma crise global sanitária, econômica e social, com mortalidade na faixa dos milhões. O Brasil foi um dos países mais impactados, com a mortalidade ultrapassando 400.000 em abril de 2021. Em resposta à pandemia, houve um esforço científico mundial para o desenvolvimento de tratamentos eficazes e vacinas. Diversas vacinas foram produzidas e já estão em uso, com diferentes mecanismos de ação, número de doses e perfil de eficácia. A CORONAVAC (Sinovac Life Sciences, Pequim, China) é uma vacina inativada contra a cepa CN02 do vírus SARS-COV-2. Foi a primeira vacina aprovada pela ANVISA. Os estudos de fase 1/2 estudaram três doses (1.5 μg, 3 μg e 6 μg) e dois regimes de aplicação (0 e 14 dias ou 0 e 28 dias) com bons resultados de eficácia e segurança. Um estudo brasileiro multicêntrico, controlado e duplo cego de fase 3 avaliou a aplicação da dose de 3 μg ou placebo no esquema 0 e 14 dias, em 12.396 trabalhadores de saúde. A eficácia para prevenção da COVID-19 foi de 50,7% no total, e de 83,7% e 100% para casos moderados e graves respectivamente. Um estudo Chileno de fase 3 também avaliou a eficácia e segurança da CORONAVAC em 434 trabalhadores de saúde, sendo 270 no braço vacina na dose de 3 μg, e 164 no braço placebo, utilizando o esquema de 0 e 14 dias. A taxa de soroconversão em indivíduos entre 18 e 59 anos foi de 47,8% 14 dias após a segunda dose, e 95,6% nos dias 28 e 42 após a segunda dose; no grupo com ≥ 60 anos, a taxa de soroconversão foi de 18,1%, 100% e 87,5% nos dias 14, 28 e 42 após imunização. A resposta de células T estava aumentada em todos os pacientes que receberam a CORONAVAC, em comparação com placebo. Esses estudos, no entanto, excluíram pacientes com doenças reumáticas autoimunes ou em uso de imunossupressores. Diversos estudos demonstaram que esses pacientes podem ter resposta vacinal inferior à de controles saudáveis. Alguns imunossupressores como o metotrexato (MTX) e o rituximabe estão associados com menor soroconversão pós-vacina. Park et. al. demonstrou que a suspensão do MTX melhora a imunogenicidade da vacina de influenza em pacientes com artrite reumatóide, associado à uma tendência não-significante de flare da doença. Devido a esses resultados, houveram recomendações para a suspensão do MTX por 1-2 semanas após a imunização com outras vacinas, incluindo aquelas para o SARS-CoV-2. Assim, esse estudo foi desenhado para avaliar o efeito da suspensão temporária do metotrexato na imunogenicidade da vacina CORONAVAC em pacientes com artrite reumatóide. - Discente: DILSON MARREIROS NUNES FILHO (DD)
Docente: Eduardo Borba Neto
Projeto: AVALIAÇÃO DO PERFIL LIPÍDICO APÓS REDUÇÃO DA DOSE DE HIDROXICLOROQUINA EM PACIENTES COM NEFRITE LÚPICA: ESTUDO LONGITUDINAL DE 6 MESES
Resumo: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença multissistêmica inflamatória crônica que afeta mais mulheres jovens1, é capaz de aumentar o risco cardiovascular dos pacientes, além de outras complicações como infecções e malignidades2. Neste sentido, atualmente existe uma grande preocupação em reduzir os danos acumulados através da melhora da qualidade de vida, aumento da sobrevida e redução das complicações relacionadas ao tratamento da doença3. Neste cenário a hidroxicloroquina (HCQ) é considerada pedra angular, pois é capaz de reduzir atividade inflamatória4 e exacerbações graves da doença, além de estar relacionada ao aumento de sobrevida5 e redução da dose cumulativa de glicocorticoides6. Importante ressaltar que os antimaláricos tem efeitos benéficos no perfil lipídico dos pacientes com LES2,7,8,9,10. Dois estudos longitudinais avaliaram a influência da HCQ no metabolismo das lipoproteínas de pacientes com LES e detectaram que essa droga promoveu redução significativa do colesterol total e LDL, após 3 meses de seu uso contínuo8,9. Além disso, duas meta-análises recentes também confirmaram que o uso da HCQ determinou uma redução de 24,3 mg / dL e 16,25 mg / dL nos níveis de LDL quando a HCQ e antimaláricos foram utilizados2,10. A recomendação da Liga Europeia Contra o Reumatismo (EULAR) de 2019 para o manejo da doença levantou a possibilidade de que a dose diária de HCQ pudesse ser reduzida em pacientes com LES em remissão sustentada4. Além disso, recentemente a American Academy of Ophthalmology (AAO) recomendou a dose máxima diária de 5,0 mg / kg / dia de peso real11. É importante ressaltar que nosso grupo avaliou a dinâmica dos níveis sanguíneos de HCQ em pacientes com LES com nefrite que estavam usando por pelo menos 3 meses a dose recomendada pela American Academy of ophthalmology (AAO) (4,7 ± 0,42 mg / kg / dia) e determinou o valor sérico de HCQ de 613,5 ng / ml como cut-off preditor de flare [OR = 8,67, IC de 95% 1,66-45,18, p = 0,013]12. Neste artigo, também confirmamos que um novo equilíbrio é alcançado com pelo menos 3 meses de uso da mesma dose de HCQ conforme demonstrado anteriormente e um período de 6 meses de dose diária de HCQ resulta em 96% do estado do “steady-state” da droga. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar prospectivamente se a dose diária de HCQ recomendada pela AAO ou doses mais baixas (2,5mg/kg) e, consequentemente, níveis sanguíneos de HCQ reduzidos, são capazes de sustentar o efeito benéfico sobre o perfil lipídico dessa droga. - Discente: JULIANA D´AGOSTINO GENNARI (DD)
Docente: Sandra Gofinet Pasoto
Projeto: ESTUDO CLÍNICO PROSPECTIVO RANDOMIZADO E DUPLO-CEGO CONTROLADO DA N-ACETILCISTEÍNA PARA DO TRATAMENTO DOS SINTOMAS DE SECURA DECORRENTES DA SÍNDROME DE SJÖGREN PRIMÁRIA.
Resumo: A N-acetilcisteína (NAC) possibilita a eliminação de espécies reativas de oxigênio (EROs) e possui um efeito anti-inflamatório. Por esse motivo, a NAC vem sendo utilizada e pesquisada no tratamento de diversas doenças, como nas doenças autoimunes. Tais doenças geram um processo de estresse oxidativo decorrente do quadro de inflamação crônica, que promove um desequilíbrio entre os níveis de EROs e a capacidade celular para eliminar os intermediários reativos e reparar o dano resultante através de antioxidantes. O desequilíbrio entre a produção de radicais livres de oxigênio e as espécies antioxidantes também pode estar envolvido na patogênese da síndrome de Sjögren primária (SSp). De fato, foram detectados níveis aumentados de marcadores do estresse oxidativo em amostras de biópsia de glândulas salivares menores desses pacientes. Até o momento, o tratamento da SSp não está bem estabelecido e também não é capaz de modificar a evolução da doença, sendo muitas vezes apenas sintomático, em parte pela falta de conhecimento aprofundado em relação à etiologia e fisiopatogenia da doença. Além disso, existem poucos dados na literatura quanto à verdadeira eficácia da NAC no tratamento da SSp e os poucos estudos existentes avaliaram populações heterogêneas (incluindo pacientes com outras causas de síndrome sicca) e não utilizaram os instrumentos validados para a mensuração do índice de sintomas e da atividade da doença. Assim, o presente estudo clínico randomizado duplo-cego tem por objetivo avaliar a eficácia da NAC no controle dos sintomas de síndrome sicca em uma população homogênea de pacientes com SSp (não apenas quanto aos critérios de classificação, mas também quanto ao baixo índice de atividade sistêmica da doença à entrada no estudo) através de testes amplamente aceitos na literatura. Adicionalmente, estudaremos a possível atuação da NAC sobre o estresse oxidativo no sangue periférico e na saliva desses pacientes. - Discente: JULIANA MIRANDA DE LUCENA VALIM (DD)
Docente: Nadia Emi Aikawa
Projeto: DESFECHOS DE SÍNDROME RESPIRATORIA AGUDA GRAVE NO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO AO LONGO DE 7 ANOS (2013-2020): UM ESTUDO NACIONAL.
Resumo: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune crônica multissistêmica que frequentemente evolui com hospitalizações e morte. As infecções, em particular, as infecções graves, são uma das principais causas dessas complicações, e contribuem para um terço de todas as mortes e até dois terços das hospitalizações evitáveis (1-7). O envolvimento pulmonar é responsável por 25-50% dos sítios infecciosos primários (2-5,7). O risco de infecção, nos pacientes com LES, geralmente está associado a múltiplos fatores: disfunção imunológica causada pela própria doença, tratamento imunossupressor e comorbidades comumente presentes nesse grupo de pacientes (3,4,8-11). Durante os últimos anos, um interesse particular nas infecções virais complicadas com a síndrome respiratória aguda grave (SRAG), também conhecida como síndrome do desconforto respiratório agudo, vem aumentando. Essa síndrome é uma forma de edema pulmonar não cardiogênico, decorrente de lesão alveolar secundária a um processo inflamatório, de origem pulmonar ou sistêmica. A SRAG se apresenta como hipoxemia aguda com infiltrados pulmonares bilaterais nos exames de imagem do tórax, que não são totalmente decorrentes de insuficiência cardíaca (12). A pneumonia é o fator de risco mais comum para o desenvolvimento da síndrome e, juntamente com a broncoaspiração, apresenta a maior mortalidade associada (13). O estudo Large observational study to UNderstand the Global impact of Severe Acute respiratory FailurE (LUNGSAFE) mostrou que a SRAG é bastante comum e apresenta mortalidade de 40,0% (IC 95%, 38,1% – 42,1%) (14) O papel das condições inflamatórias crônicas no desenvolvimento e evolução da SRAG ainda não está claro(15). Apesar da semelhança patogenética com a SRAG, no fato de serem consequência de uma superexpressão descontrolada da resposta inflamatória sistêmica, o LES ainda não foi claramente associado ao desenvolvimento de SRAG. Antes da pandemia de COVID-19, havia poucos estudos de SRAG na população com LES, principalmente restritos a relatos de casos e poucas análises retrospectivas.(16,17). Esses estudos observaram que a SRAG está associada principalmente a infecção com uma alta taxa de letalidade nos pacientes com LES. Essas observações sugerem que a SRAG em pacientes com LES deve ser considerada um subgrupo com pior evolução, diferente da SRAG na população geral. No entanto, até onde sabemos, apenas um estudo (17) avaliou a prevalência e os desfechos da SRAG durante 4 anos em pacientes com LES seguidos em um único centro comparados a pacientes sem LES, e, neste estudo, o grupo de comparação não foi pareado por idade e sexo. Não há, na literatura, estudos de âmbito nacional avaliando a evolução de SRAG no LES em um período mais prolongado. Além disso, mudanças nas terapias imunossupressoras do LES ao longo da última década podem ter alterado os padrões dos agentes infeciosos, a apresentação clínica e os desfechos da SRAG nessa população. - Discente: LETICIA MARIA KOLACHINSKI RAPOSO BRANDÃO (DD)
Docente: Eloisa Bonfá
Projeto: AVALIAÇÃO DA ESPESSURA COROIDEANA NA NEFRITE LÚPICA
Resumo: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune crônica, caracterizada por um amplo espectro de manifestações clínicas e pela produção de autoanticorpos. (KANGKANG et al., 2019) (UGARTE-GIL; GONZÁLEZ; ALARCÓN, 2019) Segundo a Fundação Lúpus da América, 1,5 milhão de americanos e pelo menos 5 milhões de pessoas em todo o mundo têm alguma forma de lúpus. (UGARTE-GIL; GONZÁLEZ; ALARCÓN, 2019). No Brasil, apesar da falta de estudos, a incidência de LES é estimada em 8,7 casos por 100.000 habitantes por ano. (VILAR; RODRIGUES; SATO, 2003) A patogênese do LES envolve a auto-reatividade dos linfócitos T e a ativação de células B policlonais, levando à produção de diversos autoanticorpos e consequente formação de imunocomplexos. Os mecanismos de eliminação de imunocomplexos tornam-se insuficientes, havendo depósito dos mesmos com consequente inflamação local e dano tecidual. Esses eventos podem regular indiretamente a expressão de mediadores como citocinas, quimiocinas, proteínas do complemento, respostas inatas e adaptativas. (LU et al., 2010) (SELVARAJA et al., 2019) Os critérios classificatórios de LES de 2019, propostos pela Liga Europeia Contra o Reumatismo (EULAR) e pelo American College of Rheumatology (ACR), incluem como critério obrigatório de entrada a positividade de anticorpos antinucleares pelo menos uma vez; seguido de critérios agrupados por peso e divididos em domínios clínico e imunológico. (ARINGER et al., 2019) Devido às manifestações clínicas potencialmente variadas e à complexidade de sua patogênese, o tratamento do LES pode ser desafiador. As terapias clássicas incluem o uso de glicocorticoides, antimaláricos e outras drogas imunossupressoras, incluindo agentes biológicos. (RUA-FIGUEROA FERNANDEZ DE LARRINOA, 2015) eto: AVALIAÇÃO DA ESPESSURA COROIDEANA NA NEFRITE LÚPICA). - Discente: LISBETH ARANCIBIA AGUILA (DD)
Docente: Rosa Maria Rodrigues Pereira
Projeto: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE ALTAS DOSES DE VITAMINA D3 EM PACIENTES COM LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO GRAVE – UM ESTUDO CLÍNICO RANDOMIZADO
Resumo: A vitamina D é um hormônio esteroide cuja função clássica consiste na manutenção do metabolismo ósseo e do cálcio. Além dessas ações, ela exibe um papel importante na regulação do crescimento, proliferação, apoptose e funções das células do sistema imune que tem participação essencial na fisiopatologia do lúpus eritematoso sistêmico (LES). Pacientes com LES apresentam múltiplos fatores de risco para deficiência de 25OHD como baixa exposição solar, uso de fotoproteção, presença de insuficiência renal e uso de medicações como glicocorticoides, anticonvulsivantes, antimaláricos que alteram o metabolismo da vitamina D. Baixos níveis desta vitamina parecem se correlacionar com atividade de doença, infecções e podem estar associados a sintomas como a fadiga. Evidências sugerem que a vitamina D tenha um grande potencial na regulação da resposta imunológica, porém, e que sua suplementação pode estar associada a melhora da atividade da doença, assim como na melhora da fadiga. Não existem estudos na literatura que avaliem a suplementação de vitamina D em pacientes lúpicos internados e sua repercussão na atividade da doença desses pacientes. Objetivo: Avaliar o efeito da suplementação de vitamina D nos parâmetros de atividade de doença e fadiga em pacientes com Lúpus eritematoso internados na Enfermaria do Serviço de Reumatologia da FMUSP. Metodologia: Será realizado um estudo randomizado duplo cego controlado por placebo e aleatorizado com o objetivo de avaliar o efeito da suplementação de vitamina D nos parâmetros de atividade de doença e fadiga, em 40 pacientes com LES internados na enfermaria de reumatologia do ICHC. Dos pacientes, 20 deles receberão suplementação com 100.000 U/semana de colecalciferol e 20 pacientes receberão placebo. Estes pacientes serão avaliados na entrada do estudo (durante a internação), 1 mês, 3 meses e 6 meses após alta da enfermaria. Resultados esperados: Objetivo primário: avaliar melhora dos parâmetros de atividade de doença; objetivos secundários: avaliar melhora dos parâmetros de fadiga e qualidade de vida e saúde mental com a suplementação de vitamina D em pacientes com diagnóstico de LES. - Discente: LORENZA ROSA SILVÉRIO SCOMPARIN (DD)
Docente: Samuel Katsuyuki Shinjo
Projeto: DISFUNÇÃO SEXUAL EM PACIENTES COM MIOPATIAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS
Resumo: A síndrome antissintetase (SAS) é uma miopatia autoimune sistêmica caracterizada pelo acometimento muscular, articular e/ou pulmonar, além da presença de febre, fenômeno de Raynaud ou “mãos de mecânico”. Laboratorialmente, é caracterizada pela presença de autoanticorpos anti-aminoacil-tRNA sintetases. Até o presente momento, não há estudos em pacientes com SAS abordando a questão de disfunção sexual que, por sua vez, pode afetar as esferas psicossociais, físicas e qualidade de vida dos pacientes. Neste contexto, o presente projeto avaliará inicialmente a prevalência de disfunção sexual em mulheres adultas com SAS e em indivíduos sem doenças reumatológicas (grupo controle) pareados por idade. Secundariamente, será avaliada a disfunção sexual nas pacientes com SAS de acordo com parâmetros demográficos, clínicos, laboratoriais, atividade da doença, dano cumulativo, terapia medicamentosa, qualidade de vida e psíquica. Por fim, será feita uma intervenção prospectiva das pacientes com disfunção sexual através de cartilhas e palestras educativas. Adicionalmente, será avaliado o parceiro das pacientes quanto a satisfação sexual. Espera-se com esse estudo identificar fatores que interfiram na saúde sexual e a partir de tais resultados traçar estratégias capazes de melhorar a qualidade de saúde sexual dos pacientes. - Discente: MARIA ESTER SIMEIRA FONSECA RIBEIRO (DD)
Docente: Danieli Castro Oliveira de Andrade
Projeto: AVALIAÇÃO DO QUADRO ARTICULAR EM PACIENTES COM SÍNDROME ANTIFOSFOLÍPIDE (SAF): ASPECTOS CLÍNICOS, LABORATORIAIS E RADIOLÓGICOS
Resumo: Introdução: A síndrome antifosfolípide (SAF) é uma doença autoimune caracterizada por tromboses e morbidade gestacional, em associação à presença de anticorpos antifosfolípides. A SAF pode ser primária ou associada a outras doenças autoimunes, podendo apresentar um espectro clínico amplo e acometer diversos sistemas. O sistema músculo-esquelético apresenta-se acometido nos pacientes com SAF, sendo a artralgia um sintoma comum nesses pacientes. O anticorpo anti-peptideo citrulinado cíclico (anti-CCP), descrito em doenças autoimunes e na artrite reumatoide, tem papel importante na gravidade e prognóstico da doença articular. Na SAF, não há estudos para avaliação do papel do anti-CCP na avaliação do acometimento articular da doença. Objetivos: Caracterizar as manifestações clínicas articulares, laboratoriais (anticorpo anti-CCP) e radiológicas da síndrome antifosfolípide (SAF primária e ou associada ao LES). Pacientes e Métodos: Serão avaliados 110 pacientes, de ambos os sexos e com idade de 18-50 anos, sendo 40 pacientes com SAF primária conforme os critérios Sapporo (1999) e modificados em Sydney (2006), 40 pacientes com SAF associada ao LES (critérios de classificação do ACR, 1997) e 30 controles pareados por sexo e idade. O estudo será transversal. Os pacientes serão avaliados quanto à presença de artralgias de características inflamatórias ou artrite. Os pacientes realizarão radiografia de mãos, dosagem de proteína C reativa (ensaio turbibidimétrico) e velocidade de hemossedimentação (automatizado, método manual de Westergreen, primeira hora). No mesmo momento, serão realizadas dosagens de anticorpo anti-CCP e fator reumatoide por ELiA. - Discente: MATHEUS SANTOS RODRIGUES SILVA (DD)
Docente: Eloisa Bonfá
Projeto: IMUNOGENICIDADE E SEGURANÇA DE UMA VACINA DE VÍRUS INATIVADO CONTRA O SARS-COV-2 EM PACIENTES COM ESPONDILITE ANQUILOSANTE E ARTRITE PSORIÁSICA.
Resumo: As infecções são uma das maiores causas de morbimortalidade em pacientes com doenças reumatológicas imunomediadas (1). Sabe-se que o maior risco infeccioso pode estar associado a doença de base em si ou, mais comumente, a terapêutica instituída com imunossupressores e imunomoduladores (2). Dessa forma, medidas como a vacinação, capazes de evitar ou mitigar o efeito das doenças infecciosas são imperiosas para este grupo de pacientes (3). No atual contexto da pandemia pelo SARS-CoV-2 que já vitimou mais de 3 milhões de pessoas ao redor do mundo (4) o desenvolvimento de uma vacina segura e efetiva tem sido prioridade mundial (5,6). Pacientes com diagnóstico de espondiloartrites fazem uso de diversos medicamentos imunossupressores com potencial de interferir na resposta vacinal a exemplo do metotrexato e medicações imunobiológicas (7-9). Em estudo realizado em 2011 por Saad e col. pacientes com diagnóstico de artrite psoriásica e espondilite anquilosante apresentaram taxas reduzidas de soroproteção após vacinação contra influenza A/H1N1 quando comparados ao grupo controle sem doenças reumatológicas (7). Outro trabalho de França I e col. também avaliando a resposta imunológica da vacina contra influenza A/H1N1 também encontrou menores taxas de soroproteção em pacientes com espondiloartrites em uso de terapia biológica com anti-TNF (8). Diante do cenário atual da pandemia e da disponibilidade de diferentes vacinas contra o SARS-CoV-2 , torna-se importante avaliar o perfil de imunogenicidade e segurança das vacinas atualmente em uso para combate a pandemia do SARS-CoV-2 na população de pacientes reumatológicos, já que as mesmas foram inicialmente testadas em estudos de fase 1, 2 e 3 em indivíduos sem doenças reumatológicas a exemplo da CORONAVAC (Sinovac Life Sciences, Beijing, China), vacina de vírus inativado utilizada por mais de 80% da população brasileira vacinada até o presente momento. (10-12). - Discente: MOISÉS DE FREITAS LAURENTINO (ME)
Docente: Patricia Moreno Granjeiro
Projeto: IMPACTO DO ISOLAMENTO SOCIAL NA SAÚDE FÍSICA E PSÍQUICA DE ADOLESCENTES COM DOENÇAS CRÔNICAS PRÉ-EXISTENTES DURANTE O ENFRENTAMENTO DA COVID-19 E UM ENSAIO CLINICO RANDOMIZADO DE UM PROGRAMA ONLINE DE TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO
Resumo: Adolescentes com doenças crônicas (DC) em quarentena podem ter questionamentos sobre COVID-19 (reativação da doença, risco da doença pelos imunossupressores, medo da morte). Além disto, podem apresentar distúrbios do sono, obesidade/sobrepeso, sedentarismo, intensificação do uso de mídias eletrônicas, problemas de relacionamento com pais/familiares, disfunções sexuais, violência, uso de álcool e drogas ilícitas, transtornos psicológicos/psiquiátricos, estresse pelo impacto financeiro, fechamento das escolas/universidades, suspensão de eventos esportivos, etc. Programas de saúde mental e de atividade física supervisionados online são também relevantes para minimizar os efeitos dessa pandemia. Até o momento, não há estudos transversais sistematizados que avaliaram impacto do isolamento social/quarentena na saúde física/psíquica de adolescentes com DC pré-existentes, particularmente nos imunossuprimidos, e não há estudo prospectivos randomizados de treinamento físico e supervisionado. Trata-se de um projeto multidisciplinar, que será dividido em duas etapas: 1) estudo transversal e 2) ensaio clínico prospectivo randomizado de um programa de treinamento físico aeróbio. 1) A população do estudo transversal incluirá 300 adolescentes com DC pré-existentes: doença infamatória intestinal, hepatite autoimune, lúpus eritematoso sistêmico juvenil, dermatomiosite juvenil, artrite idiopática juvenil, glomerulopatias, doença renal crônica e em diálise, transplantados renais e hepáticos. Analises estatísticas: O número amostral foi determinado com base na viabilidade de recrutamento e seleção de voluntários, e equipe de pesquisa e recursos disponíveis, seguindo recomendações prévias. - Discente: SARAH LUIZA GOMES DA SILVA (ME)
Docente: Samuel Katsuyuki Shinjo
Projeto: ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA POR CORRENTE CONTÍNUA EM PACIENTES COM DOENÇAS REUMÁTICAS AUTOIMUNES SISTÊMICAS
Resumo: Doenças reumáticas autoimunes sistêmicas (DRAS) são compostas de uma variedade de doenças que podem cursar com acometimento de diversos órgãos e sistemas, incluindo articular, muscular e neurológico. Apesar de tratamento medicamento e orientação quanto à realização de exercício físico regular, é notável a alta frequência de fadiga nesses pacientes. Esse sintoma, por sua vez, prejudica a capacidade funcional e qualidade de vida, gerando um mecanismo de ciclo vicioso entre esses sintomas. Assim sendo, torna-se relevante estabelecer estratégias terapêuticas que possam resultar em uma diminuição e/ou na quebra deste ciclo vicioso. Diversos estudos têm mostrado a eficácia do uso de neuromodulação não-invasiva (por exemplo: estimulação transcraniana por corrente contínua – tDCS) em diversas doenças para a diminuição da fadiga, modulação e redução da dor, melhora da força muscular, e consequente melhoria da capacidade funcional e da qualidade de vida. Nesse contexto, o nosso grupo foi pioneiro em demonstrar a segurança e possível benefício de tDCS em pacientes com DRAS e, em especial, com miopatias autoimunes sistêmicas. O presente projeto tem como objetivo estender estudo de tDCS, associada a um exercício físico aeróbio, em pacientes com diferentes tipos de DRAS (por exemplo: artrite reumatoide, síndrome de Sjögren, vasculites sistêmicas, lúpus eritematoso sistêmico, espondiloartrites, etc), porém com fadiga crônica. Será avaliada também a segurança e a relevância dessa técnica na melhora da funcionalidade global, capacidade funcional e qualidade de vida dos pacientes. O estudo será prospectivo, aberto e quase-experimental, incluído pacientes com diversos tipos de DRAS e com fadiga crônica. As sessões serão realizadas concomitante a aplicação do tDCS e, concomitante ao exercício aeróbio de caminhada em esteira rolante. A intensidade será verificada através da percepção subjetiva de esforço a qual será controlada pelo profissional de educação física.
A combinação de técnicas central e periférica pode resultar em uma maior conectividade da rede neural, contribuindo assim na diminuição da fadiga crônica e resultando em melhoria geral da qualidade de vida dos pacientes. - Discente: SÉRGIO MAMERI MEIRELES DE SOUZA (DD)
Docente: Bruno Gualano
Projeto: AVALIAÇÃO DOS CASOS DE COVID19 EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE: EPIDEMIOLOGIA, GRAVIDADE E EFETIVIDADE VACINAL
Resumo: A artrite reumatoide (AR) afeta aproximadamente 0,5% da população mundial. É uma doença autoimune heterogênea, crônica e progressiva que afeta principalmente as articulações (1). A doença é comumente tratada com imunossupressores e está associada a uma maior suscetibilidade a infecções (2). De fato, as doenças infecciosas constituem uma comorbidade significativa e estão associadas a uma mortalidade significativa na AR (3). A pandemia devido ao β-coronavírus (SARS-CoV-2) é uma questão de emergência global há quase 3 anos. Assim como na população geral, pacientes com doenças reumáticas autoimunes com idade avançada, sexo masculino e comorbidades (obesidade, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares ou pulmonares) foram mais propensos à gravidade da doença (4). Nesse contexto, o risco de todos os desfechos adversos da COVID-19 foi maior em pacientes com AR em comparação aos pacientes sem AR, atribuídos principalmente a fatores ajustados, como idade e comorbidades. No entanto, o risco de tromboembolismo venoso e sepse foram maiores na coorte de AR, indicando a AR como fator de risco independente para esses dois desfechos. Entre os pacientes com AR, sexo masculino, raça negra e uso de glicocorticoide foram associados a desfechos adversos. Usuários de Rituximabe (RTX) ou inibidores de IL-6 foram associados a um risco aumentado de hospitalização em comparação com usuários de inibidores de Fator de Necrose Tumoral (TNF) (5). Um estudo brasileiro avaliou o declínio da imunogenicidade anti-SARS-CoV-2 e casos incidentes seis meses após a segunda dose da vacina inativada Sinovac-CoronaVac (D210) em 828 pacientes com doenças reumáticas autoimunes em comparação com 207 indivíduos controles balanceados por idade/sexo, concluindo que embora a positividade de anticorpos neutralizantes e a porcentagem de inibição tenham diminuído 41% e 54% nos pacientes (p < 0,001) e 39,7% e 47% nos controles, não houve aumento concomitante nos casos de COVID-19 (6). Medeiros-Ribeiro et al. (2021) realizaram um estudo de fase 4 em São Paulo, Brasil, verificando a imunogenicidade e segurança da vacina inativada CoronaVac em pacientes com doenças reumáticas autoimunes. Eles encontraram menor soroconversão de IgG anti-SARS-Cov-2 e positividade de anticorpos neutralizantes no 69º dia no grupo de doenças reumáticas autoimunes do que no grupo controle, mas não houve eventos adversos moderados ou graves, indicando o uso de CoronaVac em pacientes com doenças reumáticas autoimunes, pois apesar de uma resposta reduzida, foi encontrada uma imunogenicidade aceitável a curto prazo nesses pacientes (7). Os resultados do registro médico da COVID-19 Global Rheumatology Alliance revelaram que pacientes com AR tratados com RTX ou Inibidores de Janus Quinase (JAKi) tiveram pior gravidade da COVID-19 do que aqueles em uso de Inibidores do Fator de Necrose Tumoral (TNFi), o que diminuiu as chances de hospitalização (8), e concluiu-se também que a exposição a glicocorticóides ≥ 10mg/dia está associada a maior chance de hospitalização, embora a exposição a drogas modificadoras da atividade de doença (DMARDs) não tenha sido associada, incluindo antimaláricos como a Hidroxicloroquina (9). Todos esses dados estão relacionados a análises pré-vacinação. Com o advento da vacinação, poucos dados se concentraram em infecções em pacientes já completamente vacinados e eficácia de diferentes plataformas de vacinas, mas nenhum avaliou especificamente a vacinação CoronaVac em pacientes com AR vacinados em comparação com pacientes não vacinados. - Discente: THIAGO JUNQUEIRA TREVISAN (DO)
Docente: Ricardo Fuller
Projeto: ABATACEPTE E BAIXOS NÍVEIS DE GAMAGLOBULINAS: ASSOCIAÇÃO A RISCO INFECCIOSO E RESPOSTA DE ATIVIDADE DE DOENÇA EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE?
Resumo: O Abatacepte (ABA) pode reduzir os níveis de gamaglobulinas nos pacientes com Artrite Reumatoide (AR) tratados com a medicação, porém a segurança a longo prazo dessa redução é desconhecida. Além disso, há dados conflitantes na literatura quanto a redução de gamaglobulinas e resposta à medicação com melhora dos parâmetros de atividade de doença. O objetivo principal desse estudo é verificar a associação da redução dos níveis de gamaglobulinas com maior risco infeccioso nesses pacientes. O objetivo secundário é avaliar se a redução dos níveis de gamaglobulinas se correlaciona com controle de atividade de doença. Trata-se de uma análise retrospectiva dos dados de uma coorte de incepção ao tratamento de pacientes com artrite reumatoide : 179 pacientes com AR tratados pela primeira vez com ABA no centro de infusão (CEDMAC) em centro terciário (HC-FMUSP) entre o período de janeiro de 2007 até dezembro de 2019. Os pacientes foram avaliados clinicamente em relação à atividade de doença e presença de infecção, e foram avaliados laboratorialmente com medida dos níveis séricos de gamaglobulinas, IgG, IgM e IgA. - Discente: VALÉRIA BERTON LIGOURI ZACCHI (DD)
Docente: Walcy Paganelli Rosalia Teodoro
Projeto: AÇÃO DOS CORTICOSTERÓIDES EM CICATRIZES CUTÂNEAS QUELOIDIANAS: AVALIAÇÃO DA MATRIZ EXTRACELULAR, PROTEÍNAS DE SINALIZAÇÃO E FIBRILOGÊNESE
Resumo: A resposta humana à solução de continuidade da pele é o reparo da ferida, que objetiva restaurar rapidamente essa barreira. Nem sempre este processo acontece de maneira fisiológica, podendo ocorrer aumento da fibrose cicatricial, gerando problemas funcionais e estéticos para o paciente. Este é o caso das cicatrizes exuberantes: cicatrizes hipertróficas e quelóides. Os quelóides, de aspecto nodular com expansão para além das bordas da lesão original, podem surgir na ausência de estímulo danoso, sendo relacionados a áreas com maiores quantidades de glândulas sebáceas e à produção de melanina e não evoluem com o tempo. Apesar dos já bem conhecidos mecanismos moleculares básicos de cicatrização de feridas, o conhecimento sobre queloides ainda é contraditório devido à sua complexidade. Os mecanismos fisiopatológicos dos quelóides apontam para diversos aspectos destas cicatrizes, dentre eles alterações inflamatórias dérmicas, altos níveis de citocinas pró-inflamatórias, número aumentado de mastócitos, de linfócitos B e T e de macrófagos, grande número de fibroblastos, com alta proliferação e baixa apoptose, papel dos TGFs β1 e β2 e dos miofibroblastos, alta síntese de colágenos, níveis aumentados de componentes da matriz extracelular, dentre outros. Muitos são os tratamentos descritos para os quelóides, incluindo o uso de corticóides intra-lesionais. No entanto, pouco se sabe sobre o efeito celular e molecular desencadeado por estes fármacos. Desse modo, torna-se imperativo o conhecimento dos mecanismos de síntese e interação célula-matriz que possam influenciar na formação de quelóides para o estabelecimento de novos tratamentos, bem como possíveis biomarcadores séricos presentes nesses pacientes. Assim, nossa proposta será avaliar a composição e a distribuição dos elementos celulares e das proteínas da matriz extracelular da pele e em cultura de fibroblastos provenientes de cicatrizes queloidianas, tratados e não tratados previamente com corticosteróides, bem como identificar possíveis biomarcadores séricos em pacientes com quelóides. Para este estudo serão coletadas amostras de sangue e de pele de indivíduos portadores de cicatrizes queloidianas no momento de seu tratamento cirúrgico, para que se possa identificar a reatividade celular e das proteínas da matriz extracelular nas cicatrizes queloidianas tratadas e não tratadas com corticosteróides e os mecanismos fibrilares e transcricionais envolvidos neste processo. - Discente: VERENA ANDRADE BALBI (DD)
Docente: Nadia Emi Aikawa
Projeto: NÍVEL SANGUÍNEO DE HIDROXICLOROQUINA PREDIZ ATIVIDADE DE NEFRITE NO LUPUS JUVENIL DURANTE 6 MESES DE SEGUIMENTO Resumo: Os antimaláricos são fundamentais no tratamento de pacientes com lupus eritematoso sistêmico (LES). Sabe-se a obtenção de efeito terapêutico requer um padrão de adesão adequado. Em pacientes adultos com LES, foi verificado que a baixa concentração de hidroxicloroquina (HCQ) no sangue total (< 1000ng/mL) pode prever exacerbações sistêmicas da doença durante seis meses de acompanhamento. Já em adultos com nefrite lúpica, a maior probabilidade de reativações renais está associada a níveis sanguíneos de HCQ inferiores a 600 ng/mL. O lupus eritematoso sistêmico juvenil (LESJ) tem alta morbidade, com envolvimento renal em até 80% dos casos. Entretanto, não existem dados sobre o padrão de níveis sanguíneos de HCQ em pacientes com LESJ e nefrite lúpica ou uma definição de valores preditivos de flare. Objetivo: O objetivo deste estudo é determinar o valor de cut-off do nível sanguíneo de HCQ preditor de flare em 6 meses e avaliar o padrão de aderência dos pacientes com LESJ e antecedente de nefrite, baseado na concentração sanguínea de HCQ. Métodos: Serão incluídos 60 pacientes com diagnóstico de LESJ e nefrite prévia, com dose prescrita de HCQ recomendada pela Academia Americana de Oftalmologia (AAO) em 2016 (até 5mg/kg/dia), por mais de 6 meses com idade até 21 anos. Os participantes serão avaliados no baseline (BL) e 6 meses após (6M). Nestas visitas serão coletados dados demográficos, socioeconômicos, clínicos, laboratoriais, além dos tratamentos realizados. A dosagem do nível sanguíneo de HCQ por HPLC (liquid chromatography-tandem mass spectrometry) também será realizada. O escore de atividade de doença (SLEDAI-2K) será obtido nas 2 visitas ou a qualquer momento durante o seguimento, se houver flare. A definição de flare foi estabelecida como aumento ≥ 3 pontos no SLEDAI-2K e/ou troca/aumento da dose de glicocorticoide ou imunossupressores. O padrão da aderência dos participantes será avaliado com base em informações das doses retiradas da farmácia, assim como pela variação dos níveis de HCQ no sangue durante o período do estudo. - Discente: VITORIA ELIAS CONTINI (ME)
Docente: Eduardo Borba
Projeto: ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO PRECOCE DA FIBROSE PULMONAR EM MODELO EXPERIMENTAL DE ESCLEROSE SISTÊMICA INDUZIDO COM COLÁGENO V
Resumo: As doenças pulmonares intersticiais (DPI) estão entre as complicações mais graves associadas à esclerose sistêmica (ES). O risco de desenvolver DPI é maior no início do curso da ES. Dessa forma, modelos experimentais que auxiliem no entendimento dos estágios iniciais da patogênese da doença pulmonar associada à ES são essenciais para a avaliação de novas estratégias terapêuticas que reduzam a evolução da fibrose pulmonar. Recentemente, nosso grupo estabeleceu um modelo experimental em camundongos C57BL/6 por imunização com colágeno tipo V (Col V) que desenvolveram um padrão histológico de pneumonia intersticial inespecífica no pulmão, associado ao espessamento das pequenas e médias artérias intrapulmonares. Nosso objetivo será avaliar o estabelecimento da fibrose pulmonar nas fases iniciais da ES experimental induzida em camundongos C57BL/6 pela imunização com Col V. Para isso, serão utilizadas camundongas fêmeas C57BL/6 (n=30) serão imunizados por via subcutânea com Col V humano (150 μg) em adjuvante completo de Freund, seguido por dois reforços intramusculares (IM-COLV). O grupo controle (n=30) não receberá Col V. Os grupos dos animais serão submetidos à eutanásia nos dias 15, 30 e 45 após a imunização. As células inflamatórias CD4, CD8 e CD20, marcadores vasculares ET1, VEGF e fibróticos TGFβ1, CTGF serão avaliados por imunohistoquímica , imunofluorescência para o colágeno dos tipos I, III e V e análise quantitativa pelo software Image Pro Plus. Para avaliar o conteúdo total de colágeno do tecido pulmonar será utilizado a dosagem da 4hidroxprolina, assim como a expressão gênica para marcadores vasculares e fibróticos.
LINHA 7 – Efeitos do exercício físico, nutrição e genética na saúde e no desempenho físico
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- Discente: ALINA DUMAS (DD)
Docente: Eimear Bernadette Dolan
Projeto: O IMPACTO DAS FLUTUAÇÕES DE PESO DURANTE A TEMPORADA COMPETITIVA NA SAÚDE ÓSSEA EM REMADORES DE ELITE
Resumo: Este estudo utilizará um projeto controlado e em paralelo, na qual os remadores de elite serão investigados em três momentos no decorrer do ano: 1) próximo a uma competição de nível nacional, onde os atletas deverão estar no auge de suas capacidades físicas e, ao mesmo tempo, tendo que atingir o peso estipulado pela FISA (59 kg e 72,5 kg para mulheres e homens, respectivamente); 2) em um período de tempo em que os atletas estão realizando um treinamento árduo, mas não têm o requisito de atingir um peso específico e 3) após uma pausa no treinamento, na qual os atletas terão a oportunidade de se recuperar do treinamento e não precisarão diminuir o peso. Com base em nosso conhecimento dessa população, assim como na literatura mencionada anteriormente na área [33, 34], a maioria dos remadores terão que perder peso para atingir o peso da competição, embora o grau e velocidade da perda e a quantidade de peso para perder provavelmente variem consideravelmente de acordo com as características biológicas de cada remador, juntamente com a categoria de peso na qual competem. Nenhuma restrição será colocada nos meios utilizados para atingir o peso da competição, já que o objetivo principal deste estudo é entender as práticas na vida real e suas consequências na saúde óssea para atingir o peso de competição em remadores de elite. A massa e a microarquitetura óssea serão avaliadas usando DXA e HRpQCT. Amostras de sangue serão utilizadas para medir os níveis circulantes de biomarcadores ósseos e serão tomadas nos mesmos momentos que os exames DXA e HRpQCT. A disponibilidade de energia será avaliada com base na relação entre a taxa metabólica de repouso medida (resting metabolic rate; RMR) e a RMR projetada (pRMR) usando a equação de Harris-Benedict, com um deficiente energético definido como uma pessoa na qual a relação RMR:pRMR ≤ 0,90. Finalmente, os participantes completarão um diário de “bem-estar e treinamento” durante todo o estudo. Os atletas registrarão as classificações subjetivas de esforço durante o treino, sono, fadiga, e motivação, além do seu peso diário, enquanto as remadoras fornecerão informações sobre a menstruação. Treinamento e intensidade do exercício, tipo, volume de carga e tempo também serão registrados para calcular o gasto energético do exercício. Os exercícios serão feitos usando um monitor de frequência cardíaca e a média da frequência cardíaca será gravada após cada sessão de treinamento. - Discente: ANDRESA ROSSILHO CASALE (ME)
Docente: Bruno Gualano
Projeto: IMPACTO DO BLOQUEIO DO RECEPTOR DE INTERLEUCINA-6 SOBRE A RESPOSTA AGUDA AO EXERCÍCIO NA SENSIBILIDADE À INSULINA E CAPTAÇÃO MUSCULAR DE GLICOSE EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE
Resumo: A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória crônica que afeta as articulações, causando dor, edema, incapacidade física e baixa qualidade de vida. Além disso, pacientes com AR apresentam risco aumentado de desenvolver doenças cardiovasculares e, consequentemente, morte prematura. Dentre os tratamentos farmacológicos mais eficazes, está o uso de agentes biológicos que inibem a ação de substâncias específicas, como a interleucina 6 (IL-6) e fatores de necrose tumoral (TNF). O exercício físico é considerado um tratamento não farmacológico de primeira linha na AR, melhorando o quadro inflamatório e metabólico, a capacidade física e funcional, fadiga e prevenindo o surgimento de DCV. Estudos apontam que a IL-6, quando secretada em decorrência do exercício físico, traz diversos benefícios. Entretanto, não se sabe como é, e se há, a interação entre agentes biológicos bloqueadores de IL-6 e exercício físico sobre respostas metabólicas, como a sensibilidade à insulina, em pacientes com AR. Para trazer luz a essa questão, mulheres adultas (³ 18 anos) com diagnóstico de AR (n = 20) e saudáveis (n = 10) serão recrutadas para uma sessão aguda de exercício aeróbio. As pacientes com AR serão divididas em 2 grupos, de acordo com o medicamento em uso (tocilizumabe ou anti-TNF). As respostas agudas da sensibilidade à insulina após a sessão de exercício serão avaliadas pela técnica padrão ouro conhecida como clamp euglicêmico hiperinsulinêmico, ao passo que as vias moleculares dessa resposta serão avaliadas por meio de biópsia muscular e posterior análise da expressão gênica e proteica. A tomografia por emissão de pósitrons integrada à ressonância magnética (PET/RM) será realizada para quantificar a captação de glicose pelo músculo esquelético. As respostas dos grupos serão comparadas pela análise de medidas repetidas, com grupo e tempo como fatores fixos, e participantes como fator aleatório. Caso necessário, será realizado o teste de post hoc de Tukey. O nível de significância adotado será de 5%. - Discente: AMANDA ROMUALDO SANTANA (ME)
Docente: Guilherme Giannini Artioli
Projeto: PAPEL DA (IN)ATIVIDADE MUSCULAR NO CONTROLE DA HOMEOSTASE DE CARNOSINA NO MÚSCULO ESQUELÉTICO
Resumo: Carnosina é um dipeptídeo multifuncional abundantemente expresso no músculo esquelético de diversos mamíferos, incluindo os humanos. Tipicamente, o conteúdo de carnosina muscular em humanos varia entre 15-40 mmol·kg-1 de músculo seco (Harris et al., 2006; da Eira Silva et al., 2020). A carnosina pode ser sintetizada endogenamente a partir de seus dois aminoácidos constituintes, a saber, β-alanina e L-histidina, em reação catalisada pela enzima carnosina sintase (Drozak et al., 2010). Várias funções fisiológicas importantes têm sido atribuídas à carnosina, as quais incluem regulação do pH intramuscular (Dolan et al., 2018), proteção contra glicação e carbonilação proteica (Hipkiss et al., 1994; Hipkiss et al., 1995), detoxificação de produtos da peroxidação lipídica, como aldeídos reativos (Aldini et al., 2013; Carvalho et al., 2018), e regulação dos transientes de Ca2+ no músculo esquelético e na sensibilidade do aparato contrátil ao Ca2+ (Dutka et al., 2012; Hannah et al., 2015). Além de comprovada relevância para o desempenho físico e esportivo em atividades de alta intensidade (Hobson et al., 2012; Saunders et al., 2017), valores aumentados de carnosina muscular parecem também ter influência sobre diversos processos da base etiológica de doenças crônicas de alta prevalência (Artioli et al., 2019). A homeostase da carnosina no músculo esquelético é regulada por diversos fatores. O mais importante deles é a disponibilidade de β-alanina, aminoácido precursor de sua síntese cujas concentrações intramusculares tipicamente baixas são limitantes para a síntese de carnosina (Harris et al., 2006; Matthews et al., 2019; Artioli et al., 2010). Outros fatores que contribuem para a regulação da carnosina no músculo incluem a atividade das enzimas responsáveis pela síntese e degradação de carnosina no músculo esquelético (Everaert et al., 2013) e a eficiência dos sistemas de transporte de β-alanina às células musculares (Blancquaert et al., 2016). É bem estabelecido na literatura que a suplementação de β-alanina, em médio e longo prazo, aumenta o conteúdo intramuscular de carnosina (Harris et al., 2006; Hill et al., 2007; Saunders et al., 2017; da Eira Silva, 2020), e que a magnitude do aumento de carnosina é dependente da dose total acumulada de β-alanina (Resende et al., submetido). Contudo, ainda não se sabe com clareza quais outros estímulos podem participar da regulação da carnosina muscular no músculo esquelético. Nesse sentido, evidências ainda conflitantes sugerem que o exercício físico, tanto de forma aguda como crônica, pode afetar os níveis de carnosina intramuscular. Os primeiros estudos que avaliaram essa questão adotaram delineamento transversal, nos quais atletas velocistas foram comparados com atletas fundistas e com controles não atletas (Parkhouse et al., 1985), ou em que fisiculturistas experientes foram comparados com controles não treinados (Tallon et al., 2005). Em ambos os estudos, maiores valores de carnosina muscular foram encontrados nos atletas velocistas e nos fisiculturistas, em comparação com seus controles não treinados, o que sugere que a exposição em longo prazo a exercícios de alta intensidade pode ser um estímulo para maior síntese de carnosina intramuscular. No entanto, diversos estudos longitudinais subsequentes não conseguiram confirmar a hipótese de que o treinamento físico é capaz de aumentar o conteúdo de carnosina no músculo esquelético (Mannion et al., 1994; Kendrick et al., 2008; Kendrick et al., 2009; Baguet et al., 2011; Edge et al., 2013; Gross et al., 2014). Esses estudos, entretanto, apresentam limitações importantes, tais como ausência de controle da ingestão de β-alanina via dieta, e volume ou intensidade de treino provavelmente abaixo do necessário para induzir aumentos de carnosina muscular, o que os torna incapazes de responder de forma conclusiva se o exercício físico de fato influencia a homeostase de carnosina no músculo esquelético. Mais recentemente, uma investigação de nosso grupo mostrou que 12 semanas de treinamento intervalado de alta intensidade resultaram em aumento significante (~25%) na carnosina muscular (Painelli et al., 2018). Um importante controle utilizado nesse estudo foi o recrutamento exclusivo de indivíduos vegetarianos, controlando, portanto, a maior fonte de interferência sobre a carnosina muscular, a saber, o consumo de β-alanina via dieta. Todavia, Hoetker et al. (2018) mostraram, em contraste com os dados de Painelli et al. (2018), que o treinamento de baixa intensidade, e não de alta intensidade, foi capaz de aumentar carnosina muscular. Os dados de Hoetker et al. (2018) mostraram, ainda, que o treinamento de alta intensidade reduziu a carnosina muscular, o que pode ter sido causado por perdas de carnosina muscular que ocorrem em resposta aguda ao exercício de alta intensidade. Contudo, a hipótese de perda aguda de carnosina induzida pelo exercício não foi confirmada em outros trabalhos (Carvalho et al., 2018), o que traz ainda mais dúvidas quanto o papel do exercício como regulador da carnosina muscular. Neste projeto, usaremos um modelo animal de imobilização e de treinamento físico para estudar o comportamento da carnosina muscular em dois extremos do espectro atividade-inatividade muscular. Além de avaliar o papel da atividade muscular sobre a carnosina muscular, este estudo também terá como objetivo explorar mecanismos moleculares potencialmente envolvidos nesses processos. - Discente: AMANDA YURI IRAHA (ME)
Docente: Tiago Peçanha
Projeto: EFEITOS DA PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS SOBRE A FUNÇÃO VASCULAR E PARÂMETROS DE SAÚDE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL
Resumo: A artrite idiopática juvenil (AIJ) é a doença reumatológica mais comum na infância e adolescência, caracterizando-se pela presença de inflamação sinovial e de outras manifestações heterogêneas. A AIJ influencia diversos aspectos da qualidade de vida do paciente, com consequências físicas, psicológicas e sociais. Um desfecho importante nesta doença são as doenças cardiovasculares, que constituem a segunda causa de mortalidade nesses pacientes. Especula-se que as alterações clínicas e cardiovasculares se relacionem com os baixos níveis de atividade física na AIJ, no entanto isto ainda não foi demonstrado nesta doença. Os objetivos do presente projeto serão: (1) comparar o nível de atividade física e parâmetros antropométricos, funcionais e cardiovasculares entre pacientes com AIJ e adolescentes saudáveis; e (2) verificar os efeitos de um programa home-based de atividade física na saúde geral e função cardiovascular em pacientes com AIJ. Para isto, este projeto incluirá 2 estudos, um transversal e um ensaio clínico randomizado e controlado. Para o estudo transversal, serão recrutados 17 adolescentes (10-18 anos) com AIJ e 17 saudáveis. Para o ensaio clínico, serão recrutados 24 participantes com AIJ que serão randomizadas em um grupo que realizará 2 meses de treinamento físico (GTF; n = 12) e um grupo controle que não realizará atividade física (CON; n = 12). O programa de atividade física será não-presencial (i.e., home-based), realizado 3 vezes na semana, durante 12 semanas, e será composto por exercícios físicos que envolvam grandes grupos musculares, que não necessitem de equipamentos sofisticados e que sejam de fácil aprendizagem e execução. Em ambos os estudos, os participantes serão avaliados quanto aos seguintes parâmetros: (1) aspectos clínicos/atividade de doença; (2) nível de atividade física e comportamento sedentário; (3) antropometria e composição corporal; (4) parâmetros sanguíneos; (5) capacidade aeróbia; (6) força muscular e capacidade funcional; (7) avaliação nutricional; (8) qualidade de vida; (9) pressão arterial; (10) fluxo sanguíneo e função endotelial; (11) estrutura vascular; (12) ecocardiograma convencional e com speckle tracking bidimensional. O teste T de Student será utilizado para comparação de todos os parâmetros avaliados entre os pacientes com AIJ e os saudáveis. A análise de modelos mistos para medidas repetidas será realizada para investigar os efeitos da intervenção sobre a função cardiovascular e demais desfechos nos pacientes com AIJ. Quando pertinente, o post hoc de Tukey será utilizado para as comparações múltiplas. - Discente: ARTHUR AMARAL DE CARVALHO (ME)
Docente: Bryan Saunders
Projeto: DIFERENÇAS ENTRE OS SEXOS NA RESPOSTA DE DESEMPENHO DE CICLISTAS TREINADOS EM UM CONTRARRELÓGIO DE CICLISMO DE 4-KM APÓS A SUPLEMENTAÇÃO DE NITRATO INORGÂNICO
Resumo: Existem boas evidências de que o nitrato pode melhorar o desempenho e a capacidade do exercício em indivíduos do sexo masculino. Entretanto, mulheres são claramente sub representadas na pesquisa de suplementação de nitrato no exercício e uma proporção substancial dos estudos com esta população não mostra efeitos com o uso deste suplemento. No entanto, existe evidência contrária sugerindo que o nitrato pode beneficiar a performance de atletas do sexo feminino. É possível que a ausência de benefício da ingestão de nitrato, em muitas das investigações conduzidas com mulheres, deva-se à presença de aspectos sub ótimos nos desenhos destas. Ademais, até o momento, nenhum estudo comparou diretamente a resposta de desempenho à suplementação de nitrato entre homens e mulheres. Portanto, pretende-se investigar se, em condições propícias à observação de um efeito ergogênico, a suplementação aguda de nitrato é tão efetiva em melhorar a performance de mulheres quanto a de homens. Para isso, 30 ciclistas treinados (15 homens e 15 mulheres) realizarão testes contrarrelógio de ciclismo de 4-km, num modelo crossover, contrabalanceado e randomizado, duas horas e meia após receberem de forma duplo-cega: 70 ml de suco de beterraba concentrado contendo 6.2 mmol de nitrato (NIT), 70 ml de suco de beterraba concentrado livre de nitrato (PLA) ou um controle não-placebo (CON). Este estudo será o primeiro a comparar diretamente a resposta de desempenho à ingestão de nitrato entre homens e mulheres, controlando práticas de higiene oral e utilizando protocolos de suplementação e de exercício propícios para a observação de um efeito positivo. Os resultados deste estudo serão de grande relevância para atletas do sexo feminino que estão em busca de estratégias para melhorar o desempenho esportivo e poderão impactar no desenho de futuros estudos - Discente: BRENO DUARTE COSTA (DO)
Docente: Bryan Saunders
Projeto: COMPARAÇÃO DE EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE SUCO DE BETERRABA E NITRATO DE SÓDIO NO DESEMPENHO DE UM CONTRARRELÓGIO DE CICLISMO DE 4 KM
Resumo: Existem boas evidências de que o nitrato pode melhorar o desempenho e a capacidade do exercício. Entretanto, não existe uma forma padrão de suplementação dessa substância na literatura, baseado nisso, sugere-se que parte da discrepância de resultados obtidos em diversos estudos que avaliaram a suplementação de nitrato em testes de desempenho e de capacidade física, podem ser decorrentes da forma de suplementação utilizada. É possível que a ausência de benefício da ingestão de nitrato, em muitas das investigações conduzidas, deva-se à falta de padronização da forma de suplementação, assim como a presença de aspectos sub ótimos nos desenhos destas. Ademais, até o momento, nenhum estudo comparou diretamente a resposta de desempenho à suplementação de nitrato entre duas formas diferentes (nitrato de sódio e suco de beterraba concentrado rico em nitrato). Portanto, pretende-se investigar se, em condições propícias à observação de um efeito ergogênico, a suplementação aguda de nitrato nessas duas formas é tão efetiva em melhorar a performance de ciclistas. Para isso, 30 ciclistas treinados realizarão testes contrarrelógio de ciclismo de 4-km, num modelo crossover, contrabalanceado e randomizado, duas horas e meia após receberem de forma duplo-cega: 70 ml de suco de beterraba concentrado contendo 6.4 mmol de nitrato (BET), 70 ml de suco de beterraba concentrado livre de nitrato (PLA2), nitrato de sódio contendo 6.4 mmol de nitrato (NIT), cloreto de sódio (PLA1) e controle (CON). Este estudo será o primeiro a comparar diretamente a resposta de desempenho à ingestão de duas formas diferentes de nitrato em ciclistas, controlando práticas de higiene oral e utilizando protocolos de suplementação e de exercício propícios para a observação de um efeito positivo. Os resultados deste estudo serão de grande relevância para atletas que estão em busca de estratégias para melhorar o desempenho esportivo e poderão impactar no desenho de futuros estudos. - Discente: BRUNA AGUERA REINA (ME)
Docente: Eimear B. Dolan
Projeto: O EFEITO DA BAIXA DISPONIBILIDADE ENERGÉTICA E DA COMPOSIÇÃO ALIMENTAR NA RESPOSTA DO SISTEMA IMUNOLÓGICO EM UMA SESSÃO AGUDA DE EXERCÍCIO
Resumo: Uma adequada disponibilidade de energia é essencial para a função ótima dos processos fisiológicos do corpo, incluindo o sistema imunológico, porém atualmente, existem evidências limitadas sobre os efeitos de uma breve exposição a baixa disponibilidade energética no sistema imunológico, principalmente em indivíduos do sexo masculino. Portanto, esse estudo tem como objetivo primário investigar se um período agudo de baixa disponibilidade de energia afeta a função imunológica em adultos saudáveis. O objetivo secundário consiste em verificar se a ingestão protegida de proteína pode influenciar nos resultados, já que a proteína é um macronutriente que pode influenciar em diversas vias do sistema imunológico. Quatorze homens saudáveis, de 18 a 40 anos, fisicamente ativos participarão de oito sessões, sendo: a) a primeira sessão para coletar dados preliminares; b) a segunda sessão de familiarização; c) seis sessões de testes experimentais. As sessões experimentais irão incluir: 1-quatro testes controle, com manutenção do balanço energético (45kcal/kg MLG/dia); 2- um teste de baixa disponibilidade de energia (15 kcal/kg MLG/dia; LEA) e 3- um teste de baixa disponibilidade de energia, com ingestão proteica protegida (LEA-PROT), realizados em ordem aleatória. Cada estudo experimental terá a duração de cinco dias, sendo que a taxa metabólica de repouso (TMR), os dados da composição corporal, o teste de VO2 máximo e as amostras de sangue serão coletados no primeiro e quinto dia. Nos dias 1 a 4 de cada estudo experimental, os participantes seguirão a dieta experimental, que será fornecida e deverão elaborar um diário alimentar e fazer os registros de treinamento. Os testes experimentais serão compostos por um teste ergométrico que será realizado por 45 minutos a 70% do VO2 máximo e, logo em seguida, um contrarrelógio de 4km (TT). As amostras de sangue serão coletadas antes, durante e depois do exercício para a análise de biomarcadores indicativos do sistema imunológico, que incluirá citocinas inflamatórias (como IFN- γ, IL-10, IL-6 e TNF- α) e receptores solúveis de TNF (como sTNFR1 e sTNFR2), bem como os níveis de hormônios metabólicos e reprodutivos (LH , FSH, TSH, IGF-1, testosterona, SHBG). - Discente: BRUNA CARUSO MAZZOLANI (DD)
Docente: Bruno Gualano
Projeto: PROMOÇÃO DE ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL EM PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: EFEITOS SOBRE QUALIDADE DE VIDA E ASPECTOS PSICOLÓGICOS.
Resumo: Pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico possuem uma menor qualidade de vida associada à saúde quando comparados com a população em geral, populações com outras doenças reumáticas ou doenças crônicas graves. A atividade da doença, dor, fadiga, tratamento, comorbidades, fatores demográficos, sociais e emocionais são preditores de uma menor qualidade de vida nesses pacientes. Em tese, intervenções de promoção de atividade física e consumo alimentar saudável poderiam atuar na melhora da qualidade de vida de pacientes com Lúpus. Esse amplo ensaio controlado e randomizado (“Living Well with Lupus”) tem por objetivo avaliar os efeitos de uma nova intervenção clínica de “mundo real”, com vistas à promoção de atividade física estruturada e não estruturada e alimentação saudável (com base no Guia Alimentar para a População Brasileira), sobre o risco cardiovascular, a qualidade vida, qualidade do sono e aspectos psicológicos em pacientes com Lúpus. Nessa tese, especificamente, os desfechos de interesse são aqueles associados à qualidade vida, à qualidade do sono e aos aspectos psicológicos. Métodos quanti e qualitativos serão empregados. Antes e após a intervenção, serão avaliados: 1) nível de atividade física e comportamento sedentário; 2) consumo alimentar; 3) parâmetros clínicos; 4) qualidade de vida; 5) aspectos psicológicos (ansiedade, depressão); 6) qualidade do sono. Grupos focais serão realizados ao final do seguimento para avaliar qualitativamente os impactos da intervenção. Os achados desse projeto poderão servir como base para novas prescrições baseadas em evidência com o objetivo de modificar o estilo de vida de pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico. (AU) - Discentes: CAMILLA ASTLEY AMARAL PEDROSO (DO)
Orientador: Bruno Gualano
Projeto: IMPACTO DO BLOQUEIO FARMACOLÓGICO DO RECEPTOR DE INTERLEUCINA-6 SOBRE AS RESPOS
TAS METABÓLICAS AO TREINAMENTO FÍSICO EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE
Resumo: A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória sistêmica crônica e progressiva caracterizada pela inflamação sinovial das articulações e elevada produção de citocinas inflamatórias. A inflamação sistêmica crônica está relacionada ao aumento no risco de eventos cardiovasculares, a resistência periférica à insulina e dislipidemias. A interleucina (IL)-6 é uma citocina pleiotrópica de ação dual e dependente do seu local de atuação. Na AR, sua ação pró-inflamatória é responsável por diversas doenças, tornando seu bloqueio uma estratégia medicamentosa eficaz. O uso de agentes biológicos que inibem a ação de citocinas inflamatórias como a IL-6 (tocilizumabe) e o fator de necrose tumoral-α (anti-TNF-α) estão entre os tratamentos farmacológicos eficazes na AR. Em paralelo, a IL-6 liberada através da contração muscular é responsável por diversas adaptações fisiológicas importantes que poderiam auxiliar na melhora clínica desses pacientes; portanto, mesmo que seu bloqueio seja seguro e eficaz em controlar a atividade da doença, esses pacientes poderiam apresentar uma atenuação das respostas metabólicas mediadas pela ação da IL-6 proveniente do exercício. Com o objetivo de investigar o impacto do bloqueio da IL-6 nas respostas metabólicas adaptativas à um programa de treinamento físico associadas à sensibilidade à insulina e suas vias moleculares de sinalização, na captação muscular de glicose e sobre o tecido adiposo visceral, 60 mulheres adultas com AR e em uso de tocilizumabe e anti-TNF-α (TNF) serão recrutadas para participar de 16 semanas de um programa de treinamento físico combinado (aeróbio e treinamento de força). Sendo assim, as participantes serão divididas em 4 grupos: (1) tocilizumabe + treinamento físico (TCZ+TF), (2) tocilizumabe + não treinamento (TCZ), (3) anti-TNF-α + treinamento físico (aTNF+TF) e (4) anti-TNF-α + não treinamento (aTNF). As avaliações antes e após o protocolo de treinamento incluem coleta sanguínea para análise bioquímica, hormonal e inflamatória, parâmetros clínicos da doença, aptidão cardiorrespiratória, composição corporal, sensibilidade à insulina, tomografia por emissão de pósitrons com [18F] FDG e ressonância magnética (PET/RM) para quantificação da captação de glicose, biópsia muscular e análise de expressão gênica e proteica do músculo esquelético. As respostas dos grupos serão comparadas pela análise de medidas repetidas, com grupo e tempo como fatores fixos, e participantes como fator aleatório. Caso necessário, será realizado o teste de post hoc de Tukey. O nível de significância adotado será de 5%. - Discente: FABIANA INFANTE SMAIRA (DD)
Docente: Bruno Gualano
Projeto: PROMOÇÃO DE ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL EM PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA, EFICÁCIA E VIABILIDADE DO ESTUDO “VIVENDO BEM COM LUPUS” (LIVING WELL WITH LUPUS)
Resumo: Pacientes com lúpus eritematoso sistêmico despendem a maior parte das horas diárias em comportamento sedentário e tendem a ser inativos. O comportamento sedentário e a inatividade física são fatores de risco independentes para piores marcadores de saúde e mortalidade na população geral e em casos clínicos. Além disso, o padrão alimentar é um fator determinante na saúde dos indivíduos. Devido à escassez de estudos sobre o padrão alimentar de pacientes com lúpus eritematoso sistêmico, acredita-se que, estes pacientes apresentem o mesmo perfil alimentar da população geral, isto é, um consumo elevado de alimentos com baixa composição nutricional e alta densidade calórica, caracterizada por uma inadequação do aporte de micronutrientes. Nesse contexto, novas intervenções focadas na prática de atividade física e no manejo do consumo alimentar seriam de grande relevância terapêutica. Entretanto, até o presente momento, não existem estudos focados nessas estratégias em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico. Logo, é fundamental avaliar as mudanças de estilo de vida proveniente de uma nova proposta de intervenção. Portanto, esse projeto tem como objetivo: avaliar a segurança, eficácia e viabilidade da intervenção clínica, bem como as barreiras e facilitadores para o engajamento em mudanças de estilo de vida. Trata-se de um estudo clínico randomizado, de grupos paralelos e controlado, em que serão coletados os seguintes dados pré e pós intervenção: 1) comportamento sedentário e nível de atividade física; 2) hábitos alimentares; 3) parâmetros clínicos; 4) parâmetros de segurança e viabilidade da intervenção. Ademais, grupos focais serão realizados ao final do seguimento para avaliar qualitativamente os impactos da intervenção. Os achados desse projeto serão de grande relevância clínica, uma vez que podem servir como base para novas prescrições focadas na mudança de hábitos de atividade física e alimentares, que são fatores de risco para pacientes com lúpus. - Discente: FELIPE MIGUEL MARTICORENA (DD)
Docente: Bryan Saunders
Projeto: EFEITO PLACEBO SOBRE A PERFORMANCE ESPORTIVA E COGNITIVA APÓS O CONDICIONAMENTO À SUPLEMENTAÇÃO DE CAFEÍNA
Resumo: Historicamente placebos são compreendidos como intervenções inertes, e que por este motivo não teriam qualquer tipo de efeito sobre o organismo. Por esta razão, placebos passaram a ser utilizados como umcomparador em ensaios clínicos, a fim de identificar a efetividade das intervenções. No entanto, com o avançar da ciência, ficou claro que o efeito placebo é um fenômeno mensurável, que pode levar a efeitos benéficos sobre o organismo. Existem diversos fatores capazes de potencializar o efeito placebo, como por exemplo personalidade, contexto, expectativa e, como sugerem evidência recentes, o condicionamento. Ocondicionamento é quando repetidas doses de certa substância é substituída por um placebo. Estudos realizados com analgésicos injetáveis, como a morfina, identificou mudanças fisiológicas similares entre placebos, após o condicionamento, e a substância real. Suplementos alimentares, em especial a cafeína, são largamente utilizados com o objetivo de melhora da performance esportiva. A principal justificativa para ergogenicidade as substâncias é o fato dela e seus metabólitos serem antagonistas do receptor de adenosina, o que leva ao aumento da liberaçãode catecolaminas, gerando aumento da agitação psicomotora e redução da percepção de dor, convergindo para melhora do rendimento esportivo e cognitivo. Apesar de tais mecanismos serem bem estabelecidos, nenhum estudo avaliou o efeito placebo após o condicionamento a cafeína e suas respostas sobre parâmetros fisiológicos e performance esportiva e cognitiva. A hipótese é de que o condicionamento a cafeína potencialize o efeito placebo, levando à melhora da performance e mudanças fisiológicas similares a encontradas com a suplementação de cafeína, mesmo que não haja a administração da substância. Para testar essa hipótese o presente estudo recrutará n = 48 ciclistas do sexo masculino, de 18 a 40 anos, saudáveis e com baixo consumo de cafeína. Os participantes serão randomizados em quatro grupos paralelos a) Sem tratamento b) Placebo c) Condicionamento à cafeína d) Controle do Condicionamento. Para todos os grupos serão realizadas seis visitas ao laboratório, sendo duas sessões de familiarização e quatro sessões principais. Em todas elas os voluntários irão completar 3 testes cognitivos e um teste contrarrelógio de 1-km, respectivamente. Além disso amostras de sangue serão coletadas para avaliação de fator neurotrófico derivado do cérebro xantinas e catecolaminas plasmáticas. Questionários de expectativa, efeitos colaterais e consumo alimentar serão aplicados. Os dados serão analisados utilizando um modelo-misto de medidas repetidas para detectar diferenças sobre as variáveis de desempenho, tanto esportivo quanto cognitivo. - Discente: GABRIEL HENRIQUE CASTANHO BARRETO (DD)
Docente: Bryan Saunders
Projeto: EFEITO DO GENÓTIPO E DO CONSUMO HABITUAL NAS RESPOSTAS INDIVIDUAIS À SUPLEMENTAÇÃO AGUDA DE CAFEÍNA
Resumo: A cafeína é uma das substâncias psicoativas mais consumidas no mundo, sendo utilizada, também, como recurso ergogênico em práticas esportivas. Seu mecanismo de ação inicialmente era creditado a uma possível capacidade de mobilização de ácidos graxos, poupando desta forma, glicogênio muscular. Sabe-se, hoje, que seu efeito se deve principalmente à sua ação antagônica em receptores de adenosina, principalmente os de tipo A2A. Contanto, há variações quanto à resposta à suplementação aguda de cafeína interindivíduos. Alguns fatores podem ser pontuados para justificar estas variações, como por exemplo o polimorfismo da enzima CYP1A2. Aparentemente, em comparação com os homozigotos AA para este gene, os carreadores do alelo C metabolizam cafeína mais lentamente, gerando dois outros dois fenótipos: 1) heterozigotos AC, etabolizadores intermediários e 2) homozigotos CC, ou metabolizadores lentos. Hipotetiza-se que, como as paraxantinas apresentam maior afinidade aos receptores no sistema nervoso central, maus metabolizadores de cafeína obtenham menor benefício da suplementação aguda de cafeína. Com o objetivo de avaliar as respostas individuais de cada genótipo à suplementação de cafeína, neste trabalho, ciclistas treinados de ambos os sexos realizarão um contrarrelógio de 4 km em três diferentes oportunidades, sendo elas divididas de maneira duplo-cega, randomizada e balanceada entre recebendo a) 3mg/kg de cafeína, b) 6mg/kg de cafeína e c) placebo. O desfecho primário a ser avaliado será o tempo até completar o contrarrelógio. Os desfechos secundários serão lactato plasmático e cortisol como marcadores de intensidade de esforço; potência máxima produzida e escala de percepção de esforço de Borg. Os resultados deste trabalharam trarão nova luz à discussão a respeito das variações interindividuais nas respostas à suplementação aguda de cafeína. - Discente: GABRIEL PERRI ESTEVES (DD)
Docente: Eimear Bernadette Dolan
Projeto: A INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO FÍSICO NA SAÚDE ÓSSEA DE PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO SUBMETIDOS A PULSOTERAPIA COM GLICOCORTICOIDES
Resumo: Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença reumatológica autoimune na qual a desregulação da função imune e uma resposta inflamatória sistêmica exacerbada causam danos a tecidos e órgãos, como articulações, pele, rins, células anguíneas, cérebro e coração. É uma condição que possui natureza cíclica caraterizada por períodos de atividade de doença, nos quais a remissão pode ser induzida a partir de uma variedade de estratégias farmacológicas, incluindo a pulsoterapia com glicocorticoides. Esta terapia consiste em infusão intravenosa de doses supra fisiológicas da droga, tipicamente em período de 3 a 5 dias, seguida de prescrição contínua de doses moderadas a altas de glicocorticoide, com o intuito de consolidar a remissão. Esta técnica demonstrou ter eficiência clínica devido ao importante potencial anti-inflamatório dos glicocorticoides. Entretanto, pode provocar uma série de efeitos adversos, incluindo prejuízos à saúde óssea, que quando não tratados podem culminar em osteopenia e osteoporose. Dessa forma, é essencial que sejam empregadas terapias coadjuvantes que possam manter os benefícios terapêuticos do glicocorticoide, ao mesmo tempo que mitiguem os efeitos adversos à saúde musculoesquelética. O treinamento físico é uma dessas terapias coadjuvantes que poderia, teoricamente, alcançar esses objetivos. Existem evidências significativas na literatura que demonstram os efeitos do exercício sobre o tecido muscular e ósseo, além de uma série de efeitos sistêmicos, como a melhora da função imune, que pode auxiliar no manejo da doença de base. Entretanto, a eficácia dessa estratégia nesse contexto específico ainda não foi explorada. O objetivo desse estudo é, portanto, examinar os efeitos de um programa de treinamento físico supervisionado, progressivo, e com duração de 6 meses em desfechos relacionados à saúde óssea em um grupo de mulheres com LES e indicação de realizar pulsoterapia com glicocorticoide devido à atividade da doença. Após um período de recuperação de três semanas, um protocolo de treinamento será realizado em ambiente domiciliar, com monitoramento e orientação virtual,e com o objetivo de desenvolver força e capacidade aeróbica. Desfechos serão examinados em três momentos distintos, nomeadamente nos períodos pré-, intra- e pós-intervenção. A saúde óssea será avaliada por uma série de testes como a avaliação de densidade da massa óssea através de DXA, índices de microarquitetura e força óssea aferidos por tomografia computadorizada quantitativa periférica de alta resolução (HRpQCT), níveis circulantes de marcadores do metabolismo ósseo, incluindo P1NP e β-CTX, e por biomarcadores inflamatórios. Os resultados desse trabalho possuem potencial considerável de fortalecer o atual tratamento dessa condição e fornecer opções terapêuticas coadjuvantes não apenas para indivíduos com LES tratados com pulsoterapia de glicocorticoide, mas também diante de outras condições clínicas tratadas de forma semelhante. - Discente: GERSIEL NASCIMENTO DE OLIVEIRA JUNIOR (DO)
Docente: Hamilton Roschel
Projeto: EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO ASSOCIADO A SUPLEMENTAÇÃO PROTEICA SOBRE OS PARÂMETROS ÓSSEOS EM IDOSOS OBESOS SARCOPÊNICOS EM RESTRIÇÃO CALÓRICA: UM ENSAIO CLÍNICO CONTROLADO E RANDOMIZADO.
Resumo: A redução do conteúdo e/ou da integridade óssea é inerente ao processo de envelhecimento. Entretanto algumas comorbidades podem acelerar este declínio. A este respeito, a junção da obesidade com a sarcopenia (i.e. obesidade sarcopênica) potencializa essa redução. Uma estratégia amplamente utilizada para o tratamento da obesidade é a restrição calórica. Entretanto ela gera consequências negativas no tecido ósseo, ressaltando a necessidade do desenvolvimento de outras estratégias auxiliares a ela. Uma importante contramedida para atenuar essas alterações é o treinamento de força, associado ou não ao treinamento aeróbico (i.e. treinamento combinado, TC). Embora o TC seja eficaz, ele gera apenas uma atenuação da redução da massa óssea em indivíduos submetidos a um programa de restrição calórica. Deste modo, emerge a necessidade de estratégias complementares ao TC. Devido ao papel fundamental da ingestão proteica sobre a massa óssea, tem sido sugerido que a suplementação de proteínas pode contribuir positivamente para a atenuação do declínio da massa óssea durante a restrição calórica. Porém, seu efeito aditivo ao TC sobre a massa óssea permanece incerto. Assim, este projeto pretende investigar se a suplementação proteica gera um efeito adicional ao TC sobre a manutenção da massa óssea em obesos sarcopênicos em um programa de restrição calórica. Sendo assim, 60 idosos obesos sarcopênicos serão aleatoriamente divididos em 3 grupos: PLA) TC com restrição calórica e suplementação de placebo (n=20); PROT) TC com restrição calórica e suplementação de proteínas (n=20); CTRL) Grupo controle (sem exercício) (n=20). A avaliação da densidade mineral óssea, dos parâmetros da microarquitetura óssea e os biomarcadores relacionados a remodelação óssea (i.e. marcadores de formação e de reabsorção) serão realizadas no momento inicial e após 16 semanas de intervenção. Modelos mistos para medidas repetidas serão empregados para examinar os efeitos da intervenção. - Discente: IGOR LONGOBARDI AMIN (DD)
Orientador: Hamilton Roschel
Projeto: INFLUÊNCIA DO TIMING DA SUPLEMENTAÇÃO DE CREATINA NO TREINAMENTO DE FORÇA SOBRE O CONTEÚDO DE CREATINA INTRAMUSCULAR
Resumo: A creatina é considerada o suplemento nutricional disponível mais efetivo para aprimorar o desempenho físico-esportivo e aumentar a massa muscular, especialmente quando combinada ao treinamento de força (TF). Um crescente corpo de evidências tem sugerido que a ingestão de creatina pós-exercício pode proporcionar maiores benefícios em comparação ao seu uso préexercício. No entanto, uma série de limitações metodológicas apresentadas por essas investigações compromete a interpretação de seus resultados. Nesse sentido, devido à atual falta de clareza, o presente estudo tem como objetivo investigar, de maneira controlada, se o timing da suplementação é capaz de influenciar os aumentos no conteúdo intramuscular de creatina e, consequentemente, seus efeitos ergogênicos durante um programa de TF. Utilizando um desenho experimental duplocego, quarenta e cinco homens jovens treinados em força serão pareados em nível basal a partir do desempenho da força de membros inferiores, e, então, alocados randomicamente a um de três grupos experimentais: (Crpré) creatina pré-exercício/placebo pós-exercício (n=15); (Crpós) placebo pré-exercício/creatina pós-exercício (n=15); ou (PLA) placebo pré-exercício/placebo pós-exercício (n=15). O protocolo de TF consistirá em 3 sessões de treino semanais realizadas em dias não consecutivos por 8 semanas. Os participantes serão submetidos a testes de desempenho da força de membros inferiores e biópsias musculares (para quantificação do conteúdo intramuscular de creatina) antes (T0), durante (T1; ao término da primeira semana) e após (T2) o período experimental. Além disso, também serão realizadas avaliações da área de secção transversa dos músculos reto femoral e vasto lateral, e da composição corporal pré- (i.e., T0) e pós-intervenção (i.e., T2). Por fim, os dados serão tratados para medidas repetidas, sendo assumidos “grupo” e “tempo” como fatores fixos e “sujeitos” como fator randômico. O nível de significância será préestabelecido em p < 0,05. - Discente: INDYANARA CRISTINA RIBEIRO (DO)
Docente: Hamilton Roschel
Projeto: DISFUNÇÃO AUTONÔMICA CARDIOVASCULAR EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE: CONTRIBUIÇÃO DO QUIMIORREFLEXO PERIFÉRICO, IMPACTO NO CONTROLE DO FLUXO SANGUÍNEO MUSCULAR E NA TOLERÂNCIA AO EXERCÍCIO FÍSICO
Resumo: A artrite reumatoide (AR) cursa com aumento do risco cardiovascular, o que pode ser favorecido pela presença de disfunção autonômica cardiovascular, notadamente um aumento da atividade simpática e redução da parassimpática. Alterações no controle reflexo cardiovascular exercido pelos quimiorreceptores periféricos podem contribuir para a disfunção autonômica nesta população, no entanto isto ainda não foi investigado. Além de aumentar o risco cardiovascular, a disfunção autonômica com hiperatividade simpática pode causar alterações na regulação de fluxo sanguíneo muscular, contribuindo para a intolerância ao exercício físico na AR. Frente ao exposto, o presente projeto envolve a realização de 2 estudos, com objetivos distintos. O Estudo 1 irá investigar a contribuição do quimiorreflexo periférico para o controle autonômico cardiovascular em pacientes com AR. Para isto, serão recrutadas 16 mulheres pós menopausa com AR, e 16 controles, que serão pareadas por idade, índice de massa corporal (IMC) e perfil cardiometabólico. A avaliação do quimiorreflexo periférico será realizada por meio de exposição a três diferentes concentrações de gases (i.e., normóxia, hipóxia e hiperóxia). Durante esta avaliação, serão registradas a frequência cardíaca (FC), pressão arterial (PA), o fluxo sanguíneo muscular e ventilação (V̇E). Estes parâmetros serão comparados entre as sessões e os grupos por meio de análise de modelos mistos (p<0,05). O Estudo 2 irá investigar se pacientes com AR apresentam comprometimento na regulação do fluxo sanguíneo para a musculatura ativa durante o exercício físico, proveniente à hiperatividade simpática. Para isto, serão recrutadas 17 mulheres com AR e 17 controles, que serão pareadas por idade, IMC e parâmetros de risco cardiovascular. As voluntárias realizarão duas sessões de experimento, compostas por exercício de preensão manual (i.e., handgrip), seguido por exercício de cicloergômetro para membros inferiores. Em uma das sessões, a atividade nervosa simpática será inibida parcialmente por administração de fentolamina (i.e., bloqueador receptores alfa adrenérgicos), enquanto a outra sessão será realizada sem inibição farmacológica da atividade simpática. Em ambas as sessões, o fluxo sanguíneo muscular será avaliado em repouso e durante o exercício por meio de um ultrassom Doppler posicionado na artéria braquial para o exercício de preensão manual, e na artéria femoral para o exercício de cicloergômetro. Além disso, será avaliada a tolerância ao exercício por meio da avaliação das respostas cardiovasculares, ventilatórias e perceptuais durante os exercícios. Estes parâmetros serão comparados entre as sessões e os grupos por meio de análise de modelos mistos (p<0,05). Os resultados obtidos com estes estudos permitirão um melhor entendimento sobre mecanismos subjacentes ao aumento do risco cardiovascular e da intolerância ao exercício físico na AR, podendo ser utilizados para respaldar intervenções farmacológicas ou não-farmacológicas para o manejo cardiovascular nesta população. - Discente: JHONNATAN VASCONCELOS PEREIRA SANTOS (DO)
Docente: Bruno Gualano
Projeto: EFEITOS DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO FÍSICO DOMICILIAR SOBRE PARÂMETROS CLÍNICOS DE PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM A CONDIÇÃO PÓS-COVID-19: UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO E CONTROLADO
Resumo: 1.1 OBJETIVO GERAL: Investigar os efeitos de um programa de exercícios físicos domiciliares, remotamente supervisionado, sobre o quadro clínico de pacientes diagnosticados com a condição pós-COVID-19. 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Esta proposta busca, em pacientes com diagnóstico clínico da condição pós-COVID-19, explorar os impactos de um programa de exercícios físicos domiciliares sobre: a) aptidão física e funcional (desfecho primário); b) quadro sintomático; c) função pulmonar ou respiratória; d) performance cognitiva; e) sintomas neuropsiquiátricos; f) parâmetros gerais de saúde. - Discente: JOÃO ANTONIO SPOTT DE OLIVEIRA BOZA (DD)
Docente: Fabiana Braga Benatti
Projeto: AVALIAÇÃO DE CONDUTAS E CONHECIMENTO MÉDICO SOBRE O GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA NO MAIOR COMPLEXO HOSPITALAR DA AMÉRICA LATINA
Resumo: As mudanças na indústria alimentícia e o aumento no consumo de ultra processados levaram ao surgimento de novas classificações alimentares, bem como ao aumento na prevalência de obesidade em diversos países. O Guia Alimentar para a População Brasileira surge como instrumento norteador para uma alimentação saudável em nosso país. O nível de conhecimento sobre nutrição de médicos e estudantes de medicina é globalmente baixo. Ao nosso conhecimento, não há estudos que avaliem o conhecimento destes profissionais sobre o Guia. Nosso objetivo é caracterizar condutas e conhecimento médico sobre o Guia Alimentar para a População Brasileira para doentes crônicos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Os dados serão coletados através de um questionário múltipla escolha de preenchimento e envio online por meio da ferramenta Research Electronic Data Capture (REDCap) com 41 questões sobre: epidemiologia, formação, hábitos de vida e conhecimentos específicos sobre o Guia. Estima-se uma amostra de 7.137 médicos ativos com vínculo com o HCFMUSP, FMUSP, FFM e FZ. Os dados serão apresentados em porcentagem, mediana, média ± desvio padrão e comparados pelo teste qui-quadrado de Pearson, teste exato de Fisher, teste de Mann-Whitney ou Teste t de Student, conforme apropriado para cada variável. Valores de p £ 0,05 serão considerados significantes. - Discente: LILIANA KATARYNE FERREIRA SOUZA (DO)
Docente: BRYAN SAUNDERS
Projeto: ALTERAÇÕES NA FMRI COM PLACEBO PERCEBIDO COMO CAFEÍNA
Resumo: O “placebo” (PLA) é uma substância inerte que, por si só, não produz qualquer reação no organismo. Por outro lado, “efeito placebo” (EP) é o resultado positivo, incluindo reações neurobiológicas, especificamente conquistado pela administração de uma substância PLA. A “cafeína” (CAF) é uma substância psicoativa que, no cérebro, atua como antagonista dos receptores de adenosina, ativando regiões cerebrais e causando respostas neurais e vasculares que promovem efeitos ergogênicos. A literatura mostra que o PLA percebido como CAF pode otimizar o desempenho esportivo e que cerca de até 59% dos efeitos ergogênicos da CAF podem ser atribuídos a EP. Logo, é razoável hipotetizar que as vias neurais ativadas pela CAF também podem ser ativadas por PLA, caso o mesmo seja percebido como CAF. Assim, o objetivo desta pesquisa é avaliar e determinar os efeitos da CAF e PLA, percebidos como cafeína, em imagem de ressonância magnética funcional (fMRI). Desse modo, serão recrutados 60 adultos saudáveis, de ambos os sexos, e com idades entre 18 e 40 anos, que responderão aos questionários: 1) Escala de Crenças em Suplementos Esportivos, 2) Teste de Orientação de Vida, 3) Questionário de frequência alimentar, 4) Questionário de sintomas relacionados ao consumo de cafeína e 5) Efeitos colaterais pré/pós-suplementação em um total de três visitas. Durante as visitas, os participantes serão aleatoriamente pré-organizados para receber: A) cafeína anidra (6 mg/kg/peso corporal) percebida como CAF; B) placebo percebido como CAF e C) placebo percebido como PLA. Dois exames de fMRI serão realizados em cada visita, o primeiro após 30 min de repouso e o segundo 60 min após a suplementação. Espera-se que os resultados demonstrem que as alterações que ocorrem no fluxo sanguíneo cerebral após a ingestão de CAF, são semelhantes as que ocorrem após a ingestão de PLA percebido como CAF. - Discente: JULIANA BUENO DE NOVAIS (DO)
Docente: Fabiana Braga Benatti
Projeto: PAPEL DA MICROBIOTA INTESTINAL NA RESPOSTA CARDIOMETABÓLICA AO EXERCÍCIO FÍSICO DE MULHERES OBESAS SUBMETIDAS À CIRURGIA BARIÁTRICA: UM ESTUDO EXPERIMENTAL DE PROVA DE CONCEITO EM ANDAMENTO
Resumo: A obesidade se tornou um grande problema de saúde publica mundialmente, nesse contexto, a atividade física e as cirurgias bariátricas são importantes métodos de perda de peso, e esta, é sabido, impacta a diversidade da microbiota intestinal. Estudos já demonstram a interligação entre microbiota intestinal, obesidade e comorbidades relacionadas, como a síndrome metabólica. O objetivo deste estudo é avaliar a resposta metabólica de ratos obesos submetidos a transplante de microbiota proveniente de pacientes obesos após a cirurgia bariátrica, com e sem treinamento físico, visando entender a adaptação e o papel da microbiota no metabolismo do indivíduo. - Discente: JULIANA MARIA BARBOZA (ME)
Docente: Eimear Bernadette Dolan
Projeto: A VIABILIDADE E ACEITABILIDADE DE UMA INTERVENÇÃO SUPERVISIONADA DE TREINAMENTO FÍSICO EM UM GRUPO DE PACIENTES COM LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO SUBMETIDOS À PULSOTERAPIA COM GLICOCORTICOIDES
Resumo: Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença reumatológica autoimune na qual a desregulação da função imune é uma resposta inflamatória sistêmica exacerbada causam danos a tecidos e órgãos, como articulações, pele, rins, células sanguíneas, cérebro e coração. É uma condição que possui natureza cíclica caracterizada por períodos de atividade de doença, nos quais a remissão pode ser induzida a partir de uma variedade de estratégias farmacológicas, incluindo a pulsoterapia com glicocorticoides. Esta terapia consiste em infusão intravenosa de doses supra fisiológicas da droga, tipicamente em período de 3 a 5 dias, seguida de prescrição contínua de doses moderadas a altas de glicocorticoide, com o intuito de consolidar a remissão. Esta técnica demonstrou ter eficiência clínica devido ao importante potencial anti-inflamatório dos glicocorticoides. Entretanto, pode provocar uma série de efeitos adversos, perda e disfunção muscular, perturbações do metabolismo ósseo, alterações metabólicas, como dislipidemia, aumento anormal e excessivo de gordura corporal e desordens glicêmicas. Dessa forma, é essencial que sejam empregadas terapias coadjuvantes que possam manter os benefícios terapêuticos do glicocorticoide, ao mesmo tempo em que mitiguem os efeitos adversos à saúde. O treinamento físico é uma dessas terapias coadjuvantes que poderia, teoricamente, alcançar esses objetivos. Mas o sucesso de qualquer intervenção depende do engajamento e adesão de seus participantes. Deste modo um estudo de viabilidade e aceitabilidade é crucial para demonstrar se uma intervenção com um programa de treinamento físico possui as estratégias e métodos apropriados para ser aplicada, levando em consideração dificuldades, barreiras, motivações e crenças das participantes sobre o exercício. Para investigar estratégias para otimizar a intervenção e torna-la eficiente O objetivo deste estudo é investigar a viabilidade e aceitabilidade de uma intervenção supervisionada de treinamento físico de 6 meses em um grupo de pacientes submetidos a terapia com glicocorticoide de alta dose por meio de quatro métricas estabelecidas: (A) capacidade de recrutamento, (B) aceitabilidade e adequação, (C) exigência de recursos, (D) eficácia da intervenção(23,24). - Discente: LARISSA REGISTRO DA COSTA (ME)
Docente: Bryan Saunders
Projeto: O EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO AGUDA DE DIFERENTES DOSES DE CAFEÍNA SOBRE O DESEMPENHO DE CICLISTAS TREINADOS EM UM CONTRARRELÓGIO DE CICLISMO DE 4-KM APÓS HABITUAÇÃO AO CONSUMO DE CAFEÍNA
Resumo: A cafeína pode exercer um efeito ergogênico em exercícios realizados em uma ampla faixa de intensidades e durações. Entretanto, parece existir uma variação substancial entre os indivíduos na resposta de desempenho à sua suplementação. Atualmente, a influência do consumo habitual de cafeína no efeito ergogênico subsequente à sua ingestão é um “hot topic” na área da ciência do esporte. O uso habitual de cafeína parece reduzir a magnitude do efeito ergogênico desta substância, embora exista evidência contrastante. Porém, tem sido hipotetizado que esta redução pode ser compensada pela ingestão aguda de uma dose de cafeína superior à habitualmente consumida. Portanto, pretende-se investigar se a suplementação aguda de cafeína, com uma dose superior à dose diária habitual, pode compensar a tolerância ao seu efeito ergogênico desenvolvida após a sua ingestão crônica. Para isso, quarenta ciclistas treinados (20 homens, 20 mulheres) com baixo consumo habitual de cafeína (<75 mg/dia) realizarão testes contrarrelógio de ciclismo de 4-km, num modelo crossover, contrabalanceado e randomizado, após receberem de forma duplo-cega: 3 mg/kg de cafeína (PRÉCAF3), 6 mg/kg de cafeína (PRÉCAF6) e placebo (PRÉPLA). Depois, os voluntários serão aleatoriamente alocados para receber 3 mg/kg de cafeína ou placebo (maltodextrina) durante 28 dias. Ao final deste período de suplementação de cafeína ou placebo, os participantes serão submetidos novamente a testes contrarrelógio de 4-km, num modelo crossover, contrabalanceado e randomizado, após serem suplementados de forma duplo-cega com: 3 mg/kg de cafeína (PÓSCAF3), 6 mg/kg de cafeína (PÓSCAF6) e placebo (PÓSPLA). Este estudo será o primeiro a controlar o consumo habitual de cafeína e testar a hipótese de que a suplementação de cafeína, com uma dose superior à habitualmente consumida, pode compensar a tolerância ao seu efeito ergogênico desenvolvida após o consumo crônico desta substância. Os resultados deste estudo serão de grande relevância para atletas consumidores habituais de cafeína e poderão impactar no desenho de futuros estudos. - Discente: LETICIA LOBATO SOUZA (ME)
Docente: Carolina Nicoletti Ferreira Fino
Projeto: EFEITO DO ÁCIDO FÓLICO NOS NÍVEIS DE METILAÇÃO DO DNA DOS ADIPÓCITOS EM PACIENTES COM LÚPUS: ESTUDO IN VITRO
Resumo: Avaliar a metilação do DNA dos genes da via IL-2/IL-17A/Stat3/CREM2 em cultura de tecido adiposo de pacientes obesos com LES antes e após tratamento com ácido fólico.
- Discente: ALINA DUMAS (DD)
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- Discente: MARTIN HINDERMANN SANTINI (ME)
Docente: Hamilton Roschel
Projeto: CONSUMO ALIMENTAR, NÍVEL DE PROCESSAMENTO E DETERMINANTES DAS ESCOLHAS ALIMENTARES DE INDIVÍDUOS VEGANOS BRASILEIROS
Resumo: Indivíduos vegetarianos e veganos apresentam um melhor perfil nutricional quando comparadas aos indivíduos onívoros. Embora seja uma dieta com exclusão de alimentos de origem animal, a adesão vem aumentando nos últimos anos e com isso a oferta de alimentos industrializados. Todavia, a prevalência e tratamento de deficiências nutricionais e nível de processamento dos alimentos permanecem pouco explorados. Ainda, por se tratar de uma dieta com restrição de grupos alimentares, o risco para desenvolver transtornos alimentares também torna um fator preocupante nessa população. Por outro lado, especulasse que indivíduos com conhecimento prévio em nutrição pode ter um melhor entendimento e uma melhor adesão as dietas veganas. Portanto, esse projeto tem como objetivo: avaliar o padrão alimentar, determinantes das escolhas alimentares e comportamentos alimentares de indivíduos que seguem uma dieta vegana. Trata-se de um estudo descritivo observacional com delineamento transversal, em que será aplicado um questionário on-line dividido em quatro blocos: a) identificação e classificação socioeconômica, b) questões sobre o veganismo, c) recordatório alimentar de 24h e d) determinantes das escolhas alimentares e sintomas de transtornos alimentares. Será realizado também um grupo focal com uma subamostra de nutricionistas e estudantes de nutrição; e outra com a população geral para avaliar as razões da adesão e perpetuação da dieta. Os achados desse projeto serão de grande relevância clínica, uma vez que servirá como base para novas prescrições alimentares para essa população. - Discente: MATHEUS SANTOS RODRIGUES SILVA (DD)
Docente: Eloisa Bonfá
Projeto: IMUNOGENICIDADE E SEGURANÇA DE UMA VACINA DE VÍRUS INATIVADO CONTRA O SARS-COV-2 EM PACIENTES COM ESPONDILITE ANQUILOSANTE E ARTRITE PSORIÁSICA.
Resumo: As infecções são uma das maiores causas de morbimortalidade em pacientes com doenças reumatológicas imunomediadas (1). Sabe-se que o maior risco infeccioso pode estar associado a doença de base em si ou, mais comumente, a terapêutica instituída com imunossupressores e imunomoduladores (2). Dessa forma, medidas como a vacinação, capazes de evitar ou mitigar o efeito das doenças infecciosas são imperiosas para este grupo de pacientes (3). No atual contexto da pandemia pelo SARS-CoV-2 que já vitimou mais de 3 milhões de pessoas ao redor do mundo (4) o desenvolvimento de uma vacina segura e efetiva tem sido prioridade mundial (5,6). Pacientes com diagnóstico de espondiloartrites fazem uso de diversos medicamentos imunossupressores com potencial de interferir na resposta vacinal a exemplo do metotrexato e medicações imunobiológicas (7-9). Em estudo realizado em 2011 por Saad e col. pacientes com diagnóstico de artrite psoriásica e espondilite anquilosante apresentaram taxas reduzidas de soroproteção após vacinação contra influenza A/H1N1 quando comparados ao grupo controle sem doenças reumatológicas (7). Outro trabalho de França I e col. também avaliando a resposta imunológica da vacina contra influenza A/H1N1 também encontrou menores taxas de soroproteção em pacientes com espondiloartrites em uso de terapia biológica com anti-TNF (8). Diante do cenário atual da pandemia e da disponibilidade de diferentes vacinas contra o SARS-CoV-2 , torna-se importante avaliar o perfil de imunogenicidade e segurança das vacinas atualmente em uso para combate a pandemia do SARS-CoV-2 na população de pacientes reumatológicos, já que as mesmas foram inicialmente testadas em estudos de fase 1, 2 e 3 em indivíduos sem doenças reumatológicas a exemplo da CORONAVAC (Sinovac Life Sciences, Beijing, China), vacina de vírus inativado utilizada por mais de 80% da população brasileira vacinada até o presente momento. (10-12). - Discente: NATALIA MENDES GUARDIEIRO (DD)
Docente: Bruno Gualano
Projeto: REPERCUSSÕES FISIOLÓGICAS DO USO DE MÁSCARAS DE TECIDO DURANTE O ESFORÇO FÍSICO
Resumo: A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou uma pandemia do novo coronavírus, chamado de Sars-Cov-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2) em março de 2020. Desde então, algumas das políticas de saúde têm sido adotadas para prevenção da infecção, tais como o uso de máscaras faciais, a higienização das mãos e o distanciamento social (OMS, 2020). A maioria das transmissões de vírus ocorre através de partículas maiores nas secreções, seja aerossol (<5 μm) ou gotículas (> 5 μm), ao falar, tossir ou espirrar. Portanto, o uso de máscara contribui como uma barreira física contra contaminação (CLASE et al., 2020). O uso universal de máscaras pode ajudar a melhorar a segurança biológica, a confiança, o bem-estar psicológico, e a minimizar o medo de adquirir a doença. Por outro lado, pode dar uma falsa impressão de proteção, resultando em aumento do toque no rosto, com maior risco de autocontaminação. Por isso, além do EPI (Equipamento de Proteção Individual), a educação pública sanitária deve ser instituída (TIRUPATHI et al., 2020). Além do desafio de convencer a população a usar máscara, há outro maior que é conscientizá-la a manter-se ativa nesse período (CHANDRASEKARAN et al., 2020). Desde 2012, a inatividade física é considerada uma pandemia e está associada a maior mortalidade. Ser inativo é um fator de risco primário para doença cardiovascular, aumentando aproximadamente duas vezes o risco de síndrome coronariana aguda (HALL et al., 2020). A inatividade física é considerada quando há uma insuficiência de atividade física, ou seja, não realização de no mínimo 150 minutos de intensidade moderada, ou 75 minutos de atividade física vigorosa dos 18 aos 64 anos (GUTHOLD et al., 2018) (OMS, 2010). O comportamento sedentário é qualquer comportamento de vigília caracterizado por um gasto energético ≤1.5 METs (Equivalente Metabólico) (OMS, 2010). Segundo a Organização Mundial da Saúde, há 1,4 bilhões de inativos em 2018, sendo 31% dos indivíduos com 15 anos ou mais e aproximadamente 3,2 milhões de mortes por ano são atribuídas a esse comportamento. Estima-se que uma pessoa em cada dez morre por inatividade física. No Brasil, mais de 50% da população adulta é considerada inativa (GUTHOLD et al., 2018) (VIGEL, 2019). Ainda não se sabe as consequências e quais efeitos duradouros da pandemia do COVID-19 nos padrões de comportamento e na prevalência de doenças crônicas não transmissíveis como obesidade e diabetes melittus (NARICI et al., 2020). Alguns estudos realizados no período de pandemia apontam redução significativa na atividade física da população mundial. A empresa de dispositivo celular FitBit analisou o número de passos diários de 30 milhões de pessoas durante a pandemia na quarta semana de março 2020 em relação ao mesmo período 2019. No estudo, houve uma grande redução da atividade física, variando de 7 a 38%, de acordo com país analisado. Por exemplo, no Brasil, houve redução de 15% e na Espanha 38%. (FITBIT, 2020). Segundo o estudo realizado por Hamer et al.(2020) sobre fatores de risco para COVID-19 relacionado ao estilo de vida, os inativos parecem ser responsáveis por 8,6% dos casos graves e apresentaram risco de hospitalização 32% maior quando comparados aos ativos. Portanto, o exercício físico é uma estratégia fundamental nesse período de pandemia. Pode ajudar no controle da ansiedade, do estresse, da depressão, do sistema imunológico, da reparação do sono e de doenças metabólicas. Além de contribuir para redução das formas graves da doença e das hospitalizações (FONCEA et al., 2020). Algumas dificuldades para adesão à atividade física, sob uso de máscara, são descritas pela população, desde desconforto respiratório, mal-estar, cefaleia, fadiga, sonolência, vertigem, sensação de desmaio, queda do desempenho esportivo, maior ansiedade, entre outros (CHANDRASEKARAN, 2020). A máscara poderia aumentar a resistência das vias aéreas, promover hipoxemia, retenção de CO2 plasmático (hipercapnia) e adaptação da musculatura respiratória, justificando sintomas referidos pelos indivíduos (CLASE et al., 2020). A hipóxia e a hipercapnia também poderiam causar desconforto psicológico e dificuldade de os sedentários tolerarem exercícios, nessas condições (TEODORO et al., 2018). Questiona-se as consequências na recuperação muscular após treinamento com uso de máscara. Supondo que a menor oxigenação tecidual e maior acidose respiratória resultantes do uso da máscara poderiam aumentar risco de dor muscular e fadiga (FIKENZER et al., 2020). Diante de respostas não elucidadas para os questionamentos acima mencionados e a escassez de estudos publicados, em indivíduos utilizando máscaras submetidos a exercício aeróbico e treino de força, objetiva-se com o presente projeto analisar os efeitos fisiológicos cardiovasculares, respiratórios e metabólicos em diferentes populações. - Discente: NATHALIA SAFFIOTI REZENDE (ME)
Docente: Eimear Bernadette Dolan
Projeto: A INFLUÊNCIA DO PH NA RESPOSTA METABÓLICA ÓSSEA AO EXERCÍCIO
Resumo: O objetivo deste estudo é investigar se as alterações de pH induzidas contribuem para as respostas observadas óssea ao exercício agudo dos marcadores de remodelação. Homens saudáveis, treinados, com idade entre 18 e 35 anos serão recrutados para participar do es-tudo e realizarão cinco sessões de teste (uma sessão de familiarização, três sessões de testes experimentais e uma sessão de teste incremental). Durante cada uma das mesmas, eles completarão um teste prolongado de duas horas contínuas de ciclismo, apresentando cinco sprints de alta intensidade em momentos específicos dentro desse período. O teste acabará com um teste de Wingate de 30 segundos. A natureza prolongada e intermitente deste protocolo permitirá flutuações de pH substanciais durante o todo o período de realiza-ção do teste. E, antes realizar este teste, os participantes serão submetidos a uma das três intervenções: placebo, bicarbonato de sódio (agente alcalinizante) ou cloreto de amônio (agente acidificante), com a finalidade de manipular o pH antes e durante a realização do teste de exercício subsequente. Amostras de sangue serão coletadas nos períodos antes, durante e após os testes realizados e serão usadas para medir o pH, bicarbonato, cálcio ionizado, paratormônio e marcadores de remodelação óssea (CTX e P1NP). A resposta de cada um destes marcadores será subsequentemente modelada, e as relações entre a sua resposta ao longo do teste, juntamente com a influência dos tratamentos de alcalinização e acidificante, serão avaliadas. - Discente: NEMI SABEH JUNIOR (ME)
Docente: Arnaldo José Hernandez
Projeto: AVALIAÇÃO DOS ATENDIMENTOS MÉDICOS REALIZADOS NAS EQUIPES DE FUTEBOL FEMININO NAS SELEÇÕES BRASILEIRA FEMININA DE FUTEBOL
Resumo: Avaliar as lesões decorrentes de treinos e jogos de atletas de futebol das Seleções Femininas de Futebol Critérios de Inclusão: Atletas das equipes Brasileira de futebol feminino sub 17, sub 20 e principal. Casuística: Atletas do sexo feminino participantes de convocações para Seleção Feminina de futebol. A análise de lesões e atendimentos médicos realizados no período de convocação - a) Avaliar perfil metabolômico em pacientes com AIJ e controles saudáveis.
- b) Verificar possíveis associações entre metabólitos e baixa reserva ovariana.
- Discente: RAFAEL FERREIRA RIBEIRO (DD)
Docente: Bryan Saunders
Projeto: OS EFEITOS AGUDOS DO EXERCÍCIO DE ALTA INTENSIDADE NO CONTEÚDO DE CARNOSINA MUSCULAR E GENES RELACIONADOS EM HOMENS OMNÍVOROS E VEGETARIANOS
Resumo: carnosina é um dipeptídeo com diversas ações fisiológica, destacando-se em sua capacidade de tamponamento intracelular. Ela é sintetizada in situ a partir dos aminoácidos L-histidina e β-alanina e a ingestão de β-alanina é a principal forma de aumentar as concentrações de carnosina intramuscular. A literatura já estabelece o potencial ergogênico do consumo desses aminoácidos. Entretanto, ainda não se sabe por completo a relação de exercício na expressão, atividade e a quantidade de proteínas e genes relacionados ao metabolismo de carnosina. Dados recentes de nosso laboratório mostram que após 12 semanas de treinamento de exercícios de alta intensidade também acontece o aumento no conteúdo de carnosina em vegetarianos. Entretanto, não foram mostradas alterações na expressão de genes relacionados a carnosina apesar do aumento da concentração intramuscular do aminoácido. Sugere-se que isso não tenha sido visto por que essas medidas não foram obtidas imediatamente após o exercício, momento no qual a expressão provavelmente sofre maiores alterações. Não são conhecidos os efeitos diretos do exercício sobre a expressão e atividade de genes e proteínas relacionados a carnosina, portanto, apenas especulam-se razões pelas quais possam ocorrer um aumento na concentração do peptídeo causado pelo exercício e de maneira independente a suplementação de β-alanina. O objetivo desse estudo é avaliar os efeitos agudos do exercício de alta intensidade no conteúdo de carnosina muscular e genes relacionados em homens omnívoros e vegetarianos. Vinte homens saudáveis (10 omnívoros e 10 vegetarianos) serão submetidos a uma série de exercício de alta intensidade. Amostras musculares e de sangue obtidas antes e depois do exercício serão analisadas para avaliação de expressão, atividade e a quantidade de proteínas e genes relacionados à carnosina. A análise desses parâmetros auxiliará no entendimento do metabolismo de carnosina e na determinação de diretrizes de suplementação mais individualizadas e eficientes. - Discente: RAFAEL GENÁRIO (DD)
Docente: Hamilton Roschel
Projeto: EFEITOS DA RESTRIÇÃO CALÓRICA E DA SUPLEMENTAÇÃO PROTEICA COMBINADOS COM A PRÁTICA DE EXERCÍCIO SOBRE COMPOSIÇÃO CORPORAL E PARÂMETROS CARDIOMETABÓLICOS EM IDOSOS COM OBESIDADE SARCOPÊNICA: UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
Resumo: A obesidade sarcopênica, caracterizada por prejuízos morfofuncionais de massa muscular e pelo excesso de tecido adiposo em idosos, é resultante pela associação da inatividade física e a padrões alimentares inadequados. Esse distúrbio, por sua vez, está relacionado a efeitos deletérios na saúde, tais como a síndrome metabólica e a disfunção endotelial, favorecendo o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Embora a restrição calórica seja a estratégia padrão para tratamento da obesidade, ela não é livre de consequências negativas para o tecido muscular, principalmente devido à resistência anabólica encontrada no público idoso. Enquanto o treinamento de força vem sido utilizado pelo seu potencial anabólico sobre o tecido muscular esquelético, sua combinação com o treinamento aeróbico (i.e. treinamento combinado) tem sido amplamente utilizado no tratamento da obesidade em idosos pela sua melhora na capacidade funcional. A associação da suplementação de proteínas ao exercício vem se mostrando uma estratégia efetiva para otimizar os ganhos de massa, força e função musculares. No entanto, a eficácia terapêutica destas duas estratégias concomitantemente a um regime de restrição calórica, tanto sobre a massa muscular como a parâmetros metabólicos na obesidade sarcopênica, permanece desconhecida. Assim, este projeto pretende investigar a influência de um regime de restrição calórica e da suplementação de proteínas associados ao treinamento combinado sobre a saúde endócrina e cardiometabólica de idosos obesos sarcopênicos durante 16 semanas. Dessa forma, 90 idosos obesos sarcopênicos (>65 anos) serão aleatoriamente divididos em 3 grupos: 1) Suplementação de Proteínas e Restrição Calórica associados ao Treinamento combinado (n=30); 2) Suplementação de Placebo e Restrição Calórica associados ao Treinamento combinado (n=30); 3) Grupo controle (sem exercício, restrição e suplementação) (n=30). As análises plasmáticas, endoteliais e morfológicas serão analisas no início e ao final da intervenção. Modelos mistos para medidas repetidas serão empregados para examinar os efeitos da intervenção. - Discente: RAFAELA SILVERIO PINTO (ME)
Docente: Eimear Bernadette Dolan
Projeto: O EFEITO DA INGESTÃO DE PROTEÍNA NO METABOLISMO ÓSSEO DURANTE A REALIZAÇÃO DE EXERCÍCIO EM CONDIÇÃO DE INSUFICIENTE DISPONIBILIDADE ENERGÉTICA
Resumo: O objetivo deste estudo é investigar se a ingestão protegida de proteínas pode atenuar as consequências metabólicas ósseas negativas da realização de exercício em baixa disponibilidade energética. Quatorze mulheres saudáveis, de 18 a 35 anos, fisicamente ativas (que participam de exercício moderado por ≥3 horas/semana, mas não altamente treinadas ou competitivas em qualquer esporte em particular ≥10 horas/semana), participarão de cinco sessões. A primeira sessão será para coletar dados preliminares, a segunda para familiarização e três sessões de testes experimentais. Durante a primeira sessão, será coletada a taxa metabólica de repouso (TMR), dados da composição corporal e será realizado o teste de VO2 máximo para determinar a intensidade dos exercícios para as sessões experimentais. As participantes serão instruídas de como elaborar um diário alimentar de três dias e os registros de treinamento. As três sessões experimentais de teste serão realizadas em ordem aleatória. Essas sessões incluirão: 1 – um teste de controle, no qual os participantes manterão o balanço energético (definido como uma ingestão de 45 kcal/kg MLG/dia); 2 – um teste de baixa disponibilidade de energia (15 kcal/kg MLG/dia; LEA) e um teste de baixa disponibilidade de energia, com ingestão proteica protegida (LEA-PROT). Cada estudo experimental durará cinco dias, ou seja, no dia 1, os participantes fornecerão uma amostra de sangue em jejum pela manhã. Em seguida, eles realizarão o teste ergométrico e as amostras de sangue serão coletadas imediatamente, após 20 minutos de realização do exercício, após o término do teste ergométrico, após o teste contrarrelógio e 1, 2, 3 e 4 horas após o exercício. Eles seguirão com a dieta fornecida pelos próximos quatro dias (dias 1 a 4). No dia 5, eles retornarão ao laboratório e fornecerão outra amostra de sangue em jejum pela manhã e será coletada a TMR, antes de repetir o teste ergométrico. Durante cada teste os participantes também receberão um suplemento multivitamínico e mineral. A baixa disponibilidade de energia será alcançada apenas através da restrição alimentar, pois foi relatado que a restrição alimentar tem um impacto mais severo no metabolismo ósseo do que a baixa disponibilidade energética obtida através do aumento do gasto energético do exercício. As amostras de sangue serão usadas para avaliar biomarcadores ósseos (CTX e PINP), marcadores do metabolismo do cálcio (PTH, cálcio total e cálcio ionizado) e níveis de hormônios metabólicos e reprodutivos (TSH, LH, FSH, IGF-1, testosterona, SHBG e estradiol). A resposta de cada marcador possibilitará investigar se a ingestão de proteínas pode ser eficaz em atenuar as consequências ósseas negativas da baixa EA. - Discente: RICARDO AUGUSTO SILVA DE SOUZA (DO)
Docente: Bryan Saunders
Projeto: EFEITO DO PLACEBO E CAFEÍNA NO DESEMPENHO NO BENCHMARK FRAN EM ATLETAS DE CROSSFIT®: UM ESTUDO DE PLACEBO BALANCEADO
Resumo: Introdução. O CrossFit® é um treinamento funcional de alta intensidade, consistindo de exercícios diários chamados de WOD’s (workout of the day). Atualmente existem poucas evidências sobre o uso de suplementação alimentar e de estratégias nutricionais no CrossFit®, com a maioria dos estudos atuais com limitações metodológicas. Estudos que avaliam intervenções nutricionais e de suplementação no CrossFit® na sua maioria utilizam um desenho duplo-cego e por esse motivo pode existir algumas limitações. Para diminuir essas limitações encontradas com os desenhos duplo cego, atualmente sugere-se que em pesquisas sejam utilizados quatro tratamentos, sendo esse desenho de estudo chamado de placebo balanceado. Objetivos. Este estudo tem o objetivo utilizar um design de placebo balanceado para determinar quanto do efeito da suplementação de cafeína é devido aos efeitos do placebo. Metodologia. O presente estudo se caracteriza como sendo um estudo experimental, desenho de placebo balanceado e randomizado. Serão realizadas sete visitas, os três primeiros encontros serão para familiarização com o protocolo e para as quatros visitas restantes os participantes realizarão o benchmark Fran e será aplicado duas vezes cafeína, placebo e controle. Todas as visitas terão um intervalo de no mínimo 72 horas e o não consumo de cafeína pelos voluntários nas 24 horas anteriores às visitas. Será realizado um modelo-misto de medidas repetidas para detectar diferenças sobre as variáveis de desempenho. O nível de significância assumido será p<0.05. - Discente: TATHIANE CHRISTINE FRANCO (ME)
Docente: Hamilton Roschel
Projeto: INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO COMBINADO ASSOCIADO A SUPLEMENTAÇÃO PROTEICA NO COMPRIMENTO DOS TELÔMEROS DE IDOSOS OBESOS SARCOPÊNICOS EM RESTRIÇÃO CALÓRICA: UM ESTUDO CLÍNICO RANDOMIZADO CONTROLADO
Projeto: O envelhecimento é caracterizado por diversas alterações fisiológicas. Dentre elas, a perda de massa muscular e o aumento de tecido adiposo. Biologicamente, os telômeros são considerados marcadores do envelhecimento com correlação direta entre seu comprimento e longevidade. O comprimento dos telômeros (CT) parece diminuir com a idade a cada divisão celular. O encurtamento crítico dos telômeros induz a senescência celular, além de aumentar o risco do desenvolvimento precoce de doenças e de mortalidade. O estresse oxidativo e a inflamação crônica são apontados como os principais mecanismos do encurtamento dos telômeros. Nesse sentido, a obesidade foi correlacionada com o aumento da taxa de atrito dos telômeros. Da mesma forma, a sarcopenia foi associada à telômeros de menor comprimento. A sarcopenia e a obesidade compartilham diversos mecanismos fisiopatológicos, assim é possível inferir que coexistência destas condições (i.e. obesidade sarcopênica) seja capaz de exacerbar o atrito sob os telômeros. A restrição calórica é uma estratégia comumente utilizada no tratamento da obesidade. Para atenuar os efeitos da perda de massa muscular neste processo, a suplementação de proteínas mostra-se como uma contramedida eficaz e segura. Quando associada a uma intervenção de exercício físico, a restrição calórica mostrou-se mais eficiente para melhorar a funcionalidade de idosos obesos. Para este fim, o treinamento aeróbio e de força (i.e. treinamento combinado) tem sido amplamente utilizado no tratamento da obesidade em idosos e já demonstrou respostas positivas em relação ao comprimento dos telômeros. Portanto, o objetivo deste trabalho é verificar se 16 semanas de treinamento combinado associado a restrição calórica com suplementação de proteínas é capaz de alterar o comprimento dos telômeros em idosos obesos sarcopênicos. Para isto, 90 voluntários com mais de 65 anos serão aleatoriamente divididos em 3 grupos: 1) Suplementação de Proteínas e Restrição Calórica associados ao Treinamento combinado (n=30); 2) Suplementação de Placebo e Restrição Calórica associados ao Treinamento combinado (n=30); 3) Grupo controle (sem exercício, restrição e suplementação) (n=30). A avaliação do CT e dos biomarcadores relacionados à inflamação e ao estresse oxidativo serão realizadas no momento inicial e após 16 semanas de intervenção. Modelos mistos para medidas repetidas serão empregados para examinar os efeitos da intervenção. - Discente: TAMIRES NUNES OLIVEIRA (DD)
Docente: Bryan Saunders
Projeto: EFEITO DO CONSUMO DE PLACEBO ABERTO NA PERFORMANCE DE CICLISTAS TREINADOS
Resumo: O efeito placebo pode ser um aliado na obtenção de vantagens competitivas, e há evidências de que pode ocorrer até mesmo quando os indivíduos são informados abertamente que estão recebendo um medicamento ou suplemento sem princípio ativo, sendo esta intervenção denominada placebo aberto. Objetivo: Este estudo pretende avaliar o efeito do placebo aberto na performance de ciclistas treinados em prova contrarrelógio de quatro quilômetros. Métodos: Serão recrutados 24 ciclistas treinados, de 18 a 40 anos, os participantes realizarão prova contrarrelógio de 4 quilômetros em cicloergômetro. Em uma das visitas, os participantes receberão duas cápsulas nas cores branco e vermelho, contendo cada uma 100mg de farinha, e após o período de 15 minutos realizarão a prova (condição placebo aberto). Na outra sessão, não receberão nenhum suplemento e após 15 minutos de espera, realizarão o teste (condição controle). Será realizada uma análise de dois fatores de medidas repetidas para detectar diferenças nas intervenções (PLAAB e CON) sobre as variáveis de desempenho (potência média). Hipotetizamos que é possível obter vantagens competitivas por meio da utilização de placebo aberto. Sendo assim, a utilização de placebo tornará-se aliada às - Discente: WAGNER RIBEIRO PEREIRA (DD)
Orientador: Fabiana Braga Benatti
Projeto: PAPEL DA ENZIMA ALDEÍDO DESIDROGENASE 2 E DE ALDEÍDOS REATIVOS NAS RESPOSTAS ANABÓLICAS, ATIVAÇÃO DE CÉLULAS SATÉLITES E REPARO DE DANO MUSCULAR APÓS EXERCÍCIO DE FORÇA: UM ESTUDO COM PORTADORES DA MUTAÇÃO DO GENE ALDH2
Resumo: Este estudo tem como objetivos: · Avaliar o papel da enzima ALDH2 na detoxificação de aldeídos reativos, com ênfase no músculo esquelético; · Avaliar se a redução da atividade da enzima ALDH2 está associada com redução do conteúdo intramuscular de carnosina e aumento da concentração de adutos carnosina-aldeído no músculo esquelético e na urina; · Avaliar se a redução da atividade da enzima ALDH2 está associada com menor função respiratória mitocondrial no músculo esquelético; · Avaliar se a redução da atividade da enzima ALDH2 está associada com menor ativação de células satélites musculares após o treino de força; · Avaliar se a redução da atividade da enzima ALDH2 está associada com menor ativação de vias de mecanotransdução para hipertrofia muscular (WNT/βcatenina e AKT/mTOR); · Avaliar se a redução da atividade da enzima ALDH2 está associada com pior recuperação do treino e reparo de microlesões musculares após sessão de treino de força.